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Toxina botulínica pode auxiliar no processo de cicatrização após cirurgias, aponta estudo

  • Quarta, 11 Março 2020 18:13
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Maria Paula Amoroso
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Comumente utilizada no tratamento de rugas e linhas de expressão, toxina botulínica pode ser a solução para a prevenção de cicatrizes hipertróficas e inestéticas, conforme pesquisa publicada no American Journal of Cosmetic Surgery.

Uma cicatrização ruim, com consequente formação de cicatrizes inestéticas, está entre as principais complicações resultantes de um procedimento cirúrgico como o lifting facial. De acordo com cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, para evitar o problema, os médicos recorrem a uma série de medidas que visam limitar a formação e a visibilidade da cicatriz, selecionando cuidadosamente os locais de incisão e os materiais de sutura, utilizando técnicas cirúrgicas específicas para evitar tensão, pomadas antibióticas e fitas de silicone sobre a ferida após a cirurgia. “Porém, apesar de todas essas precauções, a propensão genética já é capaz de impactar negativamente no processo de cicatrização”, alerta o médico. Mas a boa notícia é que, de acordo com estudo publicado1 em 2018 na revista médica American Journal of Cosmetic Surgery, a toxina botulínica pode ser uma boa alternativa para ajudar a resolver o problema. “A pesquisa observou que, para além de ajudar a reduzir a tensão muscular ao redor da cicatriz, algo que já havia sido apontado por estudos anteriores, a toxina botulínica também é capaz de agir em um nível celular para melhorar a aparência das cicatrizes após a cirurgia de lifting facial”, explica o Dr. Paolo.

Para chegar nessa conclusão, o estudo incluiu 15 mulheres com idades entre 47 e 65 anos que haviam acabado de passar por procedimentos de lifting facial. Essas mulheres foram divididas em três grupos e cada grupo recebeu, próximo as cicatrizes da cirurgia e em apenas um lado do rosto, injeções de toxina botulínica em diferentes concentrações (5, 15 e 25 unidades). Do outro lado do rosto foi aplicada uma solução de placebo seguindo os mesmos padrões. “Após seis semanas, os pesquisadores realizaram avaliações e observaram uma diminuição significativa na inflamação das feridas tratadas com a toxina botulínica, principalmente entre o grupo que recebeu 15 unidades da substância. Além disso, ao medirem a largura e a espessura das cicatrizes, os estudiosos notaram, nesse mesmo grupo, uma diminuição de 50% na largura da cicatriz tratada com a toxina em relação à cicatriz tratada com o placebo”, ressalta o médico.

Segundo o Dr. Paolo Rubez, a multipotência da toxina botulínica sobre diversas células pode ser a explicação para seu papel no estágio vascular e inflamatório do processo de cicatrização. Além disso, é possível que, nos estágios iniciais de estruturação da cicatriz, a toxina botulínica seja capaz de reorientar as fibras de colágeno do tipo 1, resultando assim em uma cicatriz menos perceptível. “Porém, esse estudo é muito pequeno para concluirmos definitivamente que a toxina botulínica é capaz de melhorar o processo de cicatrização. O que não torna a pesquisa menos relevante, já que serve como ponto de partida para que novos estudos sejam realizados visando a implementação da substância na prevenção de cicatrizes inestéticas”, afirma.

Outras indicações – Com o avanço dos estudos, a toxina botulínica vem se mostrando uma substância cada vez mais versátil. Além de auxiliar no processo de cicatrização e no tratamento de rugas e linhas de expressão, a toxina botulínica também pode ser utilizada no tratamento de diversas outras condições, como em casos de paralisia facial para melhorar a assimetria da face causada pela contração dos músculos, harmonizando a face. “A toxina botulínica também pode ser usada para prevenir a ocorrência das crises de enxaqueca, agindo como um bloqueador neuromuscular que impede a contração muscular e, consequentemente, a compressão dos nervos sensitivos periféricos, uma das causas do problema”, destaca o cirurgião plástico. “A rosácea, apesar de não ter cura, também pode ser tratada e amenizada com o auxílio da toxina botulínica, que age diminuindo a inflamação e a oleosidade na pele e regulando o fluxo sanguíneo nos vasos, o que melhora o avermelhamento causado pela condição. Além disso, a toxina parece ser uma opção mais duradoura do que outros tratamentos já conhecidos para a doença”, completa.

Outras indicações para a substância incluem o tratamento de acne, bruxismo, hiperidrose e blefaroespamo. Porém, é fundamental utilizar a toxina com cuidado e apenas sob orientação médica, já que o uso indiscriminado da substância, em grandes doses ou em um espaço de tempo muito curto, pode levar a uma tolerância à toxina, que não fará mais efeito. “Além disso, é importante ressaltar que os tratamentos com a toxina, independentemente da indicação, são contraindicados para algumas pessoas, como pacientes com problemas no sistema imunológico, com doenças onde há alteração do funcionamento da musculatura ou gestantes”, finaliza o Dr. Paolo Rubez.

FONTE: DR. PAOLO RUBEZ - Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) , Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP.


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