Mercado de Benefícios e Futuro do PAT: Adaptação do RH ao Cenário Regulatório até 2026

O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), que há mais de quatro décadas orienta a concessão de benefícios no país, vive uma transformação histórica. O fim do rebate e das taxas abusivas cobradas por operadoras de benefícios, aliado ao prazo até 2026 para adaptação às novas regras, coloca em alerta os departamentos de Recursos Humanos.

Especialistas alertam que companhias que não se adequarem podem enfrentar não apenas multas, mas também a perda do incentivo fiscal oferecido pelo PAT — um risco com impacto direto na competitividade e nos custos operacionais. Para Douglas Barrochelo, CEO da Biz, esse é um momento decisivo.

“O RH precisa enxergar o PAT não apenas como uma obrigação regulatória, mas como oportunidade de rever seus programas de benefícios e transformá-los em alavancas estratégicas de engajamento e retenção. As novas regras tornam o sistema mais transparente e justo, mas exigem atenção redobrada das empresas para evitar perdas financeiras e reputacionais”, afirma o CEO.

O setor de benefícios corporativos no Brasil movimenta bilhões de reais e impacta diretamente a vida de mais de 20 milhões de trabalhadores. Nesse cenário, o novo PAT redefine o papel das empresas. A partir de agora, não há mais espaço para práticas como o rebate ou a cobrança de taxas abusivas, que historicamente distorciam a lógica do programa. O modelo ganha em transparência e equidade, mas exige que as companhias revejam contratos e sistemas de gestão até 2026, prazo definido para adaptação.

Ignorar essas mudanças pode custar caro. Além das multas previstas em caso de descumprimento das normas, há o risco concreto da perda dos incentivos fiscais, que podem representar economias significativas para empresas de todos os portes. Também pesa a questão reputacional: em um ambiente de maior cobrança por transparência, colaboradores podem questionar práticas de gestão de benefícios que não sejam justas ou claras.

Ao mesmo tempo, o novo PAT abre espaço para um reposicionamento estratégico do RH. Trata-se de uma oportunidade para transformar os benefícios em fator competitivo, alinhando-os à cultura da organização e às expectativas de colaboradores que buscam não apenas remuneração, mas também vínculo, engajamento e reconhecimento. A eficiência financeira, antes fragilizada por práticas pouco transparentes, passa a ser possível sem renunciar à qualidade na oferta.

Para Wagner Martins, CRO da Biz, esse movimento evidencia que o novo PAT vai além do cumprimento legal. “Tivemos recentemente o exemplo de um grande varejista com mais de 5 mil colaboradores que conseguiu reduzir em 41% a taxa de rotatividade e gerar economia de R$ 280 mil ao adotar uma gestão mais eficiente e personalizada de benefícios”, explica. “Mais do que uma obrigação legal, o novo PAT deve ser visto como oportunidade para transformar benefícios em um ativo estratégico de engajamento e retenção”, afirma.

Até 2026, o desafio das empresas é duplo: garantir conformidade regulatória e, ao mesmo tempo, usar esse processo de adaptação para repensar sua estratégia de benefícios. A mensagem é clara: ou o RH transforma risco em oportunidade agora, ou corre o risco de perder recursos, competitividade e a conexão com seus colaboradores no futuro.

Sobre a Biz

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