Câmbio e comércio exterior: estratégias para lidar com a oscilação do dólar

A volatilidade do dólar segue como um dos principais desafios para empresas brasileiras que operam no comércio exterior. Seja na importação de insumos ou na exportação de produtos, a variação cambial impacta diretamente os custos, margens de lucro e a competitividade global.

Em um cenário de instabilidade geopolítica, juros elevados e políticas protecionistas, ter uma estratégia de câmbio bem estruturada deixou de ser uma vantagem para se tornar uma necessidade. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 57% das empresas brasileiras que exportaram em 2024 relataram entraves cambiais como um dos principais gargalos. A exposição às oscilações do dólar, sem planejamento prévio, compromete o fluxo de caixa e a precificação dos produtos no exterior.

Para se blindar da volatilidade, especialistas recomendam uma abordagem integrada que contemple desde instrumentos financeiros como contratos de hedge, contas em moeda estrangeira e operações a termo até a automatização da gestão cambial por meio de plataformas tecnológicas. O apoio de especialistas no setor é outro fator decisivo para minimizar riscos.

Empresas que contam com consultoria em câmbio conseguem estruturar políticas de gestão mais sólidas, negociar melhores condições com bancos e operadoras financeiras, além de acessar inteligência de mercado para diversificação de moedas e destinos.

“A gestão cambial precisa deixar de ser um ponto cego e passar a integrar o planejamento estratégico. Estamos falando de decisões que impactam diretamente na saúde financeira e na capacidade de expansão das empresas”, alerta Thiago Oliveira, CEO da Saygo, holding brasileira especializada em comércio exterior, câmbio e tecnologia para operações internacionais. Com mais de 23 anos de atuação no setor, a empresa assessora mais de 3 mil negócios no Brasil e no exterior.

A própria Saygo desenvolveu uma solução chamada Vision, que centraliza informações logísticas, financeiras e regulatórias em tempo real, permitindo o controle cambial, projeção de cenários e emissão de alertas, além de uma redução do esforço das equipes internas, gerando mais economia e tempo para os profissionais. “Não basta apenas saber o valor do câmbio no dia. É preciso ter visibilidade de toda a operação para tomar decisões estratégicas com base em dados”, explica Oliveira. Além disso, mecanismos como o regime de Drawback que permite a suspensão ou isenção de tributos para insumos importados usados em produtos exportados têm ganhado adesão entre empresas industriais que buscam maior competitividade internacional.

Já para os importadores, o Regime Especial de Alagoas vem se destacando como uma alternativa estratégica, contribuindo com a redução da alíquota de ICMS e possibilitando uma diminuição de custos de importação em até 70%. O modelo adotado pelo estado tem chamado a atenção por proporcionar ganhos expressivos de competitividade às empresas que operam com planejamento fiscal e consultoria especializada.

Com as recentes tarifas aplicadas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, muitas empresas têm direcionado seus esforços para a Europa e o Sudeste Asiático. No entanto, essa diversificação de mercados também exige uma gestão cambial mais robusta, dado o aumento da exposição a outras moedas além do dólar, como o euro e o iene. “Aqueles que conseguem alinhar eficiência operacional, inteligência cambial e visão estratégica sairão fortalecidos do atual cenário de incerteza global”, conclui Oliveira.

Sobre a Saygo

A Saygo é uma holding brasileira especializada em comércio exterior, formada pela unificação da Proseftur Assessoria em Comércio Exterior e da Zebra Corretora de Câmbio. Com mais de 23 anos de experiência, a empresa oferece soluções integradas para importadores e exportadores, abrangendo assessoria em operações internacionais, serviços cambiais e desenvolvimento de tecnologias para otimização de processos globais. Seu compromisso é auxiliar empresas a ingressarem e expandirem suas atividades no mercado internacional, proporcionando estratégias inovadoras e suporte especializado.

Sobre Thiago Oliveira

Thiago iniciou sua trajetória empreendedora há mais de 20 anos. Com um Monza e dinheiro emprestado, fundou seu primeiro negócio em logística, que anos depois seria vendido por milhões de dólares. Tornou-se sócio da maior aceleradora de startups da América Latina, a ACE, e do maior Venture Capital da região, a Bossanova Investimentos.

Ao identificar os desafios enfrentados por importadores e exportadores no fechamento de câmbio, fundou a corretora de câmbio do grupo, inicialmente chamada Zebra e agora Saygo Câmbio, transformando o setor. Além de empreendedor, é mentor e conselheiro de diversas empresas e cofundador da Oliveira Foundation, ONG que já impactou mais de 100 mil crianças em países de língua portuguesa. Seu foco está em soluções cambiais, desenvolvimento tecnológico e estratégias para expansão internacional de empresas.