Empresas buscam soluções para se adaptar ao 'novo normal' diante da pandemia do Novo Coronavírus

Nunca as palavras adaptação e reinvenção fizeram tanto sentido. A pandemia do Novo Coronavírus tem sido propulsora dessa onda de transformação na vida das pessoas e das empresas – e quem não entender as mudanças e buscar reinventar seus negócios dificilmente sobreviverá no mundo pós-Covid.

É perceptível que a velocidade das informações e os hábitos dos consumidores estão mais voltados para o digital, até porque as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde, levam a procura de alternativas como compras online para evitar a exposição ao vírus. Mas e quanto aos comerciantes, como eles têm feito para continuar sobrevivendo diante da crise causada pela Covid-19?

Joelton Cesar Correa dos Santos, farmacêutico e proprietário da Farma Correa em Ibiporã, norte do Paraná, aproveitou a avalanche de mudanças que a pandemia tem trazido para reinventar seu negócio. Em meados de março, diante de tantas notícias sobre o avanço da Covid-19 no País e os impactos econômicos e sociais que poderiam surgir, Joelton refletiu sobre a realidade da sua farmácia.

“Precisei dar vida social à minha empresa, estava totalmente fora do online. Comecei a pesquisar mais sobre as consequências da pandemia e percebi que meu estabelecimento não estaria a altura para acompanhar todas essas modificações. Resolvi agir antes que fosse tarde”, relata o empresário.

Em uma busca rápida pela internet, o comerciante encontrou a startup MyPharma, uma plataforma virtual para farmácias e drogarias que oferece site e aplicativo personalizados, localizada em Toledo, região Oeste do Paraná.

"Entrei em contato com a startup para buscar alternativas de evoluir no meu negócio. Eles me ofereceram vários recursos digitais para manter minha empresa ativa, principalmente neste momento”, lembra Joelton.

Apesar de pouco tempo de parceria entre as duas empresas, os resultados já vêm aparecendo e deixando Joelton otimista para dar os próximos passos. “Percebi um aumento nas vendas pelo site e nas entregas. Agora, tenho redes sociais e iniciamos estratégias de marketing para alavancar as vendas e dar mais visibilidade para a farmácia nos meios on-line”, conclui.

Gustavo Félix Maurício, proprietário de duas farmácias nos municípios de Penedo e Arapiraca, no estado de Alagoas, também decidiu buscar novas estratégias para atender aos seus clientes. Gustavo já trabalhava com e-commerce e delivery antes mesmo da pandemia, porém precisava buscar diferenciais.

“Contratei a startup, que me ofereceu novas possibilidades de vendas e marketing. Estamos no início do trabalho, com treinamentos constantes e suporte da empresa para o que eu precisar. Já notei mais acessos no site da farmácia, mais movimentações nas redes sociais e avaliações positivas dos clientes. Estou confiante e na expectativa que tudo se ajeite para mim e para todos os empresários do Brasil”, enfatiza Gustavo.

Crescimento em números

Na contramão das empresas que vêm perdendo renda devido às dificuldades geradas pela crise do Coronavírus, a MyPharma registrou um aumento de quase 50% no fechamento de novos contratos. A maior necessidade dos novos clientes, segundo o sócio e diretor de marketing da empresa, Carlos Henrique Soccol, é diversificar os canais de aquisição dos produtos e fidelizar os clientes.

“As farmácias são locais de vendas de produtos diversos. Além da procura por medicamentos, a perfumaria e higiene têm ganhado cada vez mais espaço, principalmente em farmácias que investem em campanhas específicas nesse departamento. Assim, o consumidor final encontra tudo o que ele precisa de onde estiver, pelo celular ou qualquer dispositivo”, explica o empresário.

Muito além das farmácias, a pandemia acelerou os processos de várias empresas e, agora, muitos passaram a abraçar os desafios da transformação digital. Um movimento que, segundo o consultor do Sebrae/PR, Gabriel Delallo Caus, é essencial para que o empreendedor entenda que o “novo normal” é um mundo mais híbrido, tecnológico e inovador - o que deve se manter pelos próximos anos.

“Após a pandemia, as pessoas voltarão a consumir como antes. No entanto, elas terão experimentado outras maneiras de consumo, como no digital, e isso deve permanecer. Portanto, as empresas precisam se adequar e buscar parcerias para que a transformação digital seja fluida e eficiente, bem como o empreendedor deve analisar o ambiente interno da sua empresa e ser capaz de enxergar o contexto para acelerar esse processo e se manterem competitivas no mercado”, conclui o consultor.