Liderança feminina: por que a igualdade não pode esperar mais 160 anos
*Ingrid Lucena
Desde 2017, o Panorama Mulheres, pesquisa conduzida pelo Talenses Group em parceria com o Insper, acompanha a presença feminina na alta liderança corporativa brasileira. A edição 2025 escancara um cenário que, infelizmente, pouco mudou ao longo dos últimos anos: entre as 310 empresas analisadas, 224 possuem presidência formalizada, mas apenas 39 são lideradas por mulheres, o equivalente a 17,4% do total. O índice segue abaixo da média global de 29%, apontada pelo Global Gender Gap Report 2023.
O dado mais alarmante? No ritmo atual, levaríamos mais de 160 anos para atingir a paridade de gênero na liderança. É tempo demais para esperar. Enquanto isso, as empresas e a sociedade deixam de colher os benefícios concretos que a diversidade traz para a tomada de decisões, a inovação e os resultados de negócios.
Nos conselhos de administração, a sub-representação é ainda mais evidente: nas 61 empresas com conselhos ativos, apenas 17,1% das cadeiras são ocupadas por mulheres e, em mais da metade deles, não há nenhuma presença feminina. E, quando olhamos para as vice-presidências, percebemos um retrocesso: a participação feminina caiu de 34% em 2022 para 20% em 2024. Paralelamente, as políticas corporativas voltadas à equidade também recuaram, menos de 30% das empresas listam ações para promover mulheres como parte de suas estratégias ESG.
Esse cenário é ainda mais desafiador em setores historicamente masculinos, como segurança, transporte e logística. São áreas onde, durante décadas, a presença feminina foi quase nula. Mas essa realidade está mudando, e é justamente aí que vejo uma oportunidade de transformação. Inserir mais mulheres em posições estratégicas não é apenas uma questão de justiça ou equidade, mas uma alavanca real de inovação, eficiência e crescimento.
Na minha trajetória como diretora de Marketing da Corpvs, vejo diariamente o impacto positivo da diversidade de gênero. A atuação feminina traz uma combinação poderosa de visão analítica, empatia, clareza estratégica e sensibilidade na tomada de decisões. Essas características não só fortalecem a cultura organizacional, como geram resultados concretos para o negócio. Mulheres que atuam em setores tradicionalmente masculinos estão redefinindo a cultura corporativa, otimizando processos e mostrando que cuidar da segurança, da logística e das pessoas é também liderar o futuro.
O avanço da mulher no mercado de trabalho é, acima de tudo, um avanço coletivo para as empresas, para a economia e para a sociedade como um todo. Mas ele não vai acontecer sozinho. É preciso intenção, investimento e, sobretudo, mudança de mentalidade. As empresas precisam entender que não há liderança forte sem diversidade. Avançar nessa pauta é também fortalecer a resiliência, a inovação e a competitividade.
O Panorama Mulheres 2025 nos oferece um retrato incômodo, mas necessário. E, para mim, ele deixa uma mensagem clara: cada ano de inércia significa mais um ano de talentos desperdiçados, de decisões menos diversas e de oportunidades perdidas. Se quisermos um futuro corporativo mais inteligente, humano e preparado para os desafios, precisamos agir agora. Porque esperar mais 160 anos não é uma opção.
*Ingrid Lucena é diretora de Marketing da Corpvs Segurança, uma das maiores empresas de segurança privada do país.
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