Covid-19 e obesidade: os principais riscos nessa relação
Endocrinologista destaca desafio
“O principal desafio antes e durante esta pandemia pelo Sars-Cov-2 é o reconhecimento da obesidade como uma doença crônica, recidivante, multifatorial. É alarmante a quantidade de pacientes que apresentam obesidade e são infectados por esse vírus”, comenta Dr. Marcio Mancini, endocrinologista especialista em obesidade e síndrome metabólica da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
Segundo Dr. Mancini, os casos mais graves têm obesidade marcante. “É claro que ao chegar numa UTI esses pacientes não estão sendo avaliados quanto ao IMC, ali não é o foco. Mas é sabido que mais da metade deles está acima do peso e é um problema sério que esses indivíduos não estejam sendo diagnosticados com obesidade”.
Os principais riscos na relação entre covid-19 e obesidade são:
Aumento da superfície corporal. As gotículas aerossóis - provocadas por tosse ou espirro - que infectam uma pessoa com obesidade têm uma maior superfície pra se depositar (veja estudo aqui).
Ventilação prejudicada. As bases pulamonares não têm aeração tão eficiente por causa da quantidade de tecido adiposo abdominal, que prejudica a expansão dos pulmões.
Refluxo do estômago, que pode levar a problemas pulmonares, uma vez que a pessoa pode aspirar esse refluxo que vai para os pulmões.
Hipercoagulabilidade, que está na fisiopatologia da lesão pulmonar pelo SARS-Cov-2.
Asma persistente grave, mais frequente em pessoas com obesidade.
Apneia do sono. Indivíduos que à noite têm episódios de paradas respiratórias, o que acarreta dessaturação do oxigênio.
Complicações: diabetes, hipertensão, doenças coronarianas, entre outras.
Menor imunocompetência. Vários estudos em animais e em humanos demonstram isso. Pessoas com obesidade têm uma menor atividade citotóxica das células que detectam e destroem invasores, sejam vírus, bactérias e mesmo células pré-cancerígenas. Por isso, pacientes com obesidade estão entre os grupos de risco para a infecção do novo coronavírus. Em epidemias virais anteriores, as pessoas com obesidade tinham uma carga viral maior e um tempo maior de clareamento do vírus. Isso seria um indicativo de que, além de mais suscetíveis a uma infecção mais grave, transmitem mais e por mais tempo.
Sobre a SBEM-SP
A SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo) pratica a defesa da Endocrinologia, em conjunto com outras entidades médicas, e oferece aos seus associados oportunidades de aprimoramento técnico e científico. Consciente de sua responsabilidade social, a SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>