Momento aquecido para ofertas públicas evidencia necessidade de blindar executivos

O cenário inédito de juros baixos no país fez com que os investidores tivessem que procurar alternativas que pudessem oferecer maior rentabilidade, e o mercado de ações foi um dos principais destinos. Para ter uma ideia, o número de investidores pessoa física na B3 está próximo dos 3 milhões. Há apenas três anos, eram apenas 620 mil.

A queda nos juros também é positiva para o ambiente de negócios. Esse cenário ajuda a explicar o boom de ofertas públicas de ações na bolsa de valores, mesmo em plena pandemia. Foram 12 emissões (sete follow-ons e 5 IPOs) apenas no primeiro semestre deste ano. Existem ainda mais de 40 pedidos de registro de ofertas públicas em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários. Para comparar, em 2019 apenas cinco companhias fizeram sua estreia na bolsa brasileira.

O momento, sem dúvida, é favorável para o mercado. No entanto, não se pode negligenciar o fato de que uma oferta pública de ações é um processo complexo e traz riscos tanto para os executivos quanto para a companhia em si. Foi com isso em mente que a Swiss Re Corporate Solutions agregou ao seu portfólio o POSI (Public Offering Securities Insurance), um seguro voltado especialmente para proteger os executivos das empresas dos riscos relacionados ao processo de emissão de ações.

“É importante estar atento às demandas do mercado, o que faz parte da estratégia da Swiss Re Corporate Solutions de colocar o cliente no centro das decisões. Assim, conseguimos ter a agilidade que o mercado requer para colocar o produto na hora certa. Dessa forma, conseguimos cumprir nosso propósito de estarmos junto dos clientes, colaborando para que eles atinjam seus objetivos de negócio”, afirma Angelo Colombo, CEO da Swiss Re Corporate Solutions América Latina e Brasil.

Marina Neufeld Schechner, Head Casualty & FinPro da Swiss Re Corporate Solutions, explica que muitos executivos pensam que, com o seguro de responsabilidade civil D&O, estão protegidos dos riscos relacionados ao IPO, mas não sabem que o D&O não cobre oferta pública de ações. No entanto, o mercado está mais atento para essa questão. “Fechamos alguns contratos neste ano e estamos com diversos outros pedidos de cotação”, afirma a executiva.

Por envolver montantes elevados, é um seguro totalmente customizado, de acordo com as necessidades específicas do cliente. Por isso, o valor da cobertura varia bastante. Segundo Marina, os corretores estão orçando limites que ficam, em média, em torno de R$ 80 milhões. A cobertura básica é voltada para os executivos, mas também é possível contratar uma cobertura adicional voltada para a empresa, para os acionistas controladores e para os acionistas emissores.

Marina cita algumas das situações em que o seguro pode ser acionado: “o processo de emissão de ações está sujeito a erros como qualquer outro. A equipe que elabora o prospecto pode errar o valuation e a precificação de ativos, pode haver falha na publicação do prospecto e isso gerar um vazamento de informações sobre a oferta ou, ainda, o banco coordenador da oferta pode divulgar alguma informação prévia sem autorização da empresa”.

As reclamações podem ser motivadas por acionistas ou por agências reguladoras e gerar grandes indenizações. A indenização paga, no limite contratado, custos de defesa e danos resultantes da reclamação contra a parte segurada.

A apólice tem vigência de um ano, mas é possível contratar um prazo complementar de mais três ou quatro anos. Assim, qualquer problema relacionado àquela emissão de ações estará coberto durante esse período. “Temos um grande diferencial, que é o fato de sermos uma grande multinacional. Podemos contar com a expertise da Swiss Re em outros países para trocar informações e nos ajudar a desenhar a solução ideal para a demanda do segurado”, ressalta Marina.