Osteoporose: 'epidemia silenciosa' que atinge 10 milhões de brasileiros

Em outubro, é celebrado o Mês Mundial de Combate à Osteoporose, sendo que o dia 20 foi a data criada para alertar sobre os riscos da doença, principalmente nos idosos e nas mulheres no período da pós-menopausa.

Segundo a Dra. Lara Bessa, médica endocrinologista da Clínica Felippe Mattoso, a osteoporose caracteriza-se por uma diminuição de massa óssea levando a fragilidade do osso e aumento da susceptibilidade a fraturas. Seu aparecimento deve-se a um desnível entre formação e absorção de tecido ósseo. “Isso ocorre, principalmente, durante o envelhecimento. As mulheres no período da menopausa são as mais atingidas por essa doença, devido à queda de produção de estrógeno”.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por meio do exame de densitometria óssea (DMO) de coluna lombar e fêmur. Nele, os valores de densidade mineral óssea do paciente são comparados com resultados de um banco de dados populacional de pacientes jovens do mesmo gênero. O diagnóstico também pode ser estabelecido pela presença de fraturas de fragilidade, decorrentes de traumas de baixo impacto.

“Esse exame deve ser realizado por todas as mulheres com mais de 65 anos e homens com mais de 70 anos. As mulheres na pós-menopausa e homens com mais de 50 anos, caso apresentem fatores de risco específicos para a doença também devem fazer o teste. Além disso, alguns pacientes com condições médicas específicas de risco para osteoporose também podem realizar DMO, indicada por seu médico”.

Sintomas

De acordo com a endocrinologista, a doença é assintomática na maioria dos casos, quando alguns tipos de fraturas ocorrem é que os sintomas aparecem.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco são: histórico familiar de osteoporose ou fraturas de fragilidade, idade, sedentarismo, etilismo, tabagismo, baixo IMC, deficiência de vitamina D, baixa ingesta/ pouca absorção de cálcio, hipogonadismo (deficiência de hormônios sexuais tanto em homens quanto em mulheres).

“Algumas doenças inflamatórias crônicas, como hiperparatireoidismo e hipertireoidismo, medicamentos anticonvulsivantes e glicocorticoides podem ser fatores de risco para a osteoporose”, completa a especialista.

Tratamento

Segundo a Dra. Lara Bessa, existem algumas classes de medicamentos para uso em pacientes com osteoporose, e o tratamento deverá ser discutido entre o médico e paciente. Entretanto, o uso de medicamentos não é o único pilar do tratamento, poderá estar associado à ingesta de cálcio (1200mg/dia), níveis adequados de vitamina D e exercício físico.

“Não podemos esquecer que a osteoporose é uma condição que aumenta o risco de fraturas, mas para que a maioria dessas ocorra é necessário um trauma (mesmo que pequeno). Desta forma, é muito importante diminuir o risco de quedas”, afirma a endocrinologista.

Prevenção

Para a Dra. Lara Bessa, manter hábitos de vida saudáveis é a melhor prevenção, que deve começar durante a infância e adolescência, visando alcançar um bom pico de massa óssea. “A prática de exercício físico é essencial para o fortalecimento ósseo e muscular. Podemos citar como bons hábitos para saúde óssea a exposição solar, estimulando a produção de vitamina D e a ingesta de alimentos ricos em cálcio”, finaliza a especialista.

É importante procurar um endocrinologista para avaliar a presença de fatores de risco e traçar a melhor conduta.