Estudo aponta que um em cada dez condutores dirige em excesso de velocidade na cidade de São Paulo
Pesquisa constata que 33% das motocicletas circularam com velocidades superiores às permitidas nas vias, seguida pelos dos ônibus de turismo (28%), caminhões de até três eixos (24%) e carros de passeio (8%)
Com o foco em alertar a sociedade, aprimorar questões relacionadas à segurança viária e diminuir o número de acidentes no trânsito, em vias de grande circulação de usuários vulneráveis (pedestres e ciclistas), a Fundación MAPFRE desenvolveu o estudo “Velocidade x Usuários Vulneráveis”, que realizou 3.796 medições em 13 pontos da cidade de São Paulo (SP), no período de 15 a 19 de outubro. O levantamento apontou que 10,2% dos veículos tiveram velocidades constatadas superiores à velocidade regulamentada na via (de 30 km/h a 90 km/h).
A análise da pesquisa também aponta que o aumento da velocidade em centros urbanos eleva exponencialmente o risco de acidentes, por exemplo. Tomando como base a velocidade de 60 km/h, o simples aumento para 70 km/h faz crescer o risco em 40%; a 80 km/h, as chances dobram; a 90 km/h, aumenta para 200%; e, a 100 km/h, a probabilidade multiplicada por cinco. Ou seja, ao contrário do que se imagina, a velocidade excessiva não faz ganhar tempo.
Além disso, é preciso considerar o aumento da distância de frenagem (soma da reação e distância de parada), por exemplo, a uma velocidade de 30 km / h, o carro precisa de 14 metros para freiar totalmente, já a 40 km/h, precisa ser de 20 metros (quase 50% a mais), a 80 km/h, o motorista precisa de 70 metros e a 120 km/h, mais de 72 metros. “A velocidade excessiva está diretamente ligada ao aumento de impactos mais severos em caso de colisão e, geralmente, a partir de uma velocidade de colisão de 30 km/h, há um aumento vertiginoso no risco de morte, principalmente com os usuários vulneráveis (pedestres e ciclistas) que não têm proteção”, comenta Jesús Monclús, diretor da área de Prevenção e Segurança Viária da Fundación MAPFRE.
Excesso de velocidade nas vias
30 km/h – Nesta via, a proporção de veículos que ultrapassaram a velocidade máxima permitida foi maior do que em todas as outras (41,5%), com a velocidade média de excesso de 6,02 km/h.
40 km/h – Neste caso, apenas 3,6% dos automóveis circulavam acima do limite. Entre os veículos que ultrapassaram a velocidade permitida, a média de excesso foi de 3,7 km/h.
50 km/h – A proporção em vias de até 50km/h foi um pouco maior, ou seja, 8% dos carros analisados rodavam acima do permitido. O excesso médio de velocidade foi de 7,21 km/h.
60 km/h – Os veículos que ultrapassaram a velocidade permitida em condições assim alcançaram os 7,7%. Entre os que estavam acima do permitido, a velocidade média de excesso foi de 6,32 km/h.
70 km/h – Somente 3% dos veículos observados ultrapassaram a velocidade permitida nestas situações. O excesso médio de velocidade foi de 6,5 km/h.
O comportamento do motorista
Entre os veículos observados, 10,2% apresentaram algum nível de excesso de velocidade. Segundo o estudo, as motocicletas foram as que circularam com velocidades (33%) acima do permito nas vias, seguido pelos ônibus de turismo (28,6%) e dos caminhões de até três eixos (24,4%). Já os carros de passeio, apesar de ser a maior quantidade observada, apenas 8,1% estavam rodavam com excesso de velocidade.
Por fim, o estudo ressalta ainda que esses veículos que trafegam acima da velocidade permitida surpreendem os pedestres, ciclistas e na maioria das vezes provoca acidentes. “O padrão internacional para áreas com alta probabilidade de acidentes entre veículos, pedestres e/ou ciclistas é de 30 km/h e, por isso, é necessário promover esse limite em locais com grande circulação de pessoas. Por outro lado, precisamos conscientizar os motoristas de que se trata de um limite vital em caso de acidente. O aumento de somente 10 km/h (de 30 km/h para 40 km/h) pode significar a diferença entre a vida e a morte. Diante disso, reforçamos que a Fundación MAPFRE apoia o uso de novas tecnologias veiculares como limitadores de velocidade, sistema de detecção de pedestres e até frenagem autônoma, que deveriam fazer parte dos veículos a médio prazo, uma vez que elas são capazes de proporcionar o aumento significativo da segurança para pedestre e ciclistas”, explica Jesús Monclús.
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