Glicação: saiba como o açúcar e os carboidratos que você ingere podem envelhecer sua pele

Nós somos aquilo que comemos. O velho ditado pode não fazer sentido para muitos, mas, quando se trata da saúde de nossa pele, ele não poderia ser mais verdadeiro. Afinal, nossa alimentação interfere diretamente no estado do tecido cutâneo, sendo o açúcar um dos principais vilões para nossa pele. “Os açúcares e também carboidratos, já que estes são convertidos em açúcar pelo organismo, podem acelerar o aparecimento de rugas e flacidez se consumidos em demasia. Isso por que estes alimentos desencadeiam um processo conhecido como glicação, onde as moléculas de glicose se ligam às fibras de elastina e colágeno responsáveis pela sustentação da pele, fazendo então com que estas se quebrem”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Como resultado desse processo, há o aumento da flacidez e linhas de expressão, além da evidenciação de rugas e piora das manchas.

Além disso, a glicação também está ligada a uma maior produção de radicais livres pelo organismo, o que gera oxidação celular e um stress oxidativo da pele, levando, consequentemente, a uma aceleração do processo de envelhecimento do tecido cutâneo. “A glicação ocorre naturalmente em todas as pessoas, pois os carboidratos são indispensáveis em nossa dieta, sendo a principal fonte de energia para o organismo. O problema é quando a alimentação é hipercalórica e hiperglicêmica, ou seja, quando os alimentos ingeridos são ricos em açúcares e gordura, pois, neste caso, há um processo de excesso de glicação”, afirma o médico.

É claro que cirurgias estéticas e a aplicação de toxina botulínica ou ácido hialurônico auxiliam no combate ao envelhecimento da pele. Porém, como a glicação é um processo que se dá a longo prazo, estes procedimentos podem não ser tão eficazes ou podem não conferir resultados duradouros se o paciente não adotar uma dieta adequada, sendo esse então o principal cuidado para combater os efeitos da glicação. “Sem uma dieta adequada, o processo de glicação continua a acontecer internamente, não importando assim quantos procedimentos você faça para rejuvenescer a pele. Dessa forma, o ideal neste caso é adotar uma dieta balanceada, com redução de carboidratos e doces, e rica em vitaminas C, E e A, que possuem propriedades antioxidantes. Em alguns casos, a suplementação também pode ser indicada”, destaca o dermatologista.

Além disso, outros fatores como tabagismo, privação de sono, estresse e exposição solar prolongada sem proteção também geram stress oxidativo e favorecem a glicação das proteínas da pele, por isso o fumo deve ser evitado e hábitos como sono regular e o uso diário de fotoprotetor devem ser adotados. “Por fim, é fundamental que você possua um regime de skincare contínuo, tanto noturno quanto diurno, que deve ser composto por produtos que contenham substâncias antioxidantes, antiglicantes e desglicantes, como Alistin, um ativo que reverte e protege contra a ação danosa do excesso de açúcar na pele”, diz o médico. Além disso, vitaminas orais como Glycoxil e Exsynutriment, que agem de dentro para fora recuperando a elasticidade da pele, são fundamentais para tratar o problema, finaliza o Dr. Jardis Volpe.

Fonte: Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br