Dieta mediterrânea melhora microbiota intestinal e favorece envelhecimento saudável, aponta estudo
Dieta baseada no consumo de frutas, hortaliças, cereais, leguminosas, oleaginosas, peixes e leite é capaz de prevenir perda de funções importantes do organismo e doenças como diabetes e aterosclerose, segundo pesquisa publicada em fevereiro na revista médica The BMJ.
Conforme envelhecemos, nosso organismo passa por uma série de mudanças, sofrendo com a debilitação de diversos mecanismos importantes. Como resultado, nos tornamos mais propensos a doenças inflamatórias, diminuição do desempenho cognitivo, sarcopenia e condições crônicas como diabetes e aterosclerose. De acordo com evidências científicas, tais problemas estão correlacionados com alterações na microbiota intestinal causadas pelo consumo de dietas extremamente restritivas e pouco variadas em alimentos. Mas a boa notícia é que um estudo publicado em fevereiro na revista médica The BMJ apontou que tais consequências do envelhecimento podem ser combatidas através da adoção da dieta mediterrânea no dia-a-dia. “A dieta mediterrânea é caracterizada pelo alto consumo de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais, leguminosas como grão-de-bico e lentilha, oleaginosas como amêndoas, azeitonas e nozes, peixes, leite e derivados, incluindo iogurte e queijos. Vinhos, azeite de oliva e uma enorme variedade de ervas de cheiro também estão liberadas nessa dieta. Além disso, deve-se consumir pouco de carnes vermelhas, gorduras de origem animal, produtos industrializados e alimentos ricos em gordura e açúcar”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores investigaram de que maneira a adoção da dieta mediterrânea no dia-a-dia durante 1 ano é capaz de alterar a microbiota intestinal e reduzir a potencial debilitação do organismo. Essa investigação foi feita através da análise das “bactérias do bem” presentes no intestino de 612 indivíduos com idades entre 65 e 79 anos que viviam em 5 cidades europeias (Reino Unido, França, Holanda, Itália e Polônia) antes e depois desse período de 1 ano. “Ao compararem as duas amostras os pesquisadores encontraram uma variedade de resultados benéficos correlacionados às alterações na microbiota intestinal, incluindo diminuição da debilidade de organismo e da inflamação e aumento no desempenho cognitivo, além de identificarem redução nos marcadores de moléculas como Interleucina-17, que possui papel em diversas patologias autoimunes e doenças crônicas inflamatórias intestinais, e Proteína C-Reativa, que aparece em valores elevados no organismo quando há a presença de infecções, aterosclerose e diabetes”, destaca a médica.
Com isso, pode-se concluir que a adoção de uma alimentação saudável e específica, como a dieta mediterrânea, é capaz de modular e alterar a composição da microbiota intestinal, que, por sua vez, tem o potencial de promover um envelhecimento mais saudável e livre de condições crônicas como diabetes e aterosclerose, melhorando assim a expectativa e a qualidade de vida do paciente. “Porém, é importante ressaltar que antes de adotar qualquer tipo de dieta você deve consultar um médico nutrólogo, pois ele poderá realizar uma avaliação de seu estado de saúde e prescrever a dieta ideal de acordo com as características de cada indivíduo, comtemplando todos os grupos de alimentos para suprir as necessidades nutricionais específicas de cada um”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.
FONTE: Dra. Marcella Garcez - Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. CRMPR 12559. RQE 16019.
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