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Saúde: o desafio vai além da inovação, é preciso democratizar

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Guilherme Ambar*

Quando pensamos em futuro, é comum imaginarmos carros voadores e soluções dignas de ficção científica. Na saúde, muitas vezes associamos o futuro às tecnologias mais sofisticadas — como a cirurgia robótica, a nanotecnologia, a realidade aumentada e os biossensores que hoje já aparecem em dispositivos móveis e até em casas inteligentes. De fato, essas inovações são fascinantes, mas a verdadeira transformação vai além do brilho tecnológico: está em como tornamos tudo isso acessível, escalonável e útil para as pessoas.

A inovação em saúde pode assumir diferentes formas. Temos a incremental, que aperfeiçoa produtos existentes; a radical, que traz algo totalmente novo; a disruptiva, que cria mercados antes inexistentes; e, mais recentemente, a inovação aberta, impulsionada pela inteligência artificial (IA) e pela colaboração global. A história da medicina é marcada por avanços desse tipo — do estetoscópio em 1816 às técnicas modernas de edição genética como o CRISPR, técnica que revolucionou a biotecnologia agindo como uma espécie de “tesoura molecular”, permitindo a modificação de sequências de DNA em organismos vivos. Entretanto, mesmo diante de marcos revolucionários, percebemos que o grande desafio não é apenas inventar, mas democratizar.

A pandemia de Covid-19 reforçou essa lição. Descobrimos que não bastava ter métodos diagnósticos sofisticados: era preciso que fossem rápidos, escaláveis e acessíveis à população. Esse “choque de realidade” deixou claro que o futuro da saúde não depende apenas de inovação tecnológica, mas de sua aplicação inteligente e viável.

A inteligência artificial é um exemplo emblemático. Apesar de ser tratada hoje como uma novidade, sua utilização na medicina remonta aos anos 1970. O que mudou é que, agora, ela está mais disponível. Aplicada ao diagnóstico, à produção e até à logística, a IA tem um potencial imenso, mas precisa de bases sólidas: dados bem estruturados e confiáveis. Sem isso, a tecnologia perde relevância.

Outro ponto essencial é o impacto da infraestrutura. O 5G, por exemplo, não é um dispositivo médico, mas sua chegada ampliou enormemente as possibilidades de conectar pacientes, médicos e sistemas de saúde, permitindo que soluções cheguem a lugares antes inacessíveis. Da mesma forma, os celulares se consolidaram como plataformas centrais para monitoramento e cuidado, ainda que nem tudo esteja disponível em aplicativos.

No entanto, existe um risco que não podemos ignorar: o dessas inovações ampliarem o abismo entre quem tem acesso à saúde de qualidade e quem não tem. Tecnologias de ponta muitas vezes chegam ao mercado com custos elevados, e cabe à indústria — e também a governos e reguladores — buscar caminhos que garantam inclusão. O futuro não será definido pelo que é mais sofisticado, mas pelo que consegue atender melhor à necessidade de reduzir custos, ampliar o acesso e simplificar processos.

Startups terão papel central nesse movimento. Enquanto grandes empresas tendem a evoluir soluções já consolidadas, são as pequenas que frequentemente trazem as inovações mais ousadas e radicais. Apoiar esse ecossistema é fundamental para manter a saúde em evolução.

Acredito que o Brasil tem dado exemplo nesse campo. Temos visto agências regulatórias e iniciativas do setor privado se alinharem na busca por tornar o melhor da saúde disponível de forma mais ampla. Às vezes isso significa dar um passo atrás em sofisticação para dar dois à frente em acessibilidade.

*Guilherme Ambar é biólogo e CEO da Seegene Brasil


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