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Erro oculto nas startups: negligenciar segurança do trabalho com gestão antiga

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Roneia Forte
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Erro oculto nas startups: negligenciar segurança do trabalho com gestão antiga

A falsa ideia de que segurança ocupacional é problema de indústria está custando caro para startups e empresas de tecnologia. Perícia técnica não é coisa do chão de fábrica, é questão de sobrevivência no mercado digital.

Coworkings, open spaces, mesas de sinuca, café à vontade e equipes conectadas em dezenas de plataformas digitais. O ambiente das startups e empresas de tecnologia transborda modernidade na estética, mas nem sempre na gestão dos riscos ocupacionais. E é aqui que mora um dos maiores erros, silencioso, invisível e altamente custoso.

A maioria desses negócios ainda opera sob a falsa crença de que segurança do trabalho, perícia técnica e gestão de riscos ocupacionais são obrigações restritas à indústria pesada, ao chão de fábrica ou à construção civil. Nada poderia estar mais distante da realidade.

“O que muitas startups não percebem é que os riscos modernos não são feitos apenas de máquinas e estruturas físicas, mas também de sobrecarga mental, ergonomia negligenciada, jornadas desreguladas, esgotamento, pressão por entregas e adoecimento psicológico silencioso”, afirma Edgar Bull, perito judicial especialista em segurança do trabalho e gestão de passivos trabalhistas.

O problema não é a tecnologia. É a cultura ultrapassada de gestão.

Startups e empresas digitais nasceram para quebrar paradigmas, mas e quando o assunto é a gestão da saúde e segurança dos próprios times?

Ambientes desestruturados, jornadas imprevisíveis, metas agressivas, falta de pausas, ergonomia ignorada e ausência de qualquer protocolo formal de gestão de risco estão na raiz do adoecimento de milhares de profissionais do setor.

E se antes esse cenário era invisível, agora virou estatística e, cada vez mais, está virando processo.

- Síndrome de Burnout? Disparou no setor tech.
- Lesões osteomusculares? Frequentes em ambientes 100% digitais.
- Afastamentos por transtornos mentais? Crescem ano após ano nas empresas de tecnologia.
- Passivos trabalhistas milionários? Já fazem parte da realidade do mercado de startups.

Por que a perícia técnica é tão essencial para o mercado digital?

A atuação do perito técnico não está ligada ao tipo de negócio, mas sim às condições reais de trabalho, aos riscos ocupacionais, sejam físicos, químicos, ergonômicos ou psicossociais, e à capacidade da empresa de prevenir, mitigar e controlar esses riscos.

“A empresa pode ser 100% digital, mas se não gerencia corretamente as condições ergonômicas, a sobrecarga mental e o ambiente psíquico do trabalho, ela acumula exatamente os mesmos riscos e os mesmos passivos que qualquer outro setor”, alerta Edgar Bull.

A perícia técnica serve para:

- Avaliar riscos ergonômicos em ambientes de trabalho digital;
- Mapear fatores psicossociais de risco, como Burnout, assédio organizacional, metas abusivas e sobrecarga emocional;
- Estruturar laudos que comprovem que a empresa cumpre sua parte na gestão de segurança e saúde;
- Antecipar riscos trabalhistas, evitando que problemas invisíveis virem ações judiciais;
- Blindar juridicamente a empresa diante de afastamentos, denúncias e processos.

O preço da negligência: quando o passivo chega antes do investidor

No universo das startups, velocidade e escalabilidade são palavras de ordem. Mas o que muitos founders e investidores estão começando a descobrir é que não há escalabilidade que sobreviva ao custo oculto de um passivo trabalhista não gerenciado.

“Existe uma cultura que prioriza crescer rápido, contratar muito e estruturar pouco. Só que, quando começam os afastamentos, os pedidos de indenização, os processos por doenças ocupacionais ou assédio, o que antes parecia economia vira um prejuízo que cresce tão rápido quanto a própria startup”, explica Edgar.

E mais: além dos custos financeiros, há impacto direto na reputação da empresa, na atração e retenção de talentos e, não raro, na viabilidade do próprio negócio.

Não existe empresa moderna sem gestão moderna de riscos

A mentalidade de que “nossa empresa não tem risco porque não é indústria” já não se sustenta no cenário atual. Segurança do trabalho não é um documento obrigatório, é parte da governança responsável, da sustentabilidade do negócio e da proteção jurídica da operação.

Perícia técnica, gestão de riscos e segurança ocupacional são hoje tão estratégicas quanto marketing, inovação, tecnologia e vendas.

Negócios digitais precisam entender, com urgência, que não existe inovação que sobreviva ao desprezo pelas obrigações mínimas de segurança, saúde ocupacional e gestão de passivos.

“Cuidar do risco não é só proteger o time. É proteger a operação, a escalabilidade e o próprio futuro do negócio. Empresas modernas não podem mais operar com uma gestão antiga, que só se preocupa com esses temas quando é tarde demais”, finaliza Edgar Bull.

Edgar Bull – Engenheiro e Perito Judicial Especialista em Segurança do Trabalho

Edgar Bull é Engenheiro Civil formado pela USP, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho e Higiene Ocupacional e bacharel em Direito. Com uma trajetória sólida e ampla experiência em perícias judiciais, ele atua como perito nos Tribunais Regionais do Trabalho da 2ª e 15ª regiões, além de ser membro ativo da Comissão de Perícias da OAB e professor de pós-graduação do SENAC. Responsável técnico pela EST da METRA (Medicina e Assessoria em Segurança do Trabalho), Edgar é referência em segurança do trabalho e avaliação de riscos, com um olhar especializado para a proteção dos trabalhadores e a conformidade legal das empresas.


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