As 5 atividades-chave para construir times de alta performance
Eu sou parte de uma equipe. Então, quando venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma, termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas”. – Ayrton Senna
*Por Sérgio Ferreira
Quando escrevo ou dou consultorias sobre gestão gosto muito de fazer analogias com o mundo do esporte, afinal, são inúmeros os paralelos e possibilidades de aprendizado para os nossos líderes e colaboradores.
A frase acima foi citada há mais de 30 anos por um dos maiores ídolos do esporte, Ayrton Senna. O curioso neste caso é que, em um primeiro momento, a Fórmula 1 é um esporte individual (aliás, existe uma imagem mais solitária do que o piloto dentro de um cockpit?!). Mas, na realidade, é um belo exemplo de um enorme trabalho em equipe. Senna, com sua “pragmiudade” (pragmatismo + humildade) sempre teve a visão de que, quando vencia, ele “apenas” terminava o trabalho de uma grande equipe formada por engenheiros, projetistas, mecânicos, especialistas em condições climáticas, para citar alguns.
Se é possível tirar lições preciosas sobre trabalho em equipe de esportes, em teoria, individuais, imaginem o quanto podemos aprender com os esportes coletivos e times vencedores?
Tive a sorte de sempre estar envolvido no mundo dos esportes. Aprendizados como saber cair e levantar, perder e vencer, desenvolver o espírito competitivo, a disciplina, manter o foco e a serenidade mesmo sob pressão… A lista vai longe. Neste artigo, a lupa estará nos ativos mais preciosos das empresas: as pessoas. Gente!
Gosto das definições da professora Roselúci Mafia sobre as diferenças entre bando, grupo, equipe e time. Porém, vou usar as minhas próprias palavras para definir o que aprendi (e compartilho da visão) da professora:
Bando – várias pessoas fisicamente próximas, mas que não estão trabalhando em prol de um objetivo comum. Sem performance;
Grupo – pessoas trabalhando em conjunto, mas ainda sem objetivos comuns;
Equipe – pessoas que trabalham fisicamente próximas (ou não), reportam aos mesmos líderes (ou não), porém, têm em comum os mesmos objetivos;
Time – é uma equipe de alta performance. O que todos buscamos como líderes.
Fazendo uma retrospectiva da minha carreira, em momentos variados já participei de cada um dos grupos acima. O primeiro grupo, o “bando”, é sem a menor dúvida o mais frustrante de todos. Quando as pessoas estão até fisicamente próximas, muitas vezes bastante ocupadas e trabalhando, porém, sem uma visão clara sobre o propósito da organização e sobre metas. Bons resultados podem até acontecer, ainda que estatisticamente isto seja bastante improvável. Em português claro: bons resultados aqui apenas com doses generosas de sorte!
Um grupo de pessoas também trabalha em conjunto, mas sem objetivos comuns. Os motivos são variados. As vezes as empresas (leia-se, seus líderes) não têm muito claro seus propósitos, valores e metas. Seguem a direção do vento, de maneira muitas vezes oportunistas. “Se dá dinheiro, eu faço”. Empresas de pequeno, médio e mesmo grande portes podem padecer deste mal, tornando praticamente impossível as pessoas trabalharem com objetivos em comum. Muitas vezes os colaboradores estão realmente dando o melhor que podem, mas sem objetivos comuns e metas claras. A energia dispendida em atividades de pouco valor agregado, retrabalhos, trabalhos em duplicidade e o somatório destes e de outros males menores inviabilizam a entrega de excelentes resultados. Um segundo grande motivo da formação de grupos é a famosa comunicação (ou falta de). O líder simplesmente assume que os colaboradores entenderam quais são os objetivos e, consequentemente, sabem o que deve ser feito. Se não tiverem o cuidado e não investirem o tempo necessário para ter certeza de que todos de fato entenderam e, principalmente, “compraram” os objetivos, ainda correm riscos razoáveis de insucesso.
Já cometi algumas vezes este segundo erro. Ter claro em mente o que, coletivamente deveríamos fazer, mas não investir tempo suficiente para assegurar que os meus colaboradores entendessem perfeitamente e comprassem os objetivos do grupo. Curar este erro (mau hábito) é um exercício de disciplina diário e que não acaba.
As equipes têm objetivos em comum, o que já é um enorme passo! Mas aqui também temos outros desafios. Já liderei projetos em que alguns membros da equipe não reportavam diretamente para mim. Não eram raros os momentos em que os colaboradores ficavam literalmente perdidos, quando se sentiam obrigados a priorizar sobre como dedicar o seu tempo e energia: às demandas do projeto que eu liderava ou às atividades e demandas do seu líder imediato? Esta questão, somada as estruturas de hierarquias matriciais modernas, podem contribuir, caso não sejam bem coordenadas entre os líderes, para perda de produtividade e resultados medianos.
Já liderei também pessoas que reportavam diretamente para mim, mas com quem mantinha reuniões presenciais no máximo 4-5 vezes ao ano. Todos os demais contatos eram por meio de ligações telefônicas, e-mails, mensagens de WhatsApp e mais recentemente vídeo conferências. Se por um lado a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada sobretudo no que diz respeito à velocidade da informação e ganhos de produtividade, por outro, pode até dificultar o sentimento de “pertencimento” à uma equipe. As 4/5 diferentes gerações que atualmente trabalham juntas em uma mesma organização reagem de maneiras diferentes à esta gestão à distância e às evoluções tecnológicas e meios de comunicação. Existe uma receita mágica? Não creio. Muita tentativa e erro, principalmente o re(conhecimento) de que cada ser um humano é diferente, pode ser um bom primeiro passo.
Finalmente os times. Times são as equipes de alta performance. É o que busca cada líder de alta performance.
O guru Ram Charan sugere que, “para construir equipes ou times de alta performance, as pessoas devem ser alocadas em atividades nas quais se destacarão, e estimuladas de forma correta. De preferência, usando o modelo ‘fazer e mostrar como se faz’, ao invés de apenas falar. Essa é a base da transferência do conhecimento tácito, a forma mais eficaz de transferência de conhecimento nas organizações.”.
Times e equipes têm objetivos comuns. Dentre as atividades-chave de um bom líder de time de alta performance, selecionei as cinco principais:
- Selecionar as pessoas certas;
- “Encaixá-las” nas atividades que maximizam seus talentos, interesses e paixões individuais;
- Motivá-las, treinando e como sugere o Charan, “mostrando como se faz”;
- Incentivar seus colaboradores a serem accountable: ter a competência de chamar para si a responsabilidade e entregar resultados;
- Estimulá-las a repetir o processo com os seus próprios times vencedores.
Ah! Uma última dica: não há nada mais motivador do que vencer com amigos. Pertencer a um time vencedor com quem temos prazer em dividir o nosso tempo é, sem dúvida, um grande diferencial das empresas que mantém um elevado nível de alta performance ao longo do tempo. Os líderes têm também uma grande responsabilidade em promover este ambiente!
Como a sua equipe se encaixa nos quatro grupos acima? Quais atividades chaves podem te ajudar a entregar resultados ainda melhores com os seus times? Essas podem ser as perguntas-chave para o seu sucesso coletivo!
*Sérgio Ferreira é ex-executivo da Cargill, Michelin, Case New Holland, Nissan e Chrysler. Atualmente atua como Consultor de gestão, Palestrante, Mentor de Executivos e Conselheiro formado pelo IBGC. www.sergioferreiraresultados.com.br
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