Preenchimento ósseo melhora flacidez e rugas ao recuperar volume facial perdido ao longo dos anos

Com o passar dos anos, o rosto sofre uma série de alterações que culminam em seu envelhecimento, com o aparecimento de rugas, linhas de expressão e flacidez. Porém, a pele não é a única que é atingida pelo processo de envelhecimento, outras estruturas que compõem a face, como os ossos, também são alteradas. “Com o passar dos anos, as estruturas anatômicas se modificam, com a parte óssea sofrendo alterações e perdendo contorno e volume. E como diversas estruturas de nossos rostos são sustentadas por esse arcabouço ósseo, incluindo os compartimentos de gordura, os músculos e a pele, é comum que, conforme essa perda aumente, esses tecidos passem a ter dificuldade em se manter no lugar, gerando assim rugas e flacidez”, explica a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery).

Com isso, algumas áreas perdem projeção, tendendo a ficar mais apagadas, como o contorno da face e as maçãs do rosto. De acordo com a médica, uma das reclamações mais comuns em consultórios é o famoso bigode chinês, que, na maior parte das vezes, é justamente causado pela diminuição da parte óssea do osso malar (o osso da maçã do rosto), o que faz com que os tecidos mais superficiais “caiam” e dobrem sobre o ligamento, formando o sulco que tanto incomoda os pacientes.

Dessa forma, para um rejuvenescimento facial com resultados mais naturais, não se pode apenas cuidar a pele, como muitos acreditam, sendo necessário também o tratamento dos tecidos mais profundos da face. “No caso do bigode chinês, por exemplo, se a causa for a perda óssea das maçãs do rosto, nós não podemos apenas preencher os sulcos que se formaram, pois pode haver piora do aspecto de cansado”, ressalta a médica. Uma das alternativas então é a aplicação de substâncias preenchedoras com o objetivo de repor o volume ósseo perdido.

Segundo a cirurgiã, o procedimento é realizado por meio de agulhas ou microcânulas, o que diminui o desconforto e riscos de hematomas, que injetam essas substâncias diretamente sobre o osso para simular o aumento da estrutura óssea. “As substâncias utilizadas vão variar de acordo com o grau de perda óssea e as necessidades do paciente. Para isso, temos produtos com diferentes coesividades, ou seja, mais ou menos espessos, para cada plano de tratamento. Geralmente, o preenchedor mais utilizado é o ácido hialurônico de alta coesividade. Mas também podemos utilizar a hidroxiapatita de cálcio, que é um ótimo substituto ósseo”, completa a especialista.

O procedimento, que é realizado sob anestesia local, demora cerca de uma hora por sessão, sendo que o ideal é que o preenchimento seja feito gradativamente e em mais de uma sessão, para que não haja o risco de hipercorreção. O preenchimento não deixa cicatrizes e é possível ver melhora logo após a primeira sessão. Entretanto, devido aos edemas e inchaços comuns nesse tipo procedimento, o resultado final pode levar alguns dias para aparecer. “E, como as substâncias utilizadas normalmente são absorvíveis, o preenchimento não é permanente e dura cerca de um a dois anos. Após esse período, o procedimento pode ser feito novamente de acordo com a vontade e necessidade do paciente”, destaca a cirurgiã plástica.

Porém, antes de realizar o preenchimento ósseo é importante que você verifique qual produto será utilizado como preenchedor, pois ainda hoje são utilizadas substâncias como o metacrilato, um preenchedor permanente e de baixo custo, mas que possui uma grande taxa de complicação a longo prazo, podendo provocar o aparecimento de nódulos endurecidos e avermelhados que necessitam de cirurgia para serem retirados. “Além disso, a técnica deve ser executada apenas por profissionais qualificados para evitar infecções e lesões de nervos, veias e artérias, já que a injeção inadvertida do produto nessas estruturas pode causar graves danos como cegueira e necrose”, alerta. Por fim, a médica ressalta que o procedimento é contraindicado para pacientes com imunidade reduzida ou que fazem uso de anticoagulantes

Fonte: Dra. Beatriz Lassance - Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida.