Ácido do bem pode ser usado até no verão para tratar manchas
Entenda as mais importantes características do ácido tranexâmico que vem sendo muito utilizado em prescrições dermatológicas, inclusive no verão, por não ter o risco de fotossensibilidade
Bastante conhecido por diminuir sangramentos, por ser um anticoagulante de uso oral, o ácido tranexâmico tem ganhado fama também por sua eficácia no tratamento de manchas na pele, como melasma, manchas solares, hiperpigmentação pós-inflamatória e marcas de acne. “Seu mecanismo é bem específico, atua na inibição da plasmina – uma importante enzima presente no sangue que degrada muitas proteínas do plasma sanguíneo, mais notavelmente os coágulos de fibrina. Quando a plasmina é inibida, consequentemente, temos uma inibição da inflamação e do VEGF (fator de crescimento endotelial venoso). Este, por sua vez, quando inibido, diminui a produção de melanina – pigmento que dá cor à pele e quando produzido em excesso causa manchas” explica o farmacêutico e consultor Lucas Portilho, pesquisador em Cosmetologia e diretor científico da Consulfarma.
Considerado um ácido do bem, já que pode ser utilizado no verão sem o risco de fotossensibilidade, o ácido tranexâmico tem baixa permeação, então, para que consiga chegar até o melanócito, é necessário estar associado a algum produto ou ser utilizado com algum sistema drug delivery (técnica que potencializa a penetração de ativos no corpo ou no rosto, reduzindo não só o tempo necessário para que o resultado apareça, como também o número de sessões do tratamento em questão). “O que eu indico é o microagulhamento, que já provou potencializar consideravelmente o resultado do ácido. Quanto à periodicidade, o ideal é realizar uma sessão por semana, durante 12 semanas”, destaca o pesquisador.
Além disso, segundo o especialista, o ácido tranexâmico pode ser considerado um anti-idade, pois consegue aumentar o processo de autofagia dentro das células. “A autofagia é um processo de renovação celular, quando há a eliminação de tudo o que não presta dentro da célula (organelas oxidadas, resíduos de processos metabólicos, entre outros). Para que a autofagia aconteça dentro da célula, é necessário que uma proteína específica esteja em alta expressão para facilitar esse processo de limpeza celular de forma mais rápida. O ácido tranexâmico tem o poder de estimular essa proteína”. É importante lembrar que somente um médico poderá avaliar cada caso e indicar o melhor tratamento para o paciente.
Contraindicações – O ácido tranexâmico é contraindicado para pacientes que tenham alergia ao componente da fórmula. Ele pode ser utilizado também em prescrições médicas, de forma oral para o tratamento de manchas. Nesse caso, ele não é indicado para pessoas que estejam apresentando, no momento, doenças caracterizadas pelo aumento da coagulação, como trombose e embolia, ou pela diminuição da circulação sanguínea, como infarto e isquemias.
FONTE: Lucas Portilho – Consultor e pesquisador em Cosmetologia, farmacêutico e diretor científico da Consulfarma e Pesquisador em Fotoproteção na Unicamp. Especialista em formulações dermocosméticas e em filtros solares. Diretor das Pós-Graduações do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional, Hi Nutrition Educacional e Departamento de Desenvolvimento de Novas fórmulas. Atuou como Coordenador de Desenvolvimento de produtos na Natura Cosméticos e como gerente de P&D na AdaTina Cosméticos. Possui 17 anos de experiência na área farmacêutica e cosmética. Professor e Coordenador dos cursos de Pós-Graduação com MBA do Instituto de Cosmetologia e Ciências da Pele Educacional. Coordena Estágios Internacionais em Desenvolvimento de Cosméticos na Itália, França, Mônaco e Espanha. Atua em desenvolvimento de formulações para mercado Brasileiro, Europeu e América Latina.
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