Mudanças na Regra de Bônus: Impactos Negativos para Corretores de Seguros e Direitos dos Consumidores

O impacto das novas diretrizes de bônus é profundo e abrangente. Ao eliminar ou alterar direitos previamente garantidos aos consumidores, o novo sistema intensifica a competição acirrada entre corretores, resultando em uma constante troca de clientes por outros produtores alheios à jornada do segurado. Esse cenário não só gera uma corrida frenética para atrair e manter os consumidores, mas também resulta em um retrabalho excessivo, prejudicando a eficiência e a qualidade do serviço prestado, exaurindo ainda mais o angariador. A sobrecarga de trabalho e a necessidade de se adaptar rapidamente às novas regras criam um ambiente instável e difícil para os profissionais da corretagem.

É importante notar que, como corretores, temos observado que algumas seguradoras já estão sentindo os efeitos adversos dessas mudanças. Entretanto, a palavra-chave neste contexto é “diplomacia”. É crucial que haja uma atuação diplomática junto ao mercado segurador, para tentar reverter essa decisão abrupta, que foi implementada sem a devida consulta aos corretores de seguros. O diálogo construtivo com as seguradoras e com os órgãos reguladores é essencial para proteger a integridade da profissão e os interesses dos clientes. E apenas pode ser exercido por representação legal e sob chancela da mesma!

Por conseguinte, os corretores de seguros devem se informar sobre essas alterações e compreender como elas impactam não apenas suas atividades, mas também os direitos dos consumidores. Embora não sejam todos os corretores associados a sindicatos regionais, é fundamental que expressem seu descontentamento e busquem apoio junto aos representantes regionais o objetivo maior de uma união que deveria perdurar. O envolvimento ativo na defesa dos interesses da profissão é indispensável para garantir que nossas preocupações sejam ouvidas e consideradas. Por isso, usem o contato direto com os sindicatos regionais de cada estado, a fim de também conseguirem demandar por exemplo direto dos corretores de seguros.

Neste momento, o uso das prerrogativas sindicais transcende questões políticas e se torna uma necessidade orgânica para a sobrevivência da profissão. Sem uma representação adequada, torna-se impossível posicionar-se de maneira eficaz e defender os interesses da corretagem de seguros. A recente carta de descontentamento do organismo máximo da corretagem, que foi clara e objetiva, reforçou a importância do corretor de seguros como intermediário essencial no processo de contratação e gestão de seguros do cliente.

Além disso, a nossa atuação também deve incluir a promoção e o apoio à inclusão de coberturas obrigatórias para eventos como alagamentos e desmoronamentos, como um outro exemplo demandado pelos sindicatos. A necessidade de proteger os clientes de forma abrangente deve ser uma prioridade, e a inclusão dessas coberturas é um passo importante para garantir uma proteção adequada.

Caros colegas corretores, após 25 anos escrevendo neste setor, posso afirmar que o momento atual é delicado e requer uma resposta unificada. Porque as ameaças enfrentadas são diversas e significativas, tornando a união em torno das questões profissionais mais importante agora do que nunca.

Armando L Francisco
Jornalista e Corretor de Seguros