11º Encontro de Lideranças: Fenacor apresenta o PDMIS

Ele explicou que o PDMIS terá cinco pilares: a ampliação da receita do Corretor de Seguros; a defesa do consumidor; a participação ativa dos corretores qualificados (incluindo o capital humano e as inovações e tecnologias); a oferta de mais serviços; e a diversificação de atuação em ramos pouco explorados.

Para atender a esses pilares, foram listadas 10 propostas/metas centrais.

As principais são o monitoramento e a expansão das receitas de corretagem; a expansão das receitas obtidas pelo Corretor de Seguros com serviços de consultoria, gestão de riscos, etc.; e a definição de uma agenda para melhor qualificação do Corretor e sua força de trabalho, incluindo o treinamento, a autorregulação, ética e imagem, a certificação diferenciada, entre outras.

O Plano também estabelece como prioridades a realização de uma análise pioneira do SWOT, para que se possa identificar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o mercado de intermediação; reforçar e divulgar o compromisso pétreo do Corretor como representante do consumidor; e oferecer suporte técnico a sugestões de medidas arrojadas à Susep em benefício dos consumidores.

São previstas ainda a definição de metas quantitativas abertas por segmento; a adoção de uma metodologia pioneira de tratamento de dados para o monitoramento contínuo da corretagem e outros indicadores; e a adoção de medidas para corrigir os desvios não desejados.

Por fim, O PDMIS busca definir uma agenda de ações viáveis, estabelecida em acordo com as lideranças do mercado de Corretores; e a busca de maior visibilidade e divulgação na mídia dos avanços do Plano.

Segundo Cláudio Contador, a receita anual da corretagem está estimada em aproximadamente R$ 52 bilhões, com faturamento médio de R$ 350 mil, considerando o universo de 62 mil empresas Corretoras de Seguros de 80 mil profissionais autônomos. “Há uma concentração da corretagem nos seguros de riscos, com 91% do total da receita”, revelou o economista, acrescentando que a receita da corretagem precisa ter o mesmo crescimento que a dos prêmios de seguros, o que “ainda não acontece”.

Ele frisou ainda que existem fatores que sugerem a necessidade de um tratamento específico para o mercado de intermediação. Nesse contexto, o PDMIS surge como “o instrumento adequado para identificar as causas dos desvios”.

O Plano também projeta possíveis cenários para a próxima década (até 2035), considerando o ambiente econômico internacional e doméstico e informações isentas e com credibilidade.

A base dessa projeção é sustentada por projeções quantitativas das variáveis-chave macroeconômicas relevantes, que serão extraídas das consultorias internacionais FocusEconomics (Espanha) e Consensus Economics (Inglaterra); e por cenários fundamentados nas análises das duas maiores empresas privadas independentes de análise macroeconômica do mundo.
Dessa forma, a modelagem do PDMIS integra o comportamento das receitas de prêmios e de corretagem com diversas variáveis macroeconômicas.

Serão feitas ainda simulações estruturadas para prêmios e corretagem, o que permite o acompanhamento e monitoramento das duas variáveis.

Os resultados das estatísticas do mercado de corretagem – receitas e taxa de corretagem – e das sondagens poderão ser disponibilizadas nos sites da Fenacor, ENS, IBDCOR e de outras instituições.

As séries históricas mensais das variáveis da corretagem podem servir também para sistemas de previsão.

De acordo com Cláudio Contado, a intenção é combinar “termômetros” com “barômetros” (sinais de alerta).

ABERTURA

A abertura do 11º Encontro de Lideranças foi feita pelo presidente da Fenacor, Armando Vergilio, que saudou os presidentes e dirigentes dos Sincors e lideranças do mercado presentes, fez um resumo da programação e destacou a extrema relevância das ações que a federação vai implementar em breve.

Armando Vergílio também reforçou a necessidade de união e diálogo para o desenvolvimento do setor de seguros no país.

O presidente da Fenacor ressaltou ainda o trabalho em andamento para a construção do PDMIS com horizonte até 2035 e convocou o setor para contribuir com o projeto. “O Plano Diretor deve estar pronto até o mês de março. Mais do que convidamos, convocamos a CNseg e seu ecossistema para trazerem suas sugestões, críticas e observações sobre o que podemos fazer e como agir”, afirmou.

Por sua vez, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, ressaltou que, apesar do bom momento vivido pelo mercado, ainda há um longo caminho a percorrer. Segundo ele, é preciso superar a acomodação e ampliar a oferta de produtos. “Estamos num ótimo momento do mercado, mas não podemos nos acomodar. Temos um mundo para fazer em seguros”, disse.

O presidente da CNseg reforçou que ainda existem lacunas importantes, como a ausência de seguros para áreas estratégicas. “O Brasil é um país que tem um parque hidráulico gigante e não tem seguro para barragem, por exemplo. Temos que reconhecer as nossas deficiências”, observou.

Dyogo Oliveira também destacou a importância do PDMIS e a necessidade de fortalecer a atuação conjunta entre seguradoras e Corretores. Para ele, tecnologia deve ser vista como meio, e não como finalidade. “O objetivo é vender seguro, tudo o mais é ferramenta. Se não chegarmos à última milha, que é o convencimento do cliente, não vamos cumprir nossa função social”, afirmou, reforçando o compromisso da CNseg com as pautas apresentadas.

Durante o e encontro houve ainda apresentações do CEO da unidade de negócios Porto Seguro do grupo Porto, Rivaldo Leite; e do CEO da Capemisa Seguradora, Jorge Andrade, que falaram sobre ações e projetos de suas empresas e sobre o desempenho do mercado de seguros.