Dia Mundial da Hipertensão – 17/05: Prevenir é essencial. Tratar hipertensos graves, obrigatório, afirma cientista médico
Com a participação das mais influentes instituições médicas do planeta, a data de 17 de maio vem se tornando marco para a promoção de iniciativas voltadas à prevenção, detecção e controle da hipertensão arterial. Nas principais cidades do país, São Paulo em particular, teremos vários pontos para que as pessoas “Conheçam seus Números”, como propala a denominação para a campanha deste ano aplicada pela Organização de Saúde Pan-Americana. A atividade integra o projeto “Hearts in The Americas”, da Organização Mundial da Saúde, para frear o aumento gradativo de doenças cardio-vasculares no continente, envolvendo diversos atores da área de saúde. Esta ação global integra o plano de metas da Agenda de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas para 2030.
Neste contexto, a medicina brasileira tem se destacado na busca de tratamentos para os hipertensos, especialmente os que apresentam quadros mais graves e complexos. “A prevenção da hipertensão é estratégica em termos de saúde pública. Há um conjunto de medidas em andamento relacionados à industria de alimentos, hábitos de consumo e conscientização das pessoas que poderão mudar o preocupante quadro atual”, diz o médico e cientista, Carlos Schiavon, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e coordenador de estudo na área da Obesidade e Hipertensão, realizada no Instituto de Pesquisa do Hospital do Coração, em São Paulo.
Para ele, todo esse esforço para redução de novos casos e para o controle da hipertensão é essencial. “Com o avanço da obesidade, vemos cada vez mais pacientes com hipertensão de difícil controle. A possibilidade de oferecermos novas modalidades de tratamento para este grupo de pacientes é fundamental para o controle adequado da doença e, consequentemente, para redução das mortes por infarto e AVC.”, analisa Carlos Schiavon.
Segundo Schiavon, dos 30 milhões de hipertensos do Brasil, cerca de 10% podem ser considerados resistentes, grupo que não responde adequadamente ao tratamento ou necessita de múltiplas drogas (>4) para o controle da pressão.
Na sua busca por respostas a este problema, Carlos Schiavon tem obtido reconhecimento da comunidade médica internacional com o estudo sobre a utilização da Cirurgia bariátrica no controle da hipertensão associada à obesidade.
A American Heart Association, uma das mais proeminentes instituições de estudos e orientações relacionados aos males cardíacos, tem dedicado especial atenção ao trabalho implementado e coordenado por Schiavon. No início do ano, o trabalho foi destaque na edição de março da Hypertension, revista científica mensal e na Circulation Research, numa edição dedicada à Fisiopatologia e Tratamentos de Hipertensão.
As informações divulgadas nestas publicações especializadas detalham dados de Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial (MAPA), exame que mede a pressão do paciente por 24h ininterruptas e a análise da incidência de hipertensão resistente. Todos os pacientes que foram operados e tinham hipertensão resistente, conseguiram reduzir o número de medicações e deixaram de ter o diagnóstico de resistente com impacto direto na diminuição do seu risco cardio-vascular.
O estudo – denominado GATEWAY - avaliou 100 pacientes divididos em dois grupos: um que fez a cirurgia bariátrica e outro submetido apenas ao tratamento clínico. A proposta é acompanhar todos os pacientes por cinco anos. Os resultados do primeiro ano, publicados na revista americana Circulation, especializada no assunto, mostraram dados interessantes e um dos mais importantes foi que metade dos pacientes operados conseguiram manter a pressão controlada (abaixo de 140 X 90 mm Hg) sem medicações, sendo que todos entraram no estudo tomando no mínimo dois anti-hipertensivos em doses máximas.
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