Sua empresa ainda trata saúde mental como benefício? Veja por que isso deve ser prioridade estratégica
Enquanto algumas empresas entregam um app, outras entregam cuidado real
Por Tatiana Pimenta, CEO da Vittude*
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Tatiana Pimenta, fundadora e CEO da Vittude. Crédito da imagem Trintadezessete.
Nos últimos anos, o tema da saúde mental ganhou espaço nas pautas corporativas. Virou post em LinkedIn, campanha interna, episódio de podcast, parceria com startup. Mas em meio a tanta visibilidade, surge uma pergunta incômoda, e necessária: você ainda trata a saúde mental como um “benefício”? Ou já entendeu que ela precisa estar na estratégia, na cultura e na governança da empresa?
Tem muita empresa preocupada em “ofertar terapia” apenas para colocar um selo na prateleira, não para transformar a realidade dos seus times. Fazem parcerias superficiais, não comunicam amplamente para evitar o uso, colocam barreiras financeiras e operacionais que inviabilizam o acesso. E depois celebram engajamentos baixos como se fossem sinal de sucesso. Isso não é cuidado. É mental health washing.
Quando falamos de saúde mental, quanto maior a utilização, melhor. Mais pessoas em terapia significa menos absenteísmo, menos presenteísmo, menos sinistralidade no plano de saúde. Significa equipes mais equilibradas, lideranças mais humanas, ambientes mais seguros. Mas o que vemos em muitas empresas é o oposto: um esforço quase deliberado para não comunicar. Para deixar o programa “disponível”, mas escondido. Para terceirizar a responsabilidade individual, como se fosse suficiente “dar acesso” a um recurso que, na prática, nunca será usado.
Em um país onde milhões de pessoas ganham um salário mínimo, colocar a terapia como coparticipação ou 100% paga pelo colaborador é o mesmo que não oferecer nada. É colocar o cuidado para competir com o prato de comida da família. Enquanto isso, os números crescem. Mais de 472 mil afastamentos por transtornos mentais em 2024, com expectativa de romper a marca de meio milhão até o fim do ano. O presenteísmo médio é de 31% nas empresas brasileiras, segundo o Censo de Saúde Mental da Vittude.
Rotatividade elevada, FAP pressionado, sinistralidade disparando nos planos de saúde. E, mesmo diante desse cenário, ainda tem empresa tratando saúde mental como se fosse um plus, um mimo, não uma estrutura essencial de proteção, produtividade e sustentabilidade. Saúde mental não é um extra. É parte da gestão de risco, é pilar de ESG, é obrigação legal com a NR-1 e a NR-17. E, acima de tudo, é um compromisso ético com quem sustenta o negócio todos os dias.
Enquanto uns entregam acesso real, formam líderes, medem indicadores e ajustam rotas com base em dados, outros entregam um app com três cliques e torcem para que ninguém use. A pergunta que fica é: a sua empresa quer parecer que cuida, ou realmente quer cuidar?
*Tatiana Pimenta é fundadora e CEO da Vittude, referência no desenvolvimento e gestão estratégica de programas de saúde mental para empresas. Engenheira civil de formação, com MBA Executivo pelo Insper e especialização em Empreendedorismo Social pelo Insead, escola francesa de negócios. Empreendedora, palestrante, TEDx Speaker e produtora de conteúdo sobre saúde mental e bem-estar, foi reconhecida em 2023 como LinkedIn Top Voice, e em 2024 como uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea.
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