Mulheres à frente do canteiro de obras

Se antes a presença das mulheres na construção civil estava mais associada à limpeza após a conclusão das obras, esse cenário mudou ao longo dos últimos anos e as mulheres começam a assumir funções anteriormente dominadas apenas pelos homens. De acordo com dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o número de mulheres engenheiras registradas por ano na entidade passou de 13.772 em 2016 para 19.585 em 2018 - um crescimento de 42%.

As empresas do setor avaliam a capacidade técnica e não o gênero do profissional de engenharia. Por esse motivo, a inserção das mulheres está acentuada: elas estão buscando capacitação para atender à demanda. É o caso de Jéssica Novais, engenheira civil da construtora Trisul. "Com uma melhor preparação acadêmica, a gente acaba fortalecendo e atraindo mais mulheres para se inserirem neste cenário. Esta profissão para uma mulher ainda não é algo que possa se considerar comum, mas falo com convicção que estamos ganhando aos poucos nosso espaço no canteiro de obras", diz.

Os dados do Censo da Educação Superior mostram que o número de mulheres matriculadas em cursos de graduação em engenharia civil vem crescendo todos os anos desde 2007. Jéssica começou na Trisul quando cursava Engenharia, como estagiária: "Iniciei na Trisul em 2012, em uma obra em Guarulhos e estava começando o 3° ano de Engenharia Civil. Realizava serviços de conferencia em campo. Concluí os dois anos de estágio, e desde então passei por diferentes áreas na empresa". Hoje, ela atua como Engenheira residente, coordenando uma equipe de aproximadamente 150 funcionários na obra Altez Ipiranga.

O aquecimento da economia brasileira também é um fator que impulsiona o mercado. "Com mais obras sendo feitas, há também mais contratações. E nós, mulheres, temos a chance de conquistar nosso espaço, principalmente em cargos de liderança. Minha dica é: independente da profissão que deseje seguir, seja persistente e acredite em seu potencial", aconselha Jéssica. Nos últimos dez anos, o Ministério do Trabalho e Emprego estima que a absorção de mulheres pelo mercado da construção civil cresceu quase 50%.

Sobre a Trisul - São mais de 200 empreendimentos, correspondendo a mais de 2,5 milhões de metros quadrados de áreas, entre entregues e os que estão em construção, e mais de 42 mil unidades distribuídas na capital e na Grande São Paulo, em cidades do Interior do Estado e no Litoral, além do Distrito Federal.