O paradoxo do marketing: mais engajamento e menos diálogo
*Diana Rodrigues, diretora de Marketing e Comunicação da TOTVS
A maneira como nos comunicamos hoje nas redes sociais mudou drasticamente. Lembra quando a curtida era só o início de uma conversa? A gente se via no feed, interagia com um comentário, dizia “adorei” ou, no mínimo, elogiava de forma espontânea. Esse tipo de interação, que ajudava a estabelecer conexões, foi dando espaço a algo mais rápido, automático e superficial. E, claro, estou falando do "like" dos stories, ou a curtida aqui no LinkedIn.
Hoje, com apenas um toque na tela, podemos engajar com qualquer coisa que vemos. Não precisamos mais escrever, comentar ou puxar assunto. O simples gesto de curtir é uma forma de nos fazer sentir parte de uma conversa, mesmo que a gente não tenha dito uma palavra. O marketing, que confesso, tem obsessão por engajamento e métricas, abraçou essa ideia de forma plena. Porém, por mais que tudo isso tenha se tornado a norma, algo está se perdendo no caminho: o ato de realmente se conectar.
Será que, ao focarmos tanto nos números e nas reações rápidas, estamos esquecendo a essência da comunicação? O WhatsApp, por exemplo, também passou a oferecer uma nova possibilidade de interação. As reações rápidas substituíram as palavras, tornando as conversas mais rasas e menos personalizadas. Um simples "emoji" se tornou a resposta definitiva. E, embora tudo isso seja extremamente eficiente, será que a comunicação não está perdendo sua profundidade? A falta de comunicação verbal tem feito com que as interações digitais sejam mais impessoais e menos significativas.
Em uma busca rápida pela internet, é fácil encontrar matérias que informam "Brasileiros que passam mais tempo nas redes sociais são os que têm ansiedade", "Registros de ansiedade entre crianças e jovens superam os de adultos pela 1ª vez no Brasil" e "Como as redes sociais afetam a saúde mental?". O impacto psicológico dessa nova dinâmica social é um tema urgente e nós como marketing, precisamos falar sobre isso.
Marcas não podem mais se limitar a métricas de engajamento sem considerar o contexto em que operam. A mesma tecnologia que facilita conexões pode estar reforçando padrões que isolam, geram pressão e aumentam a ansiedade. Se o papel do marketing sempre foi entender o consumidor, agora ele precisa ir além: como construir narrativas que incentivem interações mais saudáveis? Como equilibrar a busca por atenção com um impacto positivo na experiência digital? As redes sociais não vão desaparecer, mas podem evoluir. A questão é: como as marcas querem fazer parte dessa mudança?
Se estamos tão voltados para a eficiência, é importante refletirmos sobre o que estamos trocando em nome da praticidade. A questão não é apenas sobre curtidas ou reações rápidas, mas sobre o que estamos abrindo mão neste processo. Criamos tecnologias para otimizar tempo, simplificar tarefas e conectar pessoas, mas, ironicamente, nunca estivemos tão sobrecarregados e tão distantes uns dos outros.
O marketing, como grande catalisador de tendências, tem um papel crucial nesse cenário. Ele pode continuar alimentando interações superficiais ou pode encontrar caminhos para promover conexões mais autênticas, que valorizem a conversa e não apenas o engajamento instantâneo. O desafio não está em abandonar as formas de interação, mas em entender como torná-las mais humanas.
Porque um like nunca será tão poderoso quanto uma conversa. E, se quisermos que a comunicação evolua sem perder sua essência, talvez seja hora de lembrar que, por trás de cada tela, ainda existem pessoas buscando se conectar de verdade.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/
<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte... www.segs.com.br
<::::::::::::::::::::>
No Segs, sempre todos tem seu direito de resposta, basta nos contatar e sera atendido. - Importante sobre Autoria ou Fonte..: - O Segs atua como intermediario na divulgacao de resumos de noticias (Clipping), atraves de materias, artigos, entrevistas e opinioes. - O conteudo aqui divulgado de forma gratuita, decorrem de informacoes advindas das fontes mencionadas, jamais cabera a responsabilidade pelo seu conteudo ao Segs, tudo que e divulgado e de exclusiva responsabilidade do autor e ou da fonte redatora. - "Acredito que a palavra existe para ser usada em favor do bem. E a inteligencia para nos permitir interpretar os fatos, sem paixao". (Autoria de Lucio Araujo da Cunha) - O Segs, jamais assumira responsabilidade pelo teor, exatidao ou veracidade do conteudo do material divulgado. pois trata-se de uma opiniao exclusiva do autor ou fonte mencionada. - Em caso de controversia, as partes elegem o Foro da Comarca de Santos-SP-Brasil, local oficial da empresa proprietaria do Segs e desde ja renunciam expressamente qualquer outro Foro, por mais privilegiado que seja. O Segs trata-se de uma Ferramenta automatizada e controlada por IP. - "Leia e use esta ferramenta, somente se concordar com todos os TERMOS E CONDICOES DE USO".
<::::::::::::::::::::>

Adicionar comentário