Black Friday 2025: especialistas alertam empresas B2B sobre aumento no risco de fraudes corporativas

Estamos cada vez mais próximos da Black Friday, uma data repleta de oportunidades, mas também de riscos crescentes. Em 2024, o Brasil registrou 11,5 milhões de tentativas de fraude evitadas, um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior, o que equivale a uma tentativa a cada 2,8 segundos, conforme dados do Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian.

Do ponto de vista financeiro, os dados do Serasa Experian ainda apontam um cenário igualmente desafiador: as tentativas de fraudes bancárias em 2024 cresceram 10,4% e, se fossem consumadas, poderiam gerar prejuízos de até R$ 51,6 bilhões. Além disso, 51% dos brasileiros declararam ter sido vítimas de algum tipo de golpe em 2024; desses, 54,2% perderam dinheiro.

Embora muitos associem fraudes ao varejo ou ao público consumidor final, o ambiente B2B (transações entre empresas, fornecedores, plataformas financeiras) também encontra vulnerabilidades. As integrações complexas, múltiplos intermediários, APIs e falta de visibilidade integral tornam essas operações um alvo tentador para criminosos digitais, especialmente em momentos de pico como a Black Friday.

Prevenção no desenho do sistema

Para Fred Amaral, CEO da Lerian, a prevenção de fraudes começa no desenho do sistema: “As empresas olham muito para o front-end da experiência, mas as fraudes acontecem no que não se vê. Ou seja, nos fluxos, nas integrações e nas conciliações. É preciso tratar o design do sistema como ferramenta de segurança.”

A Lerian desenvolve soluções open source como o Midaz, que permitem construir ledgers auditáveis e reduzir vulnerabilidades estruturais nos sistemas de pagamentos. A rastreabilidade e transparência no fluxo de dados são elementos centrais dessa abordagem, segundo Amaral.

TLD reforça segurança em transações B2B

A TLD, empresa brasileira de tecnologia, destaca que a conscientização sobre riscos, auditoria interna e boas práticas de integração entre sistemas são passos essenciais para reduzir vulnerabilidades em transações digitais. A infraestrutura digital das empresas, e a preparação antecipada, são o diferencial para operar com segurança.

“Em períodos de alto volume, como a Black Friday, é fundamental que as empresas garantam rastreabilidade, observabilidade de segurança e governança dos seus processos, com monitoramento constante para manter controle e confiança nas operações digitais”, afirma Rafael Dantas, Head de Segurança Cibernética da TLD.

Recomendações práticas para o período

Para mitigar riscos durante a Black Friday, os especialistas sugerem:

- Revisar autenticações e APIs: antes que o volume de transações suba, validar fluxos e credenciais integradas.

- Implementar trilhas de auditoria e logs em tempo real: para rastrear toda a cadeia de operação e detectar desvios.

- Mapear e proteger integrações externas: parceiros, APIs terceiras e sistemas legados são potenciais pontos de falha.

- Adotar políticas de segurança em camadas: combinar biometria, verificação de dispositivo, verificação documental, análise comportamental etc.

- Compartilhar responsabilidade entre parceiros: fornecedores, adquirentes e plataformas devem ter obrigações claras de segurança.

“A Black Friday funciona como um teste de estresse para infraestruturas digitais. Para operar com segurança, não basta reagir aos ataques — é necessário que a estrutura de sistemas tenha segurança incorporada ao DNA. As empresas que internalizarem essa mentalidade estarão melhor preparadas para crescer de forma sustentável e resiliente”, pontua Amaral.