Como Criar uma Identidade Visual Única em um Mercado Cheio de Cópias
Em meio à repetição estética nas redes, Prof. Laqua defende o mergulho autoral como caminho para uma assinatura visual reconhecível e emocionalmente potente
Uma pesquisa publicada no arXiv, intitulada “DRAW: Deep networks for Recognizing styles of Artists Who illustrate children’s books”, mostrou que tanto crianças quanto algoritmos conseguem identificar estilos autorais únicos em ilustrações infantis, com taxas de acerto superiores a 90%. Isso reforça a tese de que a identidade visual não é apenas uma construção estética, mas uma forma de linguagem que pode ser percebida e reconhecida por diversos públicos. Em um cenário marcado pela facilidade de acesso a referências visuais e pela cultura do “copiar e colar”, desenvolver uma assinatura visual própria tornou-se um dos maiores desafios, e diferenciais para ilustradores que buscam relevância e autenticidade.
Para Guilherme Bevilaqua, ilustrador infantil conhecido artisticamente como Prof. Laqua, a identidade visual nasce de um processo de escuta, empatia e autorreflexão. “A primeira pergunta que o artista precisa se fazer não é ‘como vou desenhar isso?’, mas ‘por que estou desenhando isso?’. A intenção é o ponto de partida da identidade”, afirma. Segundo ele, muitos ilustradores iniciantes acabam se perdendo na repetição de estilos que fazem sucesso nas redes, mas que não carregam sua história pessoal. “Copiar é fácil, criar exige coragem. Você precisa estar disposto a errar com sua própria voz, não acertar com a dos outros”, diz.
Com 27 anos de carreira e milhares de páginas ilustradas, Laqua defende que não basta desenhar bem: é preciso desenhar com propósito. “A técnica é importante, mas não é ela que conecta. O que conecta é o sentimento que a imagem carrega, e isso só vem quando o ilustrador coloca sua vivência ali.” Para ele, os artistas devem explorar suas próprias referências emocionais, culturais e estéticas, transformando suas memórias e experiências em material gráfico. “Ilustrar é escrever com imagem. E toda escrita autoral nasce de dentro”, explica.
Para desenvolver uma identidade visual autêntica, Laqua propõe algumas práticas que combinam técnica e autoconhecimento. Ele recomenda que o artista se observe com regularidade e documente seus processos criativos. “Rever seus próprios cadernos antigos é como olhar para fotos da infância: você começa a entender quem você sempre foi”, comenta. Outra sugestão é aplicar seu traço em diferentes contextos e temáticas. “Não adianta ter um estilo que só funciona em um tipo de história. A identidade precisa ser flexível, mas reconhecível.” Laqua também incentiva o uso consciente das referências externas. “Toda influência pode ser uma ponte, mas nunca um atalho. O perigo é usar demais o que vem de fora e silenciar o que vem de dentro.”
Para ele, o principal sinal de que alguém encontrou sua identidade visual é o reconhecimento emocional do público. “Quando uma criança olha uma imagem e diz ‘parece comigo’, ou quando um leitor lembra do seu desenho dias depois, você sabe que deixou sua marca. E essa marca não está na perfeição, mas na verdade do que foi feito.” Em tempos em que a estética padronizada domina feeds e portfólios, Laqua acredita que a ousadia de ser original é um ato quase revolucionário. “Ser autoral é ter coragem de ser específico, de ser falho, de ser você. E isso é o que mais falta hoje.”
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