Golpes Digitais no Brasil: Como Empresas e Usuários Podem se Proteger
Com alta de 80% nas fraudes do PIX em 2024, criminosos usam controle remoto de dispositivos para esvaziar contas; gestão centralizada é aliada na prevenção
Por Vinicius Boemeke*
O Brasil vive um momento de atenção máxima no combate aos crimes cibernéticos. Apenas no primeiro trimestre de 2025, foram registradas mais de 5 milhões de tentativas de golpes digitais no país, reflexo da sofisticação crescente das quadrilhas e da dificuldade de usuários e empresas em acompanhar a evolução dessas ameaças. Entre os tipos mais comuns, destacam-se as fraudes financeiras, como golpes envolvendo o Pix, e os ataques por controle remoto de dispositivos, que, embora possam se cruzar, têm características distintas.
As fraudes com Pix vêm crescendo de forma alarmante. De acordo com o Banco Central, 2024 fechou com 4,7 milhões de golpes relacionados à ferramenta, totalizando prejuízos de R$ 6,5 bilhões — um aumento de 80% em relação ao ano anterior. Esse tipo de golpe envolve abordagens como clonagem de WhatsApp para solicitar transferências, centrais de atendimento falsas que induzem as vítimas a autorizar movimentações financeiras e boletos adulterados enviados por e-mail ou aplicativos de mensagem. Embora a devolução de valores seja possível em alguns casos, apenas 7% do montante foi efetivamente recuperado no último ano.
Paralelamente, cresce também a ameaça dos golpes por controle remoto. Nesse caso, o criminoso orienta a vítima a instalar aplicativos legítimos como AnyDesk ou TeamViewer, sob o pretexto de oferecer suporte técnico ou atendimento bancário. Com o acesso ao aparelho, passa a ter controle total sobre ele, podendo não apenas realizar transferências, mas também alterar senhas de e-mails e redes sociais, acessar sistemas corporativos e comprometer informações sigilosas. Esse tipo de fraude é particularmente perigoso em ambientes empresariais, onde dispositivos móveis são usados para acessar sistemas internos e dados sensíveis, ampliando significativamente os riscos para as organizações.
Como as empresas podem se prevenir?
Nesse cenário, as empresas têm papel fundamental na prevenção. Com o dispositivo corporativo consolidado como uma extensão do ambiente de trabalho, especialmente em modelos híbridos ou com equipes externas, a gestão desses dispositivos precisa ser tratada como prioridade estratégica.Plataformas de Mobile Device Management (MDM) permitem monitorar dispositivos em tempo real, bloquear aplicativos não autorizados (como ferramentas de controle remoto), impedir a instalação de apps por fontes desconhecidas, aplicar atualizações de segurança, restringir conexões a redes Wi-Fi não seguras e, em caso de perda ou roubo, bloquear ou apagar remotamente os aparelhos. Essas medidas criam múltiplas camadas de proteção alinhadas às melhores práticas de segurança digital e privacidade de dados.
No entanto, a tecnologia sozinha não resolve o problema. É essencial que as empresas invistam também em educação e conscientização contínua dos colaboradores, com treinamentos que os ajudem a identificar mensagens e ligações fraudulentas, evitar redes Wi-Fi públicas, especialmente as não seguras, usar autenticação de dois fatores e verificar a origem de links suspeitos.
Esse tipo de orientação não apenas protege a organização, mas também prepara os funcionários para se defenderem em sua vida pessoal, criando um impacto positivo que vai além do ambiente corporativo. Políticas claras sobre uso de dispositivos, regras para acesso remoto, listas oficiais de contatos salvas nos aparelhos e procedimentos de verificação com fornecedores são outras medidas indispensáveis para mitigar riscos.
O crescimento dos golpes digitais evidencia que as ameaças evoluem na mesma velocidade que as inovações. Para enfrentá-las, é preciso uma combinação de tecnologia, processos e cultura de segurança. Empresas que adotam uma abordagem estruturada, unindo ferramentas como o MDM a práticas educativas e de governança, não apenas reduzem riscos internos como também contribuem para um ecossistema digital mais seguro para todos. Estar preparado, hoje, deixou de ser um diferencial: tornou-se condição básica para operar com responsabilidade no mundo digital.
Vinicius Boemeke é Co-Founder & CEO da Pulsus
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