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CVG-SP reúne associados para debater os rumos do seguro de vida no pós-pandemia

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Com novo formato e conteúdo, a terceira live da série Panorama Covid reuniu exclusivamente associados do CVG-SP, no dia 27 de outubro, em um fórum de debates online sobre as mudanças provocadas pela pandemia no seguro de vida. Os convidados André Luiz Motta, da Bradesco Vida e Previdência, e Leticia Doherty, da Seguros Unimed, compartilharam suas experiências como seguradores sobre os desafios da operacionalização do ramo em um cenário pandêmico.

Sob a mediação de Tiago Moraes, diretor de Relações com Mercado do CVG-SP e Head de Vida da Seguros Unimed, o evento abordou a desconstrução dos modelos atuariais vigentes, a alta sinistralidade, os efeitos na precificação, o desenvolvimento de novos produtos e as oportunidades para o seguro de vida.

O presidente do CVG-SP, Marcos Kobayashi, diretor Comercial Nacional Vida da Tokio Marine Seguradora, explicou que, diferentemente dos eventos convencionais, o novo formato prioriza o compartilhamento de experiências e análises técnicas. “A ideia é discutir a continuidade do segmento em um cenário de alta sinistralidade, novas formas de subscrição, produtos e oportunidades”, disse.

Para contextualizar o debate, o diretor Tiago Moraes apresentou dados recentes da pandemia sobre números de óbitos, letalidade por região e o avanço da vacinação. Em seguida, ele fez um retrospecto dos impactos da pandemia no seguro de vida, começando pela decisão da maioria das seguradoras de ignorar a exclusão do risco de pandemia das apólices e indenizar os sinistros provocados por covid-19.

A iniciativa das companhias, segundo Moraes, refletiu na sinistralidade do ramo. De acordo com a FenaPrevi, em 2021, o mercado de seguros indenizou R$ 4,6 bilhões de sinistros provocados por covid. Até julho deste ano, as indenizações já alcançaram R$ 3,5 bilhões. “Apesar do cenário catastrófico, o seguro de pessoas está crescendo quase 20% em decorrência da sensibilização e mudança de comportamento do consumidor”, disse.

Ensinamentos da pandemia

Moraes abriu o debate, perguntando, justamente, sobre a mudança na cultura do seguro de vida após a chegada da pandemia. Leticia Doherty confirmou a mudança e revelou que se surpreendeu com a súbita consciência de algumas pessoas em relação à morte. “É como se a morte fosse uma novidade trazida pela pandemia”, disse. “A pandemia veio para ensinar”, concluiu.

André Motta também constatou uma mudança de mindset das pessoas, que redescobriram o seguro de vida e as assistências, caso do auxílio funeral. “A preocupação com a morte acabou incentivando a procura por esses produtos”, disse. Em seguida, Moraes quis saber sobre o que o mercado aprendeu com a pandemia. Para Motta, o volume de sinistros desafiou o modelo de seguro de vida, não apenas em relação a preço, como também a atendimento ao cliente.

Como atuária, Leticia constatou que a segunda onda da pandemia “desconstruiu o modelo de seguro de vida” pensado para o início da crise. Com base na experiência de mercados internacionais na cobertura de catástrofes, ela observou que os acertos ocorrem após consecutivos erros. “O mercado é dinâmico e aprende com os acontecimentos. Não temos tudo sob controle e não sabemos o dia de amanhã. Então, nos permitimos errar para, com o tempo, acertar. Estes foram os aprendizados”, disse.

Moraes afirmou que o mercado fez as contas, estimou os impactos e projetou cenários para enfrentar a pandemia, que acabaram derrubados pelo aumento de casos. “No pior cenário projetado no início da pandemia, imaginávamos uma letalidade de 1,5%. Mas, erramos. A letalidade alcançou 2,8% em relação aos infectados”, disse. Mesmo assim, o mercado reagiu, segundo ele, simplificando documentações e agilizando indenizações. “O mercado passou a ser um local de acolhimento para as pessoas”, disse.

O risco covid

Outra questão debatida foram os mecanismos adotados pelo setor contra o risco covid-19. Leticia respondeu que, no início, a antisseleção era desconhecida. “Como tratar o indivíduo que hoje está bem, preenchendo a sua proposta, mas no dia seguinte começa a ter os sintomas?”. Com base nessa questão, ela conta que algumas seguradoras aumentaram os prazos de carência. Mas, com o crescimento da pandemia, o modelo precisou ser revisto e algumas companhias passaram a solicitar testes PCR.

Segundo Moraes, os seguros de vida coletivos sofreram maior impacto. “No vida individual, estamos falando de um risco, mas no vida em grupo são milhares”, disse. Ele observou que em alguns casos, os RHs das empresas perderam o controle sobre o volume de funcionários afastados por covid. Para Leticia, essa experiência traz aprendizados, inclusive para as empresas. “O cuidado que temos na subscrição é uma forma de educar as empresas, um trabalho de formiguinha”, disse.

Preços em alta

“Como serão os preços nas renovações do seguro de vida?”, perguntou Moraes. De acordo com Leticia, no caso do resseguro, os preços variam de acordo com o perfil etário das carteiras das seguradoras. Um estudo da Willis na Europa, com base em modelos próprios de cobertura para epidemias e pandemias, estimou um aumento entre 15% e 20%. No Brasil, ela informou que a tropicalização do modelo projetou um aumento de no mínimo 30%. “Esquece, não podemos aplicar esse aumento”, disse.

Na avaliação de Leticia, a precificação deve ser feita de forma suave. “Precisamos analisar as diversas variáveis e até recuar dependendo do cenário pandêmico”, disse. Motta concorda que é preciso ter cautela na precificação. “Não podemos errar a mão, a precificação precisa ser bem dosada e acompanhar as cenas dos próximos capítulos”, disse. Para Leticia, agora, o mais importante, é “surfar na onda da consciência das pessoas que estão pensando em comprar seguro de vida, para depois cuidar do preço”.

Produto para covid

Questionados pelo mediador sobre a possibilidade de o mercado criar produtos com cobertura para pandemia, os convidados concluíram que a demanda existe. Considerando que a cobertura de covid foi uma liberalidade das seguradoras, já que o risco de pandemia é excluído, Leticia acredita que é possível criar um produto, aproveitando a experiência internacional nessa área. “Se tivesse um produto para covid, eu compraria. Agora, depende de qual seguradora dará o primeiro passo”, disse. Motta enxerga uma oportunidade para o mercado se reinventar. “Estaríamos criando uma demanda, porque até ontem as pessoas não sabiam que não tinham direito à cobertura de pandemia”, disse.

Avanços do seguro

Magda Carvalho, da Liberty Seguros, uma das associadas do CVG-SP, perguntou aos convidados se a conscientização das pessoas em relação à importância do seguro de vida pode diminuir com o avanço da vacinação. “Tenho esse receio. Por isso, falei que deveríamos surfar na onda. As pessoas querem esquecer a pandemia. Mas, temos de lembrá-las que esse risco existe”, disse Leticia.

O presidente do CVG-SP observou que o mercado de seguro já vinha crescendo antes da pandemia. “Isso tem a ver com conscientização e aculturamento”, disse Kobayashi. Na visão de Motta, a conscientização deve permanecer. “Antes, a idade média de contratação era de 40 anos. Hoje, jovens de 25 anos e até 18 anos procuram pelo produto. A cultura mudou. O papel do mercado segurador é continuar incentivando a cultura do seguro”, disse.

João Paulo Moreira de Mello, presidente do Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG), refletiu que o mercado viverá uma fase de aprendizado com a pandemia. Ele avalia que o volume de indenizações pagas por covid é uma resposta à sociedade para uma situação crítica. “Temos de aproveitar e surfar nessa onda”, disse.

Maurício Leite, da corretora de seguros ML3, sócia-parceria do CVG-SP, sugeriu algumas formas de oferta da cobertura para covid. “Pode ser como sublimite da cobertura de morte, como franquia ou participação obrigatória com redução do capital segurado. O que não pode é aumentar o preço, porque não vai vender”, disse.

O ex-presidente do CVG-SP, Dilmo B. Moreira, avalia que a pandemia trouxe um cenário de guerra, que resultou em aprendizados e na “abertura” do seguro de vida para todos. “Estamos avançando no seguro, pagando indenizações e sensibilizando a população. O caminho é o da divulgação”, afirmou.

No encerramento, Moraes observou que o evento propiciou um ambiente positivo, trazendo reflexões e ideias. Ele próprio, que acumula 20 anos de experiência no mercado, confessou que se sente um aprendiz. “Sou atuário, mas essa pandemia desconstruiu muitas coisas que aprendi ao longo do tempo. Estou me reconstruindo como profissional para entender como esse mercado irá evoluir e se modernizar. Vejo muitas oportunidades de desenvolvimento”, disse.


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