Eder Oliveira E Luiz Ernesto Both: Profissionais Conhecidos Da Profissão Atuarial No Brasil

No final dos anos 70, Luiz Both resolveu fazer universidade. Certo de que iria para a área financeira, ficou curioso sobre a área de ciências atuariais. Através dos conselhos do pai, bancário, resolveu estudar um ramo até então desconhecido.

Segundo Both, quando iniciou os estudos, a área atuarial não era de conhecimento popular, inclusive de alguns professores de cursos renomados, como por exemplo as Engenharias, com quem tinha algumas aulas. "Quando entrei na UFRGS, éramos apenas 16 alunos, apenas 2 se formaram", contou, relatando o nível de dificuldade da graduação.

No início da carreira, estagiou na Cia de Seguros Previdência do Sul, onde permaneceu por mais de 1 ano. Até então, trabalhava na área de ramos elementares, "o que hoje é o não-vida", contou. "Quando terminei o estágio, fui contratado e direcionado para a área de vida, onde eu queria estar para desempenhar minha função de atuário", disse.

Logo depois, foi chamado para ingressar na área atuarial da APLUB (Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil). Lá, conheceu Eder, que viria a ser seu sócio na Atuária Brasil e amigo para a vida toda. Eder cursava ciências contábeis e pelo convite e insistência de Both à época, mudou para ciências atuariais.

"Com 16 anos, em 1980, comecei a trabalhar na área administrativa da APLUB, passando para a área atuarial em 1985, por convite do Both", afirma Eder, traçando sua trajetória. A dedicação sempre fez parte de sua personalidade, pois cursava duas faculdades ao mesmo tempo no início de sua vida acadêmica, estudando Administração na Unisinos e Ciências Contábeis na Faculdade Porto-Alegrense.

"Estava na metade da faculdade de 'contábeis' e o Both me apresentou as ciências atuariais. Naquela época ninguém conhecia, eu mesmo quando recebi o convite, não sabia exatamente o que fazia um atuário", contou Eder.

Após a explicação, acreditou nas palavras de Both e se engajou no projeto. Ele tem as melhores lembranças possíveis do trabalho em sociedade com seu amigo. "Foi amor à primeira vista, resultando em uma grande amizade e imenso respeito e carinho que temos um pelo outro até hoje. Acabamos trabalhando juntos desde 1985, tendo passado por situações inesquecíveis e de superação, com muitas batalhas vencidas, graças a Deus".

Conhecidos pela frieza no trabalho com os números, os atuários são vistos como pessoas tímidas e mais retraídas, características comuns nas pessoas das ciências exatas. Eder é diferente: "Os colegas dizem que sou diferente da maioria dos atuários, uma pessoa mais extrovertida, pois gosto dos ambientes sociais e também não tenho nenhum problema de falar em público, e isso me ajudou e continua me ajudando no passo a passo da vida".

No início dos anos 2000, mais precisamente em 2003, ambos saíram da APLUB, empresa que dedicaram muitos anos de trabalho, e optaram por uma nova caminhada. Criaram juntos a ATUÁRIA BRASIL, empresa que realiza Assessoria, Consultoria e Auditoria Atuarial. Apesar dos obstáculos, desde o início mantiveram a disciplina, contou Both. "Nossa ética profissional é muito forte e sempre a seguimos com firmeza. Montamos a empresa e estávamos apenas divulgando, não tínhamos clientes mas todos os dias, às 8h da manhã, estávamos trabalhando. Tomávamos café e fazíamos o planejamento da empresa", disse Both.

"Quando saímos da APLUB, nos deparamos com dois caminhos: ir para o mercado ou tentar construir uma empresa e por meio dela conseguir o nosso sustento", contou Eder.

Enxergando além do mercado, perceberam a oportunidade da Auditoria Atuarial. "Não queríamos tirar o trabalho de colegas que eram atuários das empresas e vir a prejudicá-los, por isso optamos pelo segmento de auditoria, baseados na Resolução CNSP 135/2005, que já vinha sendo discutida desde 2004, ano de fundação da Atuária Brasil".

O principal objetivo de ambos como profissionais, além de otimizar suas atividades, é propagar o conhecimento sobre a área atuarial, cujo progresso é visível no País. Both foi professor da FAPCCA – Faculdade Porto Alegrense de Ciências Contábeis e Atuariais e da PUC – Pontifícia Universidade Católica do RS: "o Magistério para mim foi espetacular, onde lecionei por 34 anos", compartilhou. Both foi também diretor do IBA (Instituto Brasileiro de Atuária) por alguns anos e acabou assumindo como presidente por três mandatos, onde Eder já foi diretor-técnico por duas gestões e eleito para seu terceiro mandato que se iniciou em 2019, sempre em prol de ajudar a desenvolver a profissão no Brasil.

Enquanto abria a empresa, Eder lecionava na UNISC – Universidade de Santa Cruz do Sul, onde ficou por 8 anos. "Viajava para Santa Cruz para dar aulas 3 vezes por semana, com disciplinas diferentes, e começamos a Atuária Brasil em meio a tudo isso".

A atuação do IBA para eles é de extrema relevância para o cenário. "Esses colegas que tocam o Instituto, os quais julgo como abnegados, se juntam e fomentam o aperfeiçoamento dos profissionais por meio de cursos, artigos, palestras, livros e outros, sendo que o principal objetivo do IBA é desenvolver a profissão, estar atento a novos mercados e atividades para os atuários, criar normas de conduta profissional e pronunciamentos técnicos de trabalho, além de incentivar quanto a questão da ética profissional", assegurou Eder.

A ATUÁRIA BRASIL é liderada por estes 2 profissionais renomados e qualificados, que auxiliam no desenvolvimento de sua profissão, empresa que completou 15 anos de fundação em janeiro/2019 e que atualmente conta com uma boa equipe de funcionários e colaboradores, ligados à profissão. Uma grande amizade possibilitou um ótimo negócio para o ramo atuarial. "Estamos constantemente produzindo com o foco plenamente direcionado aos nossos clientes e também de olho em fomentar o futuro de nossa profissão", conclui Eder.