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FenaSaúde discute importância da Atenção Primária

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Tema foi a pauta de encontro da federação com profissionais da imprensa

Por Tany Souza

Neste ano, o 3º Encontro de Comunicação da Saúde Suplementar deu ênfase à Atenção Primária, nas palestras e debates com os jornalistas presentes. “Em 2019, continua o velho desafio do setor de saúde, que é a escalada de custos, superior à inflação e outros índices, o que também é um fator quando falamos de longevidade com qualidade. Pensando nisso, formatamos uma proposta para o setor, com 11 medidas e desafios, e o fortalecimento da atenção primária a saúde é um deles”, comentou João Alceu Amoroso Lima, presidente da FenaSaúde.

Segundo ele, o que foi apresentado é o caminho para implementar a Atenção Primária. “Atenção primária à saúde é capaz de resolver 80% da demanda de saúde, reduzindo 17% das internações e quase 30% em serviços de urgência. E quem fez esse levantamento foi a OMS (Organização Mundial de Saúde).

Entendemos que não é da noite para o dia que teremos essa mudança cultural, que envolve todos. O sucesso depende do engajamento de toda a cadeia produtiva do setor de saúde”.

Fernando Pesciotta, vice-presidente da CDN Comunicação Corporativa, concorda que essa mudança depende de todos. Ele disse que há um bom espaço para trabalhar esse assunto específico, de forma proativa pelas entidades nos veículos de comunicação. “Cada vez mais o veículo de comunicação trabalha como prestação de serviço, estando ao lado do leitor, inclusive neste sentido pedagógico”.

Para o professor de clínica geral e propedêutica da Universidade de São Paulo (USP), Gustavo Gusso, essa mudança do sistema infelizmente não está dentro das universidades, “pois os médicos já saem pensando em ser especialistas”. Ele também definiu o que é atenção primária, para que todos os grupos pudessem discutir de forma clara. “Os atributos são acesso, coordenação, longitudinalidade e cuidado abrangente”.

Gusso ressaltou o relatório Dawson, de 1920, que ainda é atual em suas colocações sobre o assunto, tirando alguns exemplos de doenças da época. “Mas a questão é colocar em prática esses preceitos e, para isso, precisamos saber exatamente o que é atenção primária para não queimar esse conceito tão importante. O paciente é a parte fácil da mudança cultural. É muito mais difícil dizer ao médico que ele terá outra função no setor de saúde”, opina.

Segundo ele, os médicos se colocam como generalistas e também especialistas, e essa é a dificuldade, porque a maioria também quer ter sua parte generalista e fica com dupla função, o que não é muito saudável. “Convencer os especialistas e médicos que faziam ou têm feito desta forma é a parte mais difícil. Mas o caos está se aproximando, já que há muitos médicos especialistas se formando e pouco espaço para atuação”.

O diretor de desenvolvimento setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Aguiar, apresentou o Programa APS, uma iniciativa da entidade que propõe estimular a implementação do modelo, para reorganizar a porta de entrada do sistema com base em cuidados primários à saúde. “Os pilares do programa para estruturação dos cuidados primários em saúde são porta de entrada com o primeiro contato e acolhimento, um cuidado mais longitudinal, auto coordenação do cuidado, integralidade do cuidado de todas as doenças que ele tenha no seu portfólio, a centralização na família no acompanhamento de sua saúde”.

Para José Cechin, diretor executivo da FenaSaúde (foto acima), a atenção não é novidade no setor, pois envolve vários aspectos, como o médico de família que acompanha o indivíduo. “No passado, já existia e era valorizado, já que identifica melhor o problema e orienta no caminho da atenção à saúde”.

Algumas operadoras que utilizam o atendimento primário já possuem resultados positivos. “O índice de retenção à atenção primária é alto, o que mostra uma aceitação boa e positiva a sua experiência. Há também uma redução das internações, que é uma consequência da melhoria da coordenação do cuidado dos pacientes, com orientações de todos os tipos. Além de controle de diabetes e tabagismos, beneficiando os pacientes”.

O desafio da confiança na Atenção Primária

O especialista em direito do consumidor, Ricardo Morishita Wada, professor de direito do consumidor e presidente do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP Pesquisas), volta a lembrar do relatório de Dawson, “que trata de Atenção Primária como políticas públicas e pensa nestas mudanças culturais a partir das pessoas e não dos elementos”.

Ele enfatiza a pergunta: “A atenção primária na saúde ofende o direito do consumidor?”. Morishita diz que para ter essa resposta, é preciso pensar na capacidade de escolha do consumidor. “Nós temos um problema que é o ceticismo. O medo, a descrença, a falta de capacidade de acreditar. Na ciência, o que não se mede, não existe! Todos nós temos direito a informação, orientação, para que possamos fazer escolhas e isso está dentro do direito do consumidor”, explana.

Juliana Pereira, diretora executiva de clientes da Qualicorp e ex-secretária da Senacon, disse que o nosso modelo não atende mais adequadamente aos clientes de planos de saúde. “Nós devemos continuar oferecendo rede e cuidado, mas com características de integrado e coordenado”.

De acordo com ela, antes de falar de desperdício do exame, é preciso conscientizar o cliente da importância dessa ação. “E por isso o novo momento é o engajamento. A prestadora não pode ser apenas cobradora de boleto, mas sim protagonista”.

Sobre os desafios, ela se ateve a dois deles. “O primeiro é a construção da confiança, como disse Morishita. O consumidor brasileiro é sofrido em alguns aspectos. As discussões de conceitos, preços e custos também é uma discussão da sociedade. Se por algum momento não formos transparentes sobre a atenção primária, para que o paciente navegue de forma confortável e seguro, corremos o risco do assunto se reduzir a obstáculo no acesso à saúde. E somente vamos aumentar são os atritos”.

Para ela, é preciso saber comunicar sobre atenção primária para o cliente, com cuidado coordenado, e promover a confiança. “Somente assim, teremos o engajamento do consumidor”.

E o segundo desafio é a valorização do profissional de saúde. “O médico é uma importante voz do plano de saúde para seu cliente, que conhece o profissional, a estrutura. O profissional também não pode ser o objeto, mas fazer parte e incluído, senão não teremos atenção primária”.

Para Juliana, “temos que voltar às origens, trazer os dois seres humanos no centro da estratégia dos negócios. Um que escolheu a medicina e o outro que é o grande beneficiário do sistema de saúde, público ou privado”.


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