Josias: Há 50 Anos Construindo Sua Trajetória no Mercado Segurador

Graduado em Direito pela PUC-RS, Josias, como é conhecido por todos, construiu ao longo do tempo uma das mais sólidas carreiras do direito securitário no Rio Grande do Sul. Entretanto, antes de atuar como advogado ele já estava inserido no mercado segurador, tendo trabalhado em seguradoras e corretoras de seguro.

Seu primeiro emprego no segmento foi em 1971 na então Assicurazioni Generali de Trieste e Venezia, o antigo nome da atual Generali do Brasil. “Comecei fazendo o serviço de banco, mas atuei na contabilidade, fui emissor e conferente de apólice. Depois fui subgerente de sinistros”, recorda com nostalgia. Ele trabalhou também na Volkswagen Corretora de Seguros (VVD), na Nazaré Porto Isa Corretora de Seguros, retornando a Generali para ser gerente de sinistros numa empresa da Seguradora chamada Serviços de Assistência Técnica LTDA (Servat).

Durante sua passagem por todas essas empresas do setor, Josias fez grandes amigos como Cláudio Fernando da Silva e seu irmão Caburé, dona Zelinda, Rui Hernades Bastos, Oswaldo Cardoso e Julio Cesar Rosa, entre outros. A convivência com esses profissionais proporcionou a ele aprendizado técnico e contribuiu para sua futura carreira de advogado. “Por todos os lugares que trabalhei tive a felicidade de conhecer pessoas extraordinárias e maravilhosas que ajudaram no meu desenvolvimento. Eu gostava de Biologia e cheguei ingressar nessa graduação, mas na Porto Nazaré Isa fui aconselhado a estudar Direito pelas aptidões que eu já demonstrava ter para essa profissão”, relembra.

A graduação em Direito foi concluída em 1982, mas por oito meses Josias ainda permaneceu na Generali, embora tivesse o desejo de abrir o próprio escritório para advogar. “Eu tinha uma boa remuneração, poder de decisão, certa independência e estava muito feliz na Generali. E considero a felicidade no ambiente de trabalho algo fundamental. Essa talvez tenha sido a grande lição que tirei desse período”, ressalta o advogado.

Na opinião de Josias para o bom andamento de uma empresa, os funcionários devem estar satisfeitos. “O colaborador tem que estar feliz, e gostar das funções que executa, além de receber um salário compatível com o que faz. Entretanto, ele precisa ter ambição e um pouquinho de insatisfação para almejar crescer e aumentar seus rendimentos”.

Do alto da experiência obtida em 37 anos de existência de seu escritório, o advogado é categórico: “quem não gosta do que faz acabará por ser infeliz profissionalmente e trará a infelicidade para seu ambiente profissional. As pessoas precisam estar na função certa e fazer aquilo que gostam. Sempre falo isso a todos os meus sócios”.

Existe harmonia no escritório C.Josias & Ferrer Advogados Associados, pois todos vivem em um ambiente familiar que conta com a presença de 30 pessoas trabalhando. “Em 37 anos de advocacia tivemos apenas uma reclamatória trabalhista que findou por acordo. Eu nunca encontrei algum ex-funcionário que tivesse queixa contra mim. Muito pelo contrário, quando reencontro alguém nos abraçamos, pois existe um clima de amizade e boas lembranças”, assegura Josias.

A motivação em constituir o próprio escritório nasceu ainda quando Josias ela aluno da PUC, pela excelente oportunidade que teve de aprender na prática como exercer no dia a dia a função de advogado, em um setor da universidade chamado Assistência Judiciária Gratuita. “A iniciativa possibilitava aos estudantes atuar na prática do Direito, participando dos trâmites e das audiências, elaborando petições e até mesmo desenvolvendo a oratória. Fiquei nesse setor até concluir minha graduação e tive um aprendizado muito maior do que nas aulas convencionais. Ainda contei com a boa vontade e generosidade de vários juízes daquela época, que nos orientavam”.

A trajetória profissional de Josias no mercado segurador, antes de ele graduar-se em Direito, foi o legado para a nova carreira. “A proximidade que tive com os gerentes das seguradoras possibilitou que em pouco tempo eu advogasse para todas as Companhias. A amizade que criei com o Julio César Rosa está gravada até hoje nas minhas lembranças. E tudo isso me ajudou muito a crescer e disparar no mercado de seguros”, afirma.

Em 1984 uma viagem de 40 dias a São Paulo para tratar de um problema de doença na família, acabou tornando-se uma nova e magnífica oportunidade de aprendizado e resultou em mudanças significativas na concepção de trabalho do então jovem advogado. “Conheci uma pessoa que considero um ícone do direito securitário: a gerente geral da Sul América, Theresinha de Jesus Correia. “Classifico ela como o maior exemplo da boa prática da advocacia. Uma professora na essência e de grande inteligência e capacidade jurídica. Passei a atender por intermédio dela a Sul América Unibanco. A Theresinha me proporcionou durante 40 dias o aprendizado de como funcionava o departamento jurídico de uma companhia de seguros. Aprendi a gíria, os truques e os segredos do mercado”, explica o advogado.

Josias recorda que aproveitou a oportunidade e foi aprendendo ao mesmo tempo em que trabalhava. “Durante esses 40 dias em São Paulo fui atendendo muito bem as demandas de meu escritório, com esforço, dedicação e qualidade que se mantém até hoje. E a vivência que eu tive naquela época tem ajudado nesse período de pandemia a manter nossa empresa em funcionamento e melhor do que antes do início do isolamento social. Temos um grupo de funcionários indescritíveis”, ressalta. Ainda sobre o período que permaneceu na capital paulista, em 1984, Josias considera extremamente positivo o legado profissional da convivência diária com Therezinha: “voltei grandão, com maior sabedoria e conhecimento e mais confiante”.

O progresso contínuo na carreira profissional possibilitou a Josias alçar novos vôos e tornar-se ao longo dos anos um advogado respeitado e reconhecido no mercado segurador gaúcho e nacional por sua significativa contribuição ao setor. A proximidade com a educadora Jane Manssur foi muito promissora. “A Jane é uma pérola. De uma personalidade impactante, determinada e educativa, generosa sem perder o comando. Recebi dela o convite para ser professor na Escola Nacional de Seguros (ENS). Comecei a ministrar aulas e ainda indiquei vários professores para a instituição educacional. Foi um sucesso, pois a partir desse momento a ENS ajudou de mais ao mercado. Fizemos inúmeras palestras pelo interior do Rio Grande do Sul”, destaca. “Recebi o diploma de honra ao mérito por ministrar 10 anos de aula na escola”, relembra com orgulho.

Em 1994, o advogado atuou ao lado de Jane Manssur, a pedido dela, e de uma comitiva de executivos para organizar e promover o primeiro Congresso de Direito Securitário no Brasil, que aconteceu na cidade de Gramado. “Na época, o ramo de seguros tinha uma imagem arranhada frente ao judiciário, pois os diversos agentes que atuavam no mercado segurador eram mal vistos porque o seguro não atraía simpatia do judiciário. ‘Eu sentia isso na pele quando estava exercendo minha profissão”, afirma o advogado.

O evento, que reuniu seguradoras, corretores e a Magistratura, tinha como objetivo mostrar ao judiciário a seriedade e a lisura do mercado segurador: “Queríamos aproximar o judiciário do ramo de seguros. E congresso foi um sucesso estupendo, pois o setor de seguros do Brasil inteiro compareceu e a iniciativa foi copiada em todo o país - repetiu-se nos anos seguintes aqui e no Paraná que gostou do modelo, onde palestrei num painel”.

Na avaliação de Josias, a partir de 1995 o judiciário modificou em muito sua visão em relação ao setor de seguros: “passamos a ser respeitados e nossa reputação melhorou bastante”.

Essas e muitas outras histórias compõem a trajetória profissional de 50 anos de Carlos Josias no setor de seguros. Seu escritório, o C.Josias & Ferrer Advogados Associados é especializado em direito do seguro, atuando no contencioso judicial, assessoria e consultoria, e no apoio jurídico para a regulação de sinistros. Com 37 anos de atividades, segue seu desenvolvimento com tradição, renovação e atualidade.

Além de Josias o escritório é constituído pelos seguintes sócios: Juliano Ferrer, Suellen Castro da Silva Farias, Maria Izabel Indrusiak Pereira e Luiz Felipe Amabile Loch: “convivemos em harmonia e companheirismo. Suellen atua como controler de forma impecável; Luiz Felipe e Maria Izabel possuem competência e empatia; e Juliano Ferrer é meu amigo, meu confidente, meu irmão, da família. É difícil não conseguir ser feliz neste contexto, e temos muito pela frente”, finaliza.