As Big Techs são uma ameaça no mercado de seguros? Entenda

No começo da apresentação, Simone questionou os presidentes das seguradoras: “Big Techs vão tirar o sono do mercado de seguros? O movimento das Big Techs é uma ameaça ou oportunidade?”, e iniciou o bate papo.

As perguntas dividiram opiniões dos executivos. “Grande parte das Big Techs tem investido muito mais no processo de anúncio, de trazer leads, do que propriamente distribuir produtos”, revelou Murilo Riedel. “O interesse das Big Techs é na constituição geradora de anúncios, geradoras de base de preços, do que efetivamente uma plataforma de fechar negócios”, opinou o presidente da HDI.

“Eu não acho que a Big Tech seja uma grande concorrente, nem para os Corretores, nem para as Seguradoras”, opinou Carlos Magnarelli. O executivo também utilizou seu espaço para parabenizar os profissionais de seguros. “Quero parabenizar os Corretores, vocês estão no lugar certo para a venda de Seguros”, pontuou.

Luís Gutiérrez Mateo, presidente da MAPFRE, revelou que as Big Techs podem fazer parte dos dois lados: oportunidades e ameaças. “Estamos em uma situação distinta, e temos que lutar. As Big Techs são oportunidades e ameaças. Temos que aproveitar, e ser espertos”, afirmou.

“Não podemos combater as ameaças, e sim, aproveitar as oportunidades. Vamos caminhar juntos, e fazer com que todos aproveitem essas oportunidades. Aproveitar as oportunidades para crescer no mercado segurador, e para que cada vez mais, mais brasileiros durmam tranquilos com seu presente e seu futuro garantidos, através da intermediação mais profissional que existe no mercado: os Corretores de Seguros”, completou Gutiérrez.

Já Roberto Santos, presidente da Porto Seguro, revela enxergar as Big Techs mais como oportunidade que ameaça. “O nosso mercado é extremamente regular. Seguro é um negócio regular, lida com o patrimônio das pessoas. Sinceramente, eu não vejo [uma ameaça] do ponto de vista de segurador ou distribuidor. Segurador menos ainda. Não tem nenhuma atividade deles que eles tomam risco. Não conheço nenhuma Big Tech que toma risco. Talvez, distribuição. Mas, distribuição também é regulado. O ambiente de seguros, na venda e pós venda, tem muitas transações. Eu vejo mais como uma oportunidade”, contou.

“A ameaça pode surgir se não ocuparmos espaço no digital. Mas, sinceramente, não enxergo como ameaça”, completou o presidente.

Por fim, José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora, fez suas considerações sobre as Big Techs. “Nós, seguradores, encaramos dois clientes: o primeiro, o próprio corretor, e o cliente do corretor”, começou. “Nós seguradores não fazemos venda. Só sabemos regular sinistros e criar produtos. Não sabemos vender. Quem vende são vocês, Corretores. O setor de seguros está crescendo. A nossa indústria é uma das poucas que crescem, mesmo em meio a uma pandemia. Se nós, seguradores, estamos conscientes da importância da tecnologia no processo de distribuição, estamos entregando tecnologia aos corretores, e os corretores entregando tecnologia aos clientes, eu entendo que é uma oportunidade de outro para os corretores aumentarem sua distribuição”, observou.