Elástico da máscara pode causar irritação e feridas atrás da orelha; saiba como evitar

Passamos por um momento delicado da pandemia do novo Coronavírus. Apesar da recente flexibilização da quarentena e reabertura gradual do comércio, os números de casos e mortes devido ao COVID-19 continuam altos e sem previsão de diminuírem. Por isso, o uso de máscara continua sendo fundamental. O problema é que, com uso constante, o elástico utilizado para manter a máscara no lugar pode causar ferimentos na pele atrás da orelha. “O atrito, fricção e pressão constante causados pelo elástico na pele pode gerar um processo irritativo com a presença de ressecamento, vermelhidão, coceira e descamação na região atrás da orelha, o que pode inclusive evoluir para o surgimento de feridas”, afirma a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “O problema ainda pode ser agravado dependendo do tipo de pele do paciente. Isso porque quem possui pele oleosa já possui uma tendência natural a sofrer com descamação da pele atrás das orelhas, enquanto quem tem a pele seca tende a apresentar desidratação nessa região.”

É claro que deixar de usar a máscara não é uma opção, afinal, o uso do equipamento é um dos principais meios de prevenir a transmissão e proliferação do Coronavírus. Mas é possível evitar o surgimento de alterações na pele atrás da orelha através de alguns cuidados, como restringir a utilização da máscara apenas para momentos de necessidade. “Evite usar o equipamento de proteção dentro de casa ou para tirar fotos, pois o hábito, além de causar irritação e ressecamento atrás da orelha, também pode favorecer a obstrução dos poros e o surgimento de acne e alergia em todo o rosto”, aconselha a dermatologista.

Outro cuidado importante é estender os cuidados diários com a pele do rosto à região atrás das orelhas. “Higienize o local de uma a duas vezes por dia com um sabonete à base de extratos calmantes, como aloe vera e camomila. Para a limpeza dessa região, é possível também utilizar o seu shampoo de cabelos. Em seguida, use um cotonete para aplicar um pouco de tônico no local”, recomenda a médica. Porém, segundo a Dra. Paola, a hidratação é o cuidado mais importante para prevenir o surgimento de irritação e ressecamento na região. “Aposte em cosméticos formulados com ativos de alta eficácia reparadora e calmante do tecido cutâneo em veículos específicos para seu tipo de pele. Ou seja, quem possui a pele oleosa deve optar por géis e séruns, enquanto quem tem a pele seca deve dar preferência para cremes e loções. Para finalizar, não se esqueça também de aplicar o protetor solar, já que essa região também deve ser fotoprotegida, assim como toda a orelha.”

Mas, se mesmo com os cuidados acima você ainda estiver sofrendo com irritação e feridas na região, vale apostar em medidas que diminuam o contato dos elásticos com a pele atrás da orelha. “Uma alternativa são os extensores de máscara, que mantêm o equipamento no lugar sem que os elásticos entrem em contato com as orelhas. Você pode produzi-los até mesmo em casa, basta usar uma tira elástica, dois botões e dar alguns pontos com uma agulha. Existem diversos tutoriais na internet ensinando como fazer. Além disso, é possível comprar modelos de máscaras específicos que contam com apenas um elástico para ser preso ao redor da cabeça, o que também reduz o contato com as orelhas”, afirma a especialista.

Por fim, caso a vermelhidão, ressecamento, descamação e feridas na região persistam por um longo período, o mais importante é consultar um dermatologista. “Apenas o médico especializado poderá realizar um diagnóstico e indicar o melhor tratamento para o seu caso”, finaliza a Dra. Paola Pomerantzeff.

DRA. PAOLA POMERANTZEFF - Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em Dermatologia Clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, e participa periodicamente de Congressos, Jornadas e Simpósios nacionais e internacionais.