Valor: Loovi sugeria troca do seguro por rastreador
O Valor publicou, nesta terça-feira (11), nova reportagem baseada na denúncia apresentada pela Fenacor à Susep, solicitando a interrupção das atividades das empresas “Loovi Seguros” e “LTI Seguros” no setor de seguros, que estaria ocorrendo de forma totalmente irregular, em clara afronta à legislação vigente e ao Código de Defesa do Consumidor. No texto, o jornal recorda que a Loovi começou a atuar em 2019 com a venda de rastreadores veiculares, utilizando uma tecnologia chinesa.
Na época, conforme aponta o jornal, a Loovi já utilizava vídeos de artistas, postados no perfil da empresa no YouTube, incluindo o cantor sertanejo Eduardo Costa, o apresentador Ratinho e o humorista Tirullipa, todos criticando os seguros tradicionais e apresentando o rastreador como um substituto do seguro. “É só ligar no carro. Plugou? Já era, bebê. Você já está seguro. Esqueça o seguro”, afirma Tirulipa em vídeo de outubro de 2020.
Já Eduardo Costa assegura, em outro vídeo, que “artista, jogador de futebol, cantor de música sertaneja, ninguém mais faz seguro de carro, todo mundo usa isso”, enquanto mostra a caixa do aparelho rastreador.
Hoje, a estratégia de marketing da empresa continua baseada em propagandas feitas por nomes do esporte e influenciadores como Renato Cariani e Whinderson Nunes, que falam sobre o serviço de seguro veicular. “Eles pegam qualquer tipo de carro. Para vocês terem uma ideia, nem análise de perfil eles fazem”, diz Whinderson em um vídeo compartilhado no site de representante de vendas.
No início deste mês, em meio ao retorno de Neymar ao Santos FC, a Loovi se tornou patrocinadora oficial do time de futebol.
O Valor cita Pablo Marçal, empresário, palestrante motivacional e candidato a prefeito de São Paulo em 2024, como outra figura que divulga a empresa. Em vídeos nas redes sociais, o empresário se apresenta como dono ou sócio da Loovi. No perfil oficial da Loovi no TikTok, Marçal aparece em um vídeo com o título “Dono de segurança fala por que comprou a Seguradora Loovi”. Ele afirma: “A gente só comprou por causa da tecnologia. Ela se chama Loovi, a segurança que não pega a placa do carro e você não precisa pagar. A gente segura em três minutos”.
Questionado pelo Valor , Marçal afirmou, em nota: “Sou investidor, e não sócio da empresa, assim como em bolsas de outras companhias”.
O texto da reportagem aponta ainda que, em 2021, a LTI Seguros, do mesmo grupo da Loovi, foi selecionada para receber a licença temporária da Susep no sandbox. A autorização, válida para seguro de danos, teve início em janeiro de 2023 e é válida até março de 2026. Até lá, a companhia pode pedir uma licença definitiva.
É ressaltado ainda que a LTI entrou no sandbox com patrimônio líquido contábil de R$ 1,3 milhão. Em dezembro, foi de R$ 20,4 milhões, conforme informações disponíveis no portal de dados da Susep. Desde que a LTI obteve a licença, foram emitidos R$ 53 milhões em prêmios. Os sinistros somaram R$ 38,1 milhões. Somente em 2024, os prêmios foram de R$ 52,8 milhões e os sinistros chegaram a R$ 37,8 milhões.
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