Brasil,

Por que quase nenhuma inovação acontece no Brasil?

  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Daniela Penna
  • SEGS.com.br - Categoria: Seguros
  • Imprimir

Por Mateus Baumer

Muito difícil conseguir argumentar que, na média, o povo brasileiro não é criativo. Tanto que a frase "O brasileiro tem que ser estudado pela NASA" ficou famosa alguns anos atrás. Então, por que outros países inovam muito mais do que nós?

Importante entender que quem inova são os indivíduos, não o país, as empresas, municípios. Mas tentar explicar problemas complexos com um motivo único é sempre um erro. Ainda assim, é possível definir alguns motivos que impactam as pessoas a inovarem mais ou menos. Para sermos específicos, vamos analisar dois deles: regras e incentivos.

Para facilitar, citaremos alguns exemplos na prática:

Ensino: O sistema de educação brasileiro é um exemplo clássico desse problema. Ele é considerado pelos usuários como ultrapassado e de baixa eficiência. O motivo? Para a maioria, a escola é tida como um curso preparatório para ajudar os alunos a ingressarem em boas universidades que, se forem gratuitas, melhor ainda. Assim, o Estado cria um incentivo muito claro, programas e provas como ENEM, Fuvest e PAS, que medem a "qualidade" dos alunos de todo o país. As escolas, por sua vez, recebem esse estímulo e pautam seu currículo para ensinar os alunos aquele conteúdo. Para piorar, a regra é que o MEC defina o formato e o conteúdo que as escolas devem trabalhar com seus alunos, proibindo a mudança e a inovação.

Concurso Público: Principalmente por conta das regras trabalhistas e regulamentações setoriais, é muito ariscado e custoso empreender por aqui. São comuns as histórias de pessoas que sofreram processos extremamente custosos, erraram na hora de pagar os impostos ou não tinham todas as licenças para operar e faliram. Por outro lado, temos um incentivo contundente para que a população preste concurso público e usufrua benefícios como ótima aposentadoria, impossibilidade de perder o emprego, sem obrigatoriamente ter que se esforçar no trabalho. Resultado: várias pessoas que poderiam criar soluções para problemas em forma de produto ou serviço, gerando assim empregos e riquezas, consomem dinheiro da população sem obrigatoriamente dar um retorno a ela.

Agricultura: Existem muitos recursos para financiamentos subsidiados com o dinheiro do estado, com foco no incentivo à agricultura tradicional. Mas as regras para quem vai receber o dinheiro são basicamente para compra de maquinário, agrotóxicos e sementes. Existe um sistema inovador chamado agroflorestal, que foi pensado para o nosso clima. Ele é mais barato e eficiente para ser implantado por aqui do que o modelo tradicional, criado para países de clima gelado. Como o incentivo dado é para a manutenção do modelo atual, as inovações em técnicas de plantio vão demorar muitas décadas ainda até serem implementadas e, quando isso acontecer, provavelmente já estarão obsoletas.

Saúde: Como mais um exemplo simples de como isso acontece, podemos citar as clínicas médicas que oferecem preços populares. Um modelo de medicina inovadora, que tinha tudo para crescer muito mais – e beneficiar grande parte da população mais pobre - esbarra em algumas regras, como a proibição pela Anvisa de anunciar os preços praticados. As empresas são, então, incentivadas a contratar pessoas ou investir em tecnologia para resolver uma questão, aumentando seu custo. E quem paga essa conta no final? Os pacientes, claro, que terão que arcar com valores de consultas mais caras!

Pesquisas: Normalmente financiada por dinheiro público, as pesquisas nas universidades e empresas estatais não têm estimulo algum para serem revertidas em produtos ou serviços úteis para a sociedade, logo sem fins lucrativos. Como os incentivos e as regras não permitem que o pesquisador se beneficie do seu invento, por qual razão ele se preocuparia com o resultado fora seu prazer pessoal? Por isso vemos tanto dinheiro sendo jogado fora nesse processo, sem ser revertido para a população.

Investimento: Se um contrato de serviço de apenas um dia era impensável até pouco tempo atrás, pelos altos riscos que representavam. Hoje em dia, o acesso amplo e barato à informação diminuiu enormemente esses riscos. Isso porque os contratados têm uma propensão muito maior de honrar seus compromissos, tendo em vista que uma avaliação negativa de seu desempenho colocaria em risco todos os seus contratos futuros. Diante desse cenário, as regras trabalhistas do Brasil intimidam várias startups, ou seja, as leis atuais não se aplicam à velocidade da cadeia produtiva dessas empresas e não garantem segurança jurídica aos inovadores. Assim, com medo de eventuais processos, esses empreendedores são desestimulados a ficar aqui e saem do pais e junto a inovação.

Como os exemplos dados acima, fica nítido que o Estado tira recursos da sociedade como um todo, concentra riquezas nos funcionários públicos, e o retorno para a população é apenas uma parte pequena do total na imensa maioria das vezes.

Enquanto o governo cria uma solução para um problema, o processo de mercado permite que empreendedores criem milhares, e que elas concorram entre si. Por não se tratar de uma obrigação, mesmo que você faça uma escolha hoje por determinada solução, nada impede que você troque amanhã de forma rápida. Uma regra estatal, centralizada e definida por centenas de pessoas nunca vai conseguir ser ágil, além de desconsiderar que a melhor solução para mim pode não ser a melhor para você nem para milhões de outros integrantes da nossa população a cada momento de duas vidas.

Sobre Mateus Baumer

Sócio da BlueLab e responsável pela Diretoria de MKT e Vendas

Formado em Administração pela ESPM (SP), com pós-graduação em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral, Mateus é um dos sócios da BlueLab, responsável pela diretoria de marketing e vendas da companhia. Nessa função, desenvolve a estratégia de vendas, sempre com foco na evolução do modelo de negócios, na experiência do usuário e nas diversas plataformas tecnológicas. Além disso, faz questão de participar da contratação de todos os novos profissionais da empresa.

Mateus iniciou sua carreira em Trade Marketing na Danone do Brasil, onde permaneceu por dois anos. Em seguida, assumiu a reestruturação de empresas familiares na área metalúrgica, expandindo e diversificando para novos mercados, como projetos de arquitetura estrutural, que garantiram o crescimento mesmo na crise. Em 2012, ingressou na BlueLab, e fez mudanças significativas na empresa, saltando de uma companhia mais técnica de desenvolvimento de produtos para uma focada em atendimento e experiência do cliente. Fluente em inglês e espanhol, Mateus morou na Austrália por um ano. É grande estudioso e amante da escola austríaca de economia e do livre mercado.


Sobre a BlueLab

Fundada em 2008, a BlueLab é uma empresa de automação de atendimento, que usa bots complexos de voz e chat. Oferece serviço completo aos seus clientes, desde o desenvolvimento da persona do robô, implementação, até o suporte técnico, incluindo a evolução da base de conhecimento contínua, infraestrutura de TI e integrações, sem custos adicionais. Alguns dos seus principais clientes são Sky, Itaú, Dufry, Previsul, Mercedes-Benz, Gafisa, Banco do Brasil, GloboPlay, Centauro, Teleperformance, entre outros. A BlueLab já foi premiada pela Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), Frost & Sullivan e mais recentemente, em junho de 2018, recebeu o Prêmio Cliente S.A na categoria 'Melhor Projeto Estratégico', com o case da GloboPlay. Para mais informações, acesse: www.bluelab.com.br.


Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
 
https://www.facebook.com/groups/portalnacional/

<::::::::::::::::::::>
IMPORTANTE.: Voce pode replicar este artigo. desde que respeite a Autoria integralmente e a Fonte...  www.segs.com.br
<::::::::::::::::::::>
No Segs, sempre todos tem seu direito de resposta, basta nos contatar e sera atendido. -  Importante sobre Autoria ou Fonte..: - O Segs atua como intermediario na divulgacao de resumos de noticias (Clipping), atraves de materias, artigos, entrevistas e opinioes. - O conteudo aqui divulgado de forma gratuita, decorrem de informacoes advindas das fontes mencionadas, jamais cabera a responsabilidade pelo seu conteudo ao Segs, tudo que e divulgado e de exclusiva responsabilidade do autor e ou da fonte redatora. - "Acredito que a palavra existe para ser usada em favor do bem. E a inteligencia para nos permitir interpretar os fatos, sem paixao". (Autoria de Lucio Araujo da Cunha) - O Segs, jamais assumira responsabilidade pelo teor, exatidao ou veracidade do conteudo do material divulgado. pois trata-se de uma opiniao exclusiva do autor ou fonte mencionada. - Em caso de controversia, as partes elegem o Foro da Comarca de Santos-SP-Brasil, local oficial da empresa proprietaria do Segs e desde ja renunciam expressamente qualquer outro Foro, por mais privilegiado que seja. O Segs trata-se de uma Ferramenta automatizada e controlada por IP. - "Leia e use esta ferramenta, somente se concordar com todos os TERMOS E CONDICOES DE USO".
<::::::::::::::::::::>

voltar ao topo

Adicionar comentário

Aja com responsabilidade aos SEUS COMENTÁRIOS, em Caso de Reclamação, nos reservamos o Direito, a qualquer momento de Mudar, Modificar, Adicionar, ou mesmo Suprimir os comentarios de qualquer um, a qualquer hora, sem aviso ou comunicado previo, leia todos os termos... CLIQUE AQUI E CONHEÇA TODOS OS TERMOS E CONDIÇÕES DE USO. - O Nosso muito obrigado - Ferramenta Automatizada...IMPORTANTE: COMENTÁRIOS com LINK são bloqueados automaticamente (COMMENTS with LINKS are automatically blocked.)...Sucesso!

Security code Atualizar

Enviar