21% das mulheres desenvolvem problemas na região pélvica
Muitas são as doenças que causam impacto negativo na qualidade de vida das mulheres, entre elas, está o prolapso de órgãos pélvico. Apesar de ser uma enfermidade comum muitas mulheres não buscam tratamento, pois acham que é algo “normal da idade”.
“Esse distúrbio é comum nas mulheres. Estima-se que 21,7% das meninas de 18 a 83 anos desenvolvem problemas nessa região. Nas mulheres entre 50 e 89 anos esse número chega a 30%. Aos 80 anos, 11,1% das idosas têm ou tiveram indicação cirúrgica para a correção do prolapso genital ou de incontinência urinária”, contou a ginecologista Débora Oriá.
O assoalho pélvico é formado por músculos, ligamentos e tecidos que formam uma rede que sustenta órgãos, como: útero, vagina, bexiga, uretra e o reto. No caso de enfraquecimento dessa rede de sustentação, órgãos que formam essa região podem cair e ficar relevantes dentro da vagina.
“O prolapso é considerado uma hérnia do conteúdo pélvico e/ou intraperitoneal no canal da vaginal e existem vários fatores de risco para sua ocorrência. A doença pode ser atribuída a uma combinação de condições que varia de paciente para paciente”, contou.
Existem fatores de riscos, mas nenhum é determinante, por exemplo: gestação (parto vaginal), menopausa (envelhecimento hipoestrogenismo), pressão abdominal cronicamente aumentada (doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC, constipação e obesidade), traumatismo do assoalho pélvico e fatores genéticos (raça e distúrbios do tecido conjuntivo).
Um dos primeiros sintomas é a sensação de bola na vagina, dificuldade para urinar e evacuar e incomodo na hora da relação sexual.
“Muitas mulheres com prolapso leve e moderado não apresentam incômodos. O agravamento do quadro é imprevisível e o tratamento deve ser avaliado em relação aos riscos. A reabilitação dos músculos do assoalho pélvico pode ser oferecida às pacientes que desejam impedir a progressão do prolapso”, explicou Débora Oriá.
A escolha do tratamento vai depender do tipo e gravidade dos sintomas apresentados, da idade e das doenças já apresentadas pela mulher, do desejo sexual futuro e/ou fertilidade e dos fatores de risco para recorrência.
“O tratamento deve ter como objetivo o alívio dos sintomas, mas os benefícios devem pesar mais que os riscos. Existem várias opções de tratamento, como: fisioterapia, pessários e cirurgia”.
“Os distúrbios (prolapso genital e incontinência urinária) são preocupações de saúde significativa para as mulheres. A avaliação deve focalizar os sintomas, sua correlação corporal e seu efeito sobre a qualidade de vida da paciente. A escolha do tratamento, cirúrgico ou não cirúrgico, deve ser compartilhada e baseada em sintomas e avaliação”, concluiu Débora Oriá
Sobre Dra. Débora Oriá
É ginecologista e obstetra pela Faculdade de Medicina USP.
Realizou especialização em Cirurgia Ginecologia e Uroginecologia no Hospital das Clínicas - USP.
É médica da equipe de Uroginecologia do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas, coordenadora do programa Fellowship em Cirurgia Ginecologia Minimamente Invasiva do Hospital Beneficência Portuguesa, médica preceptora da Residência Médica em Ginecologia do Hospital das Clínicas, ginecologista do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e obstetra do corpo clínico da Pro Matre Paulista.
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