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Adaptação ao pós-coronavírus fortalecerá o setor

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Quais produtos estarão na mira das seguradoras para atender à demanda surgida no pós-coronavírus, foi o tema do terceiro CNseg Webinar, realizado no dia 13 de maio pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que reuniu mais de 1,1 mil inscritos. Participaram do debate os presidentes da CNseg, Marcio Coriolano; da FenSeg, Antonio Trindade; da FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima; da FenaPrevi, Jorge Nasser, e da FenaCap, Marcelo Farinha.

"Esse é um tema que merece aprofundamento não apenas em relação aos produtos, mas também em suas interrelações com os canais de intermediação - os corretores - e com os diferentes perfis de clientes que surgirão após a pandemia", afirmou Marcio Coriolano no início do evento, aduzindo que a participação dos Presidentes das Federações traz consistência ao debate e respostas mais assertivas para o que poderá ocorrer nos segmentos do setor.

Para todos os Presidentes, a crise aumentou a consciência das pessoas e empresas sobre riscos e a sua percepção da importância da proteção. Superado o período de fragilidade econômica causada por uma crise epidemiológica, essa nova consciência de proteção poderá possibilitar que seguros entrem num novo ciclo virtuoso de desenvolvimento. E isso vale tanto para pessoas físicas como jurídicas. "Temos gargalos de infraestrutura, que devem gerar oportunidades para o setor. É uma questão de tempo para atividades ainda nas mãos do Estado serem transferidas para a iniciativa privada com os programas de privatização", disse Antonio Trindade, Presidente da FenSeg.

Antes de debaterem o tema produtos, os participantes ressaltaram uma das principais preocupações de todos: a interferência do Legislativo e do Judiciário no funcionamento do setor, tendo como pano de fundo a existência de mais de 4,8 mil projetos de lei no Congresso Nacional e Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais. Além de decisões judiciais que impõem obrigações que não estão previstas nos contratos. "A estabilização financeira é vital para a indústria de seguros. Sem ela, as seguradoras não estarão preparadas para responder à crise. Querer que as seguradoras cubram coberturas excluídas em contratos, retroativamente, é colocar em risco a solvência do setor", comentou Coriolano no início do webinar.

Indagados sobre o que tira o sono dos executivos do setor segurador, a resposta se concentrou nos projetos de leis que afetam os quatro segmentos do setor, com destaque para os de saúde, que concentra quase 1 mil projetos em curso. De acordo com o Presidente da FenaSaúde, João Alceu Amoroso Lima, "não se muda um setor regido por uma lei especifica com um projeto ou liminar. A judicialização tem um custo caro para todos e isso elitiza o uso do plano de saúde. O foco da Agência Nacional de Seguros (ANS) tem sido o de manter o mercado em funcionamento. A ANS fez uma série de ajustes, mas que não atendem ao principal problema de blindagem da inadimplência, o que pode ameaçar a solvência das operadoras".

Trindade chamou a atenção para projetos que possam ameaçar o equilíbrio dos contratos. "As exclusões estão muito claras nas apólices e as seguradoras vão seguir o que está escrito. Se tem cobertura indeniza. Se não, não indeniza", reforçou. O Presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, concordou com ele. "Não podemos esquecer neste momento que o seguro sempre foi parte da solução. Esse olhar de longo prazo é vital. Precisamos preservar as instituições e seus direitos, bem como entender que estamos em momento de exceção. Precisamos de tempo, entendimento e de diálogo. Essa é a grande contribuição do regulador neste momento. Disso depende a nossa capacidade para ofertar novos produtos à sociedade", disse.

Os participantes do webinar estavam curiosos para saber mais sobre a posição das seguradoras em relação ao sandbox, um ambiente de teste para novos produtos e serviços, regulamentado pela Susep. Por ser uma incubadora de insurtechs, o público perguntou o quanto isso pode impactar as seguradoras tradicionais. "Se o negócio for bom, será desenvolvido no mercado. Ou a empresa testada se junta a uma seguradora ou vai buscar um investidor. Trata-se, na minha opinião, de uma iniciativa saudável para criar novos nichos e formas de operar", afirmou Trindade. Marcio Coriolano concordou, mas lembrou que novos cenários estarão à frente para as insurtechs, com as restrições de acesso a novos capitais em função do próprio período recessivo que se avizinha.

Sobre a tendência de home office, todos foram unânimes em afirmar que veio para ficar. A síntese é de que algumas companhias já usavam o teletrabalho e este processo vai se acelerar. Os escritórios vão encolher para balancear a receita menor, pois trabalham para dar resultado ao acionista. Com isso, o setor se prepara para mudanças tanto na forma de comercialização como também de produtos que atendam as novidades em riscos trazidas por funcionários trabalhando à distância, entre eles os seguros para riscos contra ataques cibernéticos e também cobertura para equipamentos mais sofisticados instalados nas residências.

Novo normal - No pós-pandemia, ninguém ainda consegue adiantar como será a nova sociedade. Mas todos foram unânimes em reconhecer a importância do corretor de seguros. Os executivos afirmaram que o profissional precisa estar muito ativo junto aos clientes para saber como assessorá-los no momento pós-pandemia. Boa parte das perguntas aos palestrantes foi direcionada sobre o 'novo normal' dos consumidores para que se possa criar produtos e serviços adequados, principalmente em saúde, vida e previdência, bens patrimoniais e riscos financeiros, bem como a tendência dos títulos de capitalização. "Há uma grande incógnita ainda com tudo. Os seguros intermitentes, por exemplo, hoje já em uso em seguro de carro. As pessoas podem passar a usar mais o carro para se protegerem do contato com outras pessoas. Será? É provável", comentou Marcio Coriolano.

Trindade disse que o setor passará por uma adaptação e talvez por uma ou outra novidade. "Nós todos vamos sair diferentes em função do gigantesco impacto social e econômico que o mundo passa, e vamos perceber à medida em que a crise for sendo mais controlada", comentou. Automóvel, incêndio, transporte e responsabilidade civil são as principais linhas de negócios no escopo da FenSeg.

Entre os destaques em demanda e soluções no pós-crise, Trindade citou seguros cibernéticos com um dos mais promissores, uma vez que o homeoffice traz um risco de conexão que precisa ser gerido de forma mais atenta. Ele também citou o seguro residência, que certamente terão coberturas mais completas com a tendência de teletrabalho se consolidando.

O seguro para pequenas e médias empresas, segundo ele, tem um viés de que a crise torna claro a importância da transferência de risco para o setor, o que elevará a demanda pelos seguros empresariais. Incêndio e transporte permanecem com o mesmo perfil já consolidado, mas a incorporado de tecnologias para ajudar na precificação e assim trazer ganhos aos clientes que gerenciam melhor o seu próprio risco.

Outro produto citado por Trindade que deve se consolidar com o aumento de demanda e de concorrência é o seguro viagem. "Será praticamente obrigatório a compra por quem vai viajar, diante da consciência de que fatos totalmente fora do nosso controle podem causar perdas significativas".

Quanto a novos produtos, ele acredita que surgirão, principalmente os que usam índices paramétricos, que avançarão do seguro agrícola para outros segmentos. Em relação aos seguros intermitentes, aquele em que o segurado paga somente pelo tempo que usar, o executivo acredita que vieram para ficar. "Este tipo de seguro pode atrair um percentual da população interessa nesta modalidade em auto e residência. O tempo vai dizer como será essa experiência".

Segundo Jorge Nasser, os brasileiros percebem agora, mais do nunca, a importância do seguro, principalmente de vida e previdência, para mitigar as perdas que muitos estão tendo neste momento. No 'novo normal', os negócios serão centralizados em ferramentas online, sem intervenção humana. "Qual será o papel do corretor consultor. Vão perder espaço? Para mim, esse novo cenário reforça a importância do corretor, como em muitos momentos da nossa história, como um agente de revolução. E agora com a responsabilidade de ser mais preparado ainda. Por isso, o mundo pós- pandemia será mais conectado, com soluções práticas para a nossa operação e para os nossos clientes. Sairemos mais humanos e valorizando a relação humana. E mais uma vez ganha o corretor que agregar mais valor ao seu cliente", afirmou.

O Presidente da FenaSaúde não acredita que haverá mudanças relevantes nos produtos de saúde que há são ofertados atualmente. Em 2019, o segmento vem reagindo à crise econômica que tirou milhares de pessoas da saúde suplementar com o lançamento de produtos mais acessíveis. Para ele, os grandes vencedores desse momento são a telemedicina, o homeoffice e as soluções digitais do sistema privado. "A telemedicina se tornou uma ferramenta de ajuda e suporte aos clientes, reduziu idas desnecessárias ao pronto socorro além de atuar rapidamente até mesmo no diagnóstico do coronavírus. Certamente haverá ajustes, do ponto de vista regulatório e ética médica, mas a telemedicina veio para ficar", segundo João Alceu.

O setor de capitalização está otimista com o pós-pandemia. "Vejo boas mudanças na comercialização dos produtos, que certamente ganharão um formato mais digital e adesão dos corretores neste processo, como também maior demanda por títulos com garantia de crédito, como a fiança locatícia", afirmou Marcelo Farinha, Presidente da FenaCap. "A criatividade nasce da angústia e com ela a necessidade de refletir. Aqui temos de contar com a ajuda do regulador, para tornar o produto mais aderente a uma nova realidade de distanciamento social. Somos altamente regulados e temos de preparar as bases para o pós- crise. Em fianças locatárias, por exemplo, é preciso reconhecer firma. Precisamos aceitar assinaturas eletrônicas, por exemplo. Entender que precisa ser mudado do ponto de vista legal é uma pauta relevante do nosso segmento", finalizou.


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