4 tecnologias disruptivas que sua indústria precisa aderir para a transformação digital
Por José Rizzo*
Hoje, tudo está ao passo de um touch; conversamos e nos conectamos com pessoas de qualquer lugar do mundo em instantes. E, enquanto vivemos a era da conectividade na nossa vida pessoal, na indústria, o cenário é de revolução digital com adesão a tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas, robotização e big data.
Com essa revolução na forma de fazer negócios, se torna iminente a necessidade de inovar e investir em projetos que façam com que as organizações tornem os seus processos produtivos mais inteligentes, ágeis e econômicos para se destacar em relação a concorrência.
Os investimentos em tecnologia se mantiveram estáveis em 2016, segundo informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV) - o que parece bom considerando a conjuntura econômica e política do País. Entretanto, em comparação com outros mercados, o Brasil ainda “engatinha” quando falamos em transformação digital. Pensando nisso, compartilho aqui as quatro tecnologias disruptivas que a indústria precisa se atentar para realizar uma mudança estrutural no dia a dia e na maneira de fazer negócios.
Robótica avançada
O uso de robôs na indústria vem crescendo ano a ano. Dados da Federação Internacional de Robótica (IFR, em inglês) e da Associação Nacional de Robôs estimam que 1.800 robôs tenham sido comprados pela indústria no Brasil em 2016 e que em 2019 esse número será de 3.500 unidades. Mas, como adiantei, o País ainda tem muito a crescer neste setor - calcula-se que no mundo tenham sido comprados 290 mil robôs no ano passado e que 414 mil equipamentos sejam adquiridos até 2019.
Vale destacar que os robôs não substituem a mão de obra humana. Eles trazem benefícios tanto para os colaboradores, que podem deixar as atividades repetitivas e até insalubres para assumir tarefas mais estratégicas; quanto para as empresas, pois aumentam a produtividade, já que podem executar as atividades 24 horas por dia, sete dias por semana. O mercado já possui modelos capazes de atuar lado a lado com o homem, que são os robôs colaborativos. E também não existe a necessidade de um alto investimento inicial, pois já são oferecidos pelo mercado os robôs como serviço – modalidade de aluguel com pagamento mensal.
Inteligência artificial (IA)
Esta tecnologia tem sido utilizada para analisar todas as informações geradas pelas companhias e identificar variáveis, mapeando oportunidades de otimizar processos, melhorar o desempenho e antever falhas. Por exemplo, se uma indústria conta com máquinas de diferentes fabricantes e uma determinada marca demandou um número de maior de reparos e manutenções, pode-se avaliar se a troca do equipamento por outra marca não traria mais benefícios. Estas conclusões podem ser obtidas por meio da IA - ajudando a reduzir custos em médio e longo prazo.
Não é à toa que o Gartner estima que, até 2021, 40% dos novos aplicativos empresariais implementados pelos prestadores de serviços incluirão tecnologias de IA. Afinal, com a capacidade de prever cenários e antecipar ações, esta tecnologia garante maior eficiência, informações gerenciais mais precisas e redução de custos e tempo.
Internet industrial das coisas (IIoT)
Unindo a conectividade às indústrias, é possível controlar as operações de qualquer lugar do mundo – através de um simples celular - e gerar dados em real time para tomada de decisões melhores e mais rápidas. O uso de sensores para monitorar equipamentos e indicar com antecedência a necessidade de reparos é um exemplo da IIoT na prática: equipamentos conectados antecipam-se aos problemas, evitando os custos gerados por ações que precisam ser realizadas de última hora.
Estudos da IDC Brasil apontam que a indústria será o setor que mais investirá nesta tecnologia em 2017. É claro que este conceito ainda é novo e possui alguns desafios, mas quem não explorar esta oportunidade vai acompanhar seus concorrentes se destacando e ficar para trás.
Analytics
Como uma tecnologia está associada a outra, os dados gerados pela IA e IIoT precisam ser analisados com eficiência para gerarem os benefícios esperados. Estas informações podem resultar em insights valiosos, que poderão ser utilizados para a tomada de decisões estratégicas e uma gestão mais eficiente, oferecendo a oportunidade de criar novas fontes de receita.
Para os que ainda estão receosos, há uma maneira de obter retorno rápido e sentir segurança para investir nestas novas tecnologias: adotar uma delas em um determinado processo, analisar os resultados e depois expandir ou replicar. A indústria 4.0 é uma realidade e inovações se tornam primordiais para que as organizações brasileiras acompanhem as tendências mundiais e possam se tornar competitivas.
*José Rizzo é CEO da Pollux - empresa de tecnologia industrial referência em inovação - e presidente-fundador da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII).
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