Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), integra estudo sobre eficácia da hidroxicloroquina
O Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), faz parte de um estudo clínico científico para testar a eficácia de hidroxicloroquina e azitromicina para tratamento e prevenção de complicações em pacientes com infecção pelo novo coronavírus (Covid-19). Organizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein, HCor, Sírio Libanês e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BricNet), trata-se de um estudo nacional, multicêntrico, aberto, controlado e randomizado com pacientes voluntários, englobando quase 100 instituições no Brasil. A pesquisa terá três fases, a primeira engloba 630 pacientes, de casos leves a moderados.
“O objetivo da participação do Hospital Dona Helena é contribuir com a sociedade brasileira para obter dados que comprovem ou não a efetividade clínica dos medicamentosos propostos”, aponta Danilo Abreu, superintendente médico da instituição. Para inclusão no estudo, os critérios são: pacientes adultos, com idade de 18 anos ou mais, internados em enfermaria ou UTI com infecção suspeita ou confirmada, com tempo entre sintomas e inclusão menor ou igual a 14 dias e o tempo entre internação hospitalar e inclusão menor ou igual a 72 horas. Os pacientes serão divididos em grupos. Alguns receberão doses isoladas de hidroxicloroquina. Outro receberá também doses de azitromicina, muito utilizada no tratamento de infecções respiratórias e também testada em estudo recente feito na França.
Os medicamentos utilizados nos testes foram doados pela farmacêutica EMS. Cada paciente ficará no estudo até a alta hospitalar. Os primeiros resultados da pesquisa são esperados para daqui a cerca de 90 dias. “Quanto mais centros de saúde participarem, conseguiremos atingir o número de pacientes mais rapidamente para que os dados sejam estatisticamente significativos.” Até então, segundo o profissional, não é possível afirmar se a hidroxicloroquina ajuda no tratamento ao coronavírus. “Necessitamos de dados científicos. Hoje temos resultados de pequenos estudos, sem randomização e grupo de controle, que em outros tempos não seriam aplicados à prática médica de rotina e nem levaria a toda essa discussão, inclusive fora do meio técnico”, frisa.
“Atualmente a hidroxicloroquina tem seu uso aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), com comprovação científica para diversas patologias, como o lúpus eritematoso sistêmico, malária e artrite reumatoide. Há outras patologias em que seu uso é off-label, isto é, não há informações sobre a utilização segura e eficaz do medicamento para determinada doença, como para a sarcoidose, Febre Q causada pela bactéria Coxiella burnetii, Síndrome de Sjögren primária, porfiria cutânea tardia, dermatomiosites (doença cutânea) e, agora, a Covid-19”, esclarece o superintendente. “No caso da Covid-19, para determinar se permanecerá como off-label ou não, dependerá do resultado de estudos, como o que estamos participando.”
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