Clandestina: Uma em cada esquina

Outro dia, porém, pasmem, eu vi uma matéria jornalística sobre o assunto. No fato descrito estava o envolvimento com quadrilhas no solo do estado onde o Cristo Redentor abre os braços. O assunto tratava, inclusive, do conceito da lucratividade do crime. Pois negociar com a clandestinidade na recuperação de bens sinistrados era melhor que traficar drogas. Pode isto?

Claro que pode! O País, parece, não tem um rumo natural que amordace o clandestino. E as formiguinhas que devoram as árvores são melhores do que os elefantes africanos que de tão grandes são impotentes para destruir o formigueiro. E a grande culpa recai sobre quem?

Evidentemente, dos elefantes. A fim de comerem todas as plantas e folhas das árvores frutíferas, sem se importar com as pequenas formigas devoradoras. A brecha deixada faz com que a clandestinidade usurpe o direito oficial.

- E que lacunas são estas?

- Lacuna por omissão!

- Lacuna do lobby jurídico!

- Lacuna do despreparo!

- Lacuna da antevisão!

- Lacuna do conformismo!

- Lacuna da estratégia!

- Lacuna da soberba!

- Lacuna do conceito! O que está certo parece estar errado. E quem realmente erra comenta como se estivesse certo! Vale destacar que a população é emotiva e galga o conceito da admiração por Ali Babá!

- Lacuna de produtos e preços!

- Lacuna por não exercer poder! Sim, com poder e dinheiro não há como não criar uma estratégia saudável para derrubar o mal da clandestinidade. Falta alguém com uma característica sofisticada para encabeçar uma luta considerável contra o que atinge a produtividade dos pomares brasileiros.

Eu creio que o Brasil foi seqüestrado pela clandestinidade e o elefante sofre de Síndrome de Estocolmo.

Ajudemo-lo à se libertar! A nossa parte- aquela do corretor - sempre foi feita. Acho, sinceramente, que é a única parte da produção dos pomares a fazer o que é certo. Uma luta inglória desprovida de qualidade do poder oficial. Eu creio que é até romântica por excelência.

E quem poderia se aproveitar dessa clandestinidade toda para vender mais e ter uma carteira recheada, combate o bom combate pela fé: O produtor! Sim, os corretores estão cansados. E se esse batalhão de pessoas comprometidas com essa indústria oficial largar a bandeira, ai entenderão a que prejuízo vieram as clandestinas para os balanços daqueles elefantes. Brancos. Gordos. Gigantes.

Querem aprender? Sun Tzu e Maquiavel estão ai disponíveis para quem quer promover boas ações! Um fornece a estratégia e o outro...

Daqui a pouco (profeta eu?) a maior indústria será clandestina... ou melhor: desclandestinizada pelo romantismo histórico e ócio moralista de quem detém a virtude e o bom costume.

Aqui vai uma historinha interessante e longa que eu copiei:

"Por que o enorme elefante não se solta de um simples pedaço de corda?
Você já observou elefante no circo? Durante o espetáculo, o enorme animal faz demonstrações de força descomunais. Mas, antes de entrar em cena, permanece preso, quieto, contido somente por uma corda que aprisiona uma de suas patas a uma pequena estaca cravada no solo. A estaca é só um pequeno pedaço de madeira. E, ainda que a corda fosse grossa, parece óbvio que ele, capaz de derrubar uma árvore com sua própria força, poderia, com facilidade, arrancá-la do solo e fugir.
Que mistério! Por que o elefante não foge?
Há alguns anos descobri que, para sorte minha, alguém havia sido bastante sábio para encontrar a resposta: o elefante do circo não escapa porque foi preso à estaca ainda muito pequeno. Fechei os olhos e imaginei o pequeno recém-nascido preso: naquele momento, o elefantinho puxou, forçou, tentando se soltar. E, apesar de todo o esforço, não pôde sair. A estaca era muito pesada para ele. E o elefantinho tentava, tentava e nada. Até que um dia, cansado, aceitou o seu destino: ficar amarrado à estaca, balançando o corpo de lá para cá, eternamente, esperando a hora de entrar no espetáculo.
Então, aquele elefante enorme não se solta porque acredita que não pode. Para que ele consiga quebrar os grilhões é necessário que ocorra algo fora do comum, como um incêndio por exemplo.
O medo do fogo faria com que o elefante em desespero quebrasse a corrente e fugisse. https://radio93.com.br/eraumavez/o-elefante-amarrado/

E todo mundo sabe quem é o elefante desta história. Tomara que este tipo de paquiderme entenda que a corda que o segura não suporta sua força.

O que a gente não sabe é se é mais uma historinha para ELEFANTE dormir.

Armando Luis Francisco
Jornalista