Vieses inconscientes podem ser armadilha na hora da contratação

O Brasil ocupa, hoje, o 90º lugar no ranking de Equidade de Gênero no mundo, segundo dados do Fórum Econômico Mundial, que consideram parâmetros políticos, econômicos e sociais. De acordo com o relatório da McKinsey, a diversidade étnica, cultural e de gênero, principalmente em equipes executivas, continua a ser correlacionada ao desempenho financeiro em vários países do mundo.

Uma pesquisa realizada pela Grant Thornton no Brasil revela que mais da metade das empresas não possui uma única mulher em cargos de liderança. "Grande parte dessa realidade se deve ao preconceito de gênero existente na sociedade, resultando em injustiças sociais relacionadas às contratações ou promoções, em que existe um padrão preestabelecido ocupando funções mais estratégicas e de prestígio dentro de empresas", destaca Carine Roos, que, ao lado de Amanda Gomes, fundou a ELAS, primeira escola de liderança feminina do Brasil.

As empreendedoras enfatizam a importância e a necessidade de haver mudanças significativas nesse âmbito no país, principalmente com a adesão de programas de inclusão nas empresas. A escola oferece cursos exclusivos para colaboradores com o objetivo de reforçar a relevância de ambientes que promovem igualdade de gênero.

Para Carine, especialista em Equidade de Gênero e Inovação, esse fato se deve à extrema cobrança da sociedade para que a mulher seja perfeita. "Mulheres nascem ouvindo que precisam se encaixar em padrões altíssimos de beleza, ser excelentes mães, sendo inaceitável haver a possibilidade de falhar ou arriscar", explica.

Segundo o guia produzido pela ONU Mulheres, em parceria com o Insper, Movimento Mulher 360 e PwC, vieses inconscientes são um conjunto de estereótipos que a população mantém sobre diferentes grupos de pessoas a partir de situações e experiências vivenciadas ao longo da vida, como memórias de infância, conversas com amigos e até mesmo notícias de televisão. "Nosso cérebro filtra e canaliza informações utilizando o reconhecimento de padrões e usa esse modelo para nos ajudar a tornar esse mundo inteligível, nos auxiliando a interpretar situações", esclarece Amanda.

"Todos nós temos esses pré-julgamentos, que são frutos da nossa construção sociocultural. O problema é que, muitas vezes, não temos consciência dele e, mais do que isso, reproduzimos esses estereótipos no dia-a-dia, em casa, com amigos e também dentro de empresas em processos de contratação ou promoção", pontua Carine.

O LinkedIn revelou, em sua última pesquisa, que mulheres só se aplicam a determinada vaga de emprego quando correspondem a 100% dos requisitos, enquanto os homens o fazem com 60% das exigências. Segundo o relatório de gênero da rede social profissional, perfis femininos têm 13% menos chances de serem analisados e considerados pelos recrutadores.

ELAS

Criado em agosto de 2017 e alinhado aos Sete Princípios do Empoderamento das Mulheres nas empresas defendidos pela ONU, a ELAS (Exercendo Liderança com Assertividade e Sabedoria) é a primeira Escola de Liderança e Desenvolvimento voltada para mulheres que buscam assumir posições de destaque nas empresas ou na sociedade. Além de oferecer workshops, palestras e mentorias, a Escola se destaca por um curso exclusivo chamado Programa ELAS, sendo a formação mais completa e intensa da Escola de Liderança.

A Escola nasceu para promover mudanças rápidas e concretas na vida das pessoas e nos resultados das empresas, tendo como missão ser referência no desenvolvimento de mulheres no Brasil. A ELAS respeita a essência e o talento de cada aluna, garantindo uma medição do desempenho e da evolução pessoal promovido pelo treinamento.