Disparidades regionais em longevidade reforçam importância do planejamento financeiro

O Indicador de Longevidade Pessoal (ILP) 2025 foi realizado pela Edelman em parceria com a Bradesco Seguros. Ele detalhou como os brasileiros encaram o envelhecimento e o bem-estar. Destacou que a longevidade no país não depende apenas do tempo vivido, mas de como cada território enfrenta seus próprios desafios sociais, emocionais e econômicos.

O estudo analisou o panorama da longevidade em 10 estados brasileiros. Superou a média nacional de 61 pontos em regiões como São Paulo (64 pontos) e Rio de Janeiro (63 pontos). Enquanto isso, o Paraná apresentou o menor índice geral (59 pontos), reflexo de maiores desafios nos pilares de saúde mental e finanças pessoais.

O planejamento de longo prazo emerge como um desafio central em todo o país. O ILP 2025 aponta que duas a cada três pessoas não possuem reserva para a aposentadoria. Embora o hábito de poupar cresça com a idade (41% das pessoas com 50 anos ou mais têm algum fundo, contra 31% dos jovens entre 18 e 29 anos), a falta de preparo financeiro é uma constante.

Para Alexandre Nogueira, diretor de Marketing, Comunicação e Canais de Relacionamento, o foco está na busca incessante por uma vida plena, com qualidade e bem-estar em todos os aspectos: físico, mental e financeiro. “Este é o alicerce do nosso trabalho e o foco da nossa missão. O compromisso é garantir que cada indivíduo possa viver essa longevidade com dignidade, segurança e satisfação.”

Os dados regionais reforçam que no Distrito Federal (60 pontos), 67% dos entrevistados afirmam não possuir reservas para a aposentadoria, apesar de 40% declararem se esforçar para alcançar metas financeiras de longo prazo. No Pará (62 pontos), o financeiro é o principal desafio, com apenas 19% declarando que os gastos foram menores que a renda nos últimos 12 meses. No Rio Grande do Sul (61 pontos), o desafio financeiro é universal, com 71% das pessoas declarando possuir dívidas e apenas 36% demonstrando segurança em pagá-las no futuro.

O estudo também trouxe percepções sobre o bem-estar emocional, revelando que a satisfação pessoal cresce com a idade: 56% das pessoas com 50 anos ou mais dizem sentir-se bastante, ou extremamente bem consigo mesmas. Segundo os pesquisadores, a longevidade emocional não se restringe a viver mais, mas a aprender a estar bem consigo mesmo ao longo do tempo.

No entanto, a consciência sobre o que significa longevidade ainda é limitada em alguns locais. No Distrito Federal, apesar de 79% buscarem novas habilidades, apenas 36% sabem exatamente o que significa longevidade. Já no Paraná, 30% consideram a longevidade uma prioridade em suas vidas.

Alexandre Kalache, médico-gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil – ILC-BR, efetuou um comparativo sobre a pesquisa em relação ao que foi relatado em 2024 e 2025, ao acrescentar o levantamento realizado por região. “No ano passado, apresentamos os dados para o país. Nessa última pesquisa, aprofundamos a análise por regiões. Meu objetivo é que o levantamento possa ser feito para cada um de vocês, que vivem a longevidade, permitindo a identificação e análise longitudinal. Por exemplo, seria atraente que escolas secundárias pudessem realizar esse estudo, envolvendo grupos com 18, 20 anos ou no início da carreira universitária, utilizando os resultados como um indicador ou instrumento para promover discussões sobre longevidade”, concluiu.