Empreendedorismo assistido e resultado compartilhado: modelo de sucesso empresarial

Em um mundo em constante transformação, onde a tecnologia muda o mercado de trabalho a cada nova onda de inovação, aprender continuamente deixou de ser uma vantagem — e passou a ser uma necessidade. Nesse contexto, Singapura criou uma política pública exemplar: o programa SkillsFuture, que oferece créditos para que cada cidadão invista em sua educação contínua. Com isso, o país asiático transformou a capacitação em infraestrutura nacional.

No Brasil, essa infraestrutura — ainda que não venha do governo — já existe, e atende milhões de pessoas: é o franchising. O franchising como vetor de aprendizagem ao longo da vida.

Mais do que um modelo de negócio escalável, o franchising é uma plataforma viva de educação prática, que forma e desenvolve empresários, gestores e equipes de ponta a ponta. Segundo a UNESCO, políticas eficazes de aprendizagem ao longo da vida promovem inclusão, equidade e qualidade. É exatamente isso que acontece dentro das redes franqueadoras brasileiras.

Capacitar um franqueado é formar um empreendedor completo: ensinamos gestão, marketing, finanças, liderança, operação e atendimento. Mais que isso: formamos cidadãos produtivos, que multiplicam esse conhecimento em suas comunidades.

Esses são benefícios sociais do chamado “lifelong learning” (“aprendizado ao longo da vida” ou “capacitação contínua”) — presentes no franchising.

A ciência já comprovou os efeitos da educação contínua:

- Saúde e bem-estar: a aprendizagem está associada a menor estresse e maior propósito de vida.
- Coesão social: capacitar adultos reduz desigualdades e promove integração.
- Empregabilidade: quem aprende continuamente se adapta melhor às transformações econômicas e tecnológicas.
- Esses benefícios não estão apenas nas universidades. Eles acontecem nas unidades franqueadas, no balcão de atendimento, nas salas de treinamento, nas mentorias e convenções realizadas por redes de todos os tamanhos.

Franchising: a SkillsFuture brasileira

Enquanto Singapura financia cursos técnicos e programas de qualificação com recursos públicos, no Brasil, quem cumpre esse papel são os franqueadores comprometidos com a formação das suas redes. O franchising ensina, atualiza, prepara e apoia — muitas vezes, sem qualquer subsídio governamental.

A analogia não é exagero. O que SkillsFuture promove via Estado, o franchising brasileiro realiza via iniciativa privada, em escala nacional.

Inclusão produtiva e transformação social

Com mais de 1,7 milhão de empregos diretos, 197 mil operações em funcionamento e mais de 3.300 marcas atuando de Norte a Sul, o setor de franquias acolhe sonhadores que querem empreender de forma assistida, segura e formalizada. Gera oportunidades reais, capacita adultos, insere jovens no mercado, desenvolve lideranças e impulsiona negócios locais.

Em tempos de busca por soluções para os desafios do país, é preciso reconhecer: o franchising é uma das maiores políticas públicas não-governamentais em operação no Brasil. E seu impacto é social, educacional e econômico.

Franchising é, sim, educação continuada.

Franchising é infraestrutura para o futuro.

Franchising é inclusão na prática.

*Tom Moreira Leite é presidente da Associação Brasileira de Franchising – ABF