Comprar carro pela empresa pode gerar economia de até 21% em cinco anos
Aquisição em nome da pessoa jurídica pode reduzir custos, mas exige governança para evitar riscos fiscais e sucessórios
Famílias empresárias e empreendedores que cogitam adquirir um veículo pelo CNPJ em vez do CPF podem encontrar vantagens financeiras relevantes. De acordo com cálculo da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), a compra de um automóvel de R$ 200 mil por uma empresa no regime do Lucro Real pode representar economia de até 21% em cinco anos. O levantamento, realizado pela planejadora financeira Paula Bazzo, CFP®, comparou os custos da aquisição no CPF e no CNPJ e apontou que o benefício líquido pode chegar a R$ 78 mil no período, considerando fatores como desconto, aproveitamento de créditos e depreciação fiscal.
Na simulação feita pela Planejar, o carro comprado pela pessoa jurídica apresentou desconto médio de 15% em relação ao valor para pessoa física, reduzindo imediatamente o custo de aquisição e o valor financiado. Além disso, empresas no Lucro Real podem se creditar de PIS e Cofins e lançar depreciação fiscal de 20% ao ano, abatendo despesas de manutenção, combustível e seguro. Combinados, esses fatores resultam em um custo líquido de R$ 299,5 mil contra R$ 377,8 mil no caso do veículo adquirido por pessoa física. O resultado mostra que a economia é significativa e se consolida ao longo do tempo.
Segundo Bazzo, a diferença entre os regimes tributários é decisiva. Empresas no Lucro Real usufruem do maior volume de benefícios, enquanto as que optam pelo Lucro Presumido têm dedutibilidade restrita, o que limita a vantagem a cerca de 10% no mesmo período. Já no Simples Nacional, praticamente não há espaço para aproveitamento tributário, e a compra tende a ser equivalente à realizada por pessoa física. “O empresário precisa avaliar se os ganhos justificam a complexidade administrativa e tributária, pois nem sempre a aquisição pelo CNPJ será o caminho mais vantajoso”, explica a planejadora.
A análise manteve custos semelhantes para itens como IPVA, manutenção, seguro e licenciamento, de modo a comparar de forma equilibrada os dois cenários. Em alguns estados, veículos de frotistas podem obter alíquotas diferenciadas de IPVA ou seguros corporativos mais baratos, mas esse não é um benefício universal. No caso do financiamento, a taxa utilizada foi a mesma para pessoa física e jurídica, de 30% ao ano. Ainda assim, como o valor de aquisição pelo CNPJ é menor, houve impacto positivo na redução de juros totais, ampliando a diferença entre os dois modelos ao longo do contrato.
Apesar do potencial de economia, Bazzo alerta que a utilização do bem precisa ser compatível com a atividade empresarial. Se o veículo for utilizado para fins pessoais pelos sócios, a Receita Federal pode questionar a dedutibilidade das despesas, exigir recolhimento retroativo de tributos e aplicar multas. Por isso, a recomendação é que a empresa mantenha registros de uso, contratos e controles contábeis claros para mitigar riscos. Sem essa documentação, o benefício obtido pode ser anulado, trazendo prejuízos financeiros e desgaste para os administradores.
Na perspectiva de governança, o consultor Arnaldo Rebello, especialista da GoNext Governança & Sucessão, destaca que a aquisição de bens em nome da empresa deve estar acompanhada de regras claras sobre o uso e a administração desses ativos. Para ele, a ausência de diretrizes pode gerar conflitos familiares e empresariais, sobretudo no processo de sucessão. “A governança garante que o patrimônio cumpra sua finalidade e não se torne foco de disputas. A clareza na gestão ajuda a preservar tanto a harmonia familiar quanto a perenidade dos negócios”, afirma.
Rebello ainda explica que instrumentos como protocolos familiares, conselhos e comitês de gestão são importantes para profissionalizar a administração dos bens e garantir que decisões patrimoniais não sejam confundidas com questões pessoais. A transparência na condução das regras assegura estabilidade e reduz riscos de litígios no futuro, preservando tanto a empresa quanto a família. Essas medidas tornam a sucessão mais previsível e eficiente, promovendo um ambiente de cooperação e alinhamento entre os herdeiros.
Ainda segundo o consultor, a clareza na definição do uso e da destinação dos ativos protege o legado familiar e amplia a continuidade dos negócios. Com a governança, a aquisição de veículos e outros bens empresariais passa a ser administrada de forma mais eficiente e sustentável. “A previsibilidade nos processos diminui as chances de impasses e dá segurança jurídica às transações, favorecendo a confiança entre sócios, gestores e sucessores. Esse alinhamento fortalece a capacidade de a empresa atravessar gerações sem rupturas”, pontua o especialista.
A experiência mostra que a decisão de comprar um carro pelo CNPJ deve ser analisada sob diferentes prismas: tributário, contábil e de governança. O cálculo da Planejar indica que há espaço para economia relevante, mas os ganhos só se consolidam quando acompanhados de gestão adequada e regras bem definidas para a administração do patrimônio. Mais do que buscar a redução imediata de custos, se trata de estruturar escolhas que demonstrem a sustentabilidade dos negócios e a proteção do legado familiar para o futuro.
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