CRDC comemora um ano de sucesso da plataforma baseada em blockchain para registro de duplicatas

Para garantir a unicidade na utilização dos ativos financeiros registrados como garantia em operações de crédito e atender a regulamentação do Banco Central, as quatro registradoras financeiras do Brasil se uniram para buscar a melhor tecnologia que atendesse a seus objetivos.

Um ano depois, a Central de Registros de Direitos Creditórios (CRDC) faz um balanço muito positivo sobre o funcionamento da plataforma baseada em tecnologia blockchain para registro de duplicatas, um salto muito importante para a modernização desse mercado. “Nesse tempo, não detectamos falhas técnicas, problemas na rede ou conflitos de informações”, afirma Tiago Leocádio, CFO da CRDC.

O maior desafio do projeto foi criar uma solução que permitisse a troca de informações entre as registradoras de forma segura e, ao mesmo tempo, preservasse dados confidenciais de cada empresa. Esse processo demandou um esforço conjunto na avaliação de alternativas até se chegar ao blockchain – plataforma Corda, tecnologia que garantiu os resultados desejados, como imutabilidade, comunicação simples e ágil entre as registradoras e, principalmente, permitiu a preservação da privacidade de cada empresa.

A ideia era adotar uma plataforma comum a fim de evitar que uma mesma duplicada fosse registrada mais de uma vez em diferentes plataformas e, assim, pudesse ser utilizada em diversas operações de crédito, sem a dimensão do seu real valor.

A solução foi desenvolvida em parceria com a R3, empresa de software corporativo que cuidou da infraestrutura para que as plataformas das diferentes registradoras conversassem entre si, em um ambiente de troca de informações com criptografia, controle de acesso e preservação da privacidade dos dados.

“A tecnologia blockchain nos possibilitou criar um sistema que permite operabilidade em grande escala, com milhões de transações realizadas diariamente, e total segurança, em um ambiente no qual todos se comunicam. Isto porque qualquer dado registrado na plataforma não pode ser alterado e o controle sobre esses dados é descentralizado”, revela Leocádio.

A plataforma é totalmente digital e todos têm de seguir o mesmo protocolo, o que torna a comunicação homogênea e garante transparência e simplicidade das informações. Cada duplicata registrada é tratada como uma informação única e inviolável. Outra questão importante é que os dados compartilhados não afetam de nenhuma forma a concorrência entre as registradoras. As informações sigilosas são preservadas, assim como a livre competição no mercado.

O funcionamento do processo é relativamente simples, basta registrar o ativo com uma chave de cinco campos: número da duplicata, valor, data de vencimento, emissor da nota e sacado, para garantir que a mesma informação não tenha sido registra anteriormente na rede. Então, esses dados são criptografados e incluídos em uma rede privada, com acesso restrito.

“Criamos um projeto de interoperabilidade entre registradoras – via blockchain – pioneiro no mundo e colocamos o mercado brasileiro na vanguarda global, com pleno sucesso”, finaliza Leocádio.