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Troca de experiências é fundamental para disseminação do ESG na sociedade e no ambiente corporativo

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Troca de experiências é fundamental para disseminação do ESG na sociedade e no ambiente corporativo

Economista Maria Eugênia Buosi é uma das convidadas da live sobre governança corporativa, ambiental e social que o WTC Curitiba, Joinville e Porto Alegre promove no dia 9 de fevereiro

A governança corporativa e os aspectos sociais e ambientais contemplados na sigla ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) estão se tornando indispensáveis na busca por investimentos estrangeiros. Para debater essa temática, o WTC Curitiba, Joinville e Porto Alegre promove no dia 9 de fevereiro uma live dedicada ao ESG, dentro do Programa WTC de Competitividade. Com mediação da advogada Rachel Sampaio e a presença de Rafaelle Decks, coordenadora do programa no WTC, a transmissão tem como convidada especial a economista Maria Eugênia Buosi, sócia fundadora e CEO da Resultante ESG.

Mestre em finanças pela FEA-USP, ela fundou a Resultante ESG. O escritório é especializado na integração da agenda ambiental, social e de governança corporativa à estratégia e tomada de decisão financeira de empresas, investidores institucionais e instituições financeiras. A experiência no mercado de capitais e setor financeiro soma-se à atuação como gestora de fundos de ações e auditoria de balanço de grandes instituições financeiras. Na entrevista a seguir, Maria Eugênia apresenta algumas perspectivas sobre o ESG aplicado às empresas.

Fale um pouco da sua trajetória profissional até a fundação da Resultante ESG

Sou economista de formação, sempre voltada para a área financeira. Meu primeiro trabalho foi na Ernst & Young (EY), no balanço de instituições financeiras. Depois ingressei como trainee da ABN Real, no projeto de certificação de ISO 9000 do banco. Passei a atuar em um fundo de investimento voltado a investimentos responsáveis, em 2006, quando pouco se falava em práticas de ESG. Fiquei seis anos no ABN Real, depois mais três anos na fusão com o Santander.

Foram mil oportunidades de conhecer o tema ESG e me aprofundar antes de ele ser “pop” como é hoje, e trabalhar institucionalmente. Saí do banco em 2011, fiz mestrado em Finanças na USP, e passei a ser convidada para fazer projetos de consultoria em ESG, o que se tornou o embrião da criação da Resultante ESG, em 2013. Como eu tinha esse DNA tanto no setor financeiro quanto na área de ESG, foi bastante oportuno. Trouxe alguns amigos e fundamos nossa empresa em São Paulo, no bairro Pinheiros. Hoje somos dois sócios, com mais dois partners, totalizando 15 pessoas, entre elas alguns profissionais que começaram conosco na fase de estágio e entraram para o quadro societário.

Como tem sido o trabalho focado em ações de ESG para empresas?

Atuamos em três grandes frentes. Empresas e companhias em geral, onde as principais demandas são entender como apoiar o ESG dentro das estratégias e processos de gestão. Isso começa na governança do tema dentro da empresa, se vai ser um comitê ou área, como as lideranças vão se envolver e de quem é a responsabilidade, até um olhar macro de estratégia, as formas de dar um report para o mercado. Temos um suporte estrutural sobre como olhar para essas demandas e apoiar na captação de recursos específicos, como empréstimos para um projeto ambiental da empresa.

Outra frente que atendemos são os investidores e instituições financeiras. Já trabalhamos com todos os principais bancos do país. Em alguns a gente atende a área de governança e posicionamento, mas na maioria dos casos acabamos definindo uma agenda de análise: como aquele banco ou investidor pode olhar para o ESG e definir onde investir. Empresas envolvidas em trabalho escravo, más práticas sociais e ambientais podem se tornar riscos financeiros e são descartadas. Além disso, também apoiamos na escolha dos títulos temáticos, os “green bonds” e “social bonds”.

E numa terceira frente, temos a escola de negócios, para formação de profissionais, pois sabemos que a área de ESG precisa de uma disseminação de conhecimento, para apoiar os profissionais corporativos, de finanças e lideranças na agenda ESG de forma mais ampla e efetiva, de acordo com as realidades de suas empresas.

Na sua avaliação, a agenda ambiental, social e de governança corporativa está sendo aplicada na prática pelas empresas, ou pode ser um movimento passageiro?

Nós vemos de tudo, sempre digo que o ESG é uma jornada. Cada companhia está num estágio, desde o desconhecimento completo, quando acham que o tema não tem a ver com ela, e não veem valor, até as empresas que de fato incorporam o ESG nos processos e modelo de gestão. Dentro desses “50 tons de verde” de maturidade e jornada, temos os profissionais convictos, que entendem que este é um processo irreversível e já formam algumas ilhas de excelência. É o caso do próprio setor financeiro, do setor de energia, de papel e celulose, que têm boas práticas pelas exigências do mercado. Quando existe uma certificação específica, a percepção que temos é que as empresas correm mais atrás. Por exemplo, a Resolução 4.327/2014, do Banco Central, requer que os bancos tenham políticas ambientais.

Dessa forma, acaba se criando um ciclo virtuoso que amplia as demandas por produtos mais sustentáveis, investidores que cobram as empresas, governos que pressionam e etc. Isso vale ainda mais no panorama internacional, já que alguns países apertam o cerco como forma de pressionar as importações brasileiras.

De que forma o mercado financeiro e de investimentos pode auxiliar a direcionar esse movimento ESG nas empresas? E como iniciativas como a do WTC podem ajudar?

O ESG é um esforço colaborativo. A redução dos impactos sociais e ambientais precisa ser um movimento coletivo. Todos estão aprendendo, é preciso trocar ideias e disseminar conhecimento, como ocorre na iniciativa do WTC de criar o Grupo de Competitividade. Em segundo lugar, a gente gera um movimento maior na medida em que temos mais empresas aderindo. Em terceiro lugar, atraímos a atenção da sociedade para o tema, já que se mais pessoas e empresas fazem, passamos a chamar a atenção das políticas públicas. Também interfere na demanda de clientes e atração de recursos. E chega nas lideranças mais rapidamente quando temos altos executivos participando do movimento, que é outra vantagem proporcionada pelo WTC.

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Somos um ecossistema global de comércio e investimento, criado há 50 anos como um ponto central de cooperação e conexão, visando a organizar e facilitar a expansão de negócios internacionais. Trabalhamos para dar continuidade ao legado do WTCA, de criar prosperidade e desenvolvimento econômico relevante, com foco no Brasil, mostrando ao resto do mundo o que os estados do Sul do Brasil têm de melhor a oferecer e perseguindo mais oportunidades para nossos associados. Aumentamos a competitividade das empresas locais, geramos negócios, fomentamos o comércio internacional, disseminamos melhores práticas globais, fomentamos a educação e a liderança empreendedora e trazemos inovação e investimentos para o país.


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