Como o cenário atual pode ajudar ou atrapalhar sua Startup?

No Brasil, Startups enfrentam uma dura realidade: menos de 20% delas sobrevive aos primeiros anos de vida, e quase nenhuma chega ao sonho de se tornar unicórnio como a 99 ou abrir capital na bolsa como a Arco Educação. Isso se deve principalmente à deficiência do governo em estabelecer incentivos adequados e também à falta de acesso ao capital (investimentos).

Corroborando com as estatísticas já levantadas, uma pesquisa recente do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), podemos verificar que os principais motivos para o fracasso de Startups brasileiras são: a dificuldade de acesso a capital (40%), obstáculos para entrar no mercado (16%) e desentendimento entre os sócios (12%).
Um dos principais obstáculos para a entrada dessas startups no mercado são as regulamentações antiquadas e inadequadas aos tempos modernos. A tributação é voltada para o formato tradicional de empresas e não há incentivos, principalmente para a nova economia colaborativa, como por exemplo o Uber, 99, Air BNB e o mais recente Arcade City, que já se baseia na inovadora tecnologia Blockchain, a mesma utilizada no Bitcoin.

Mesmo assim a “Lei do Investimento Anjo” já foi um pequeno passo em direção ao progresso no que se diz respeito ao incentivo para a criação de mais Startups, pois reduz alguns dos riscos para o investidor.

Já o principal desafio para as Startups é a dificuldade no acesso ao capital, como sugere a pesquisa do Mdic, e para Dennis Nakamura, que contribuiu com quase-unicórnios como o iFood S/A e o Westwing Home & Living, e atualmente é co-fundador e CEO da startup brasileira RELP! Aceleradora: “A quantidade de fundos de investimentos brasileiros vem crescendo com o sucesso de algumas startups nacionais como Buscapé, Movile, UOL, e as mais recentes 99, NuBank e iFood, porém chegar até eles não é tarefa fácil. Na maioria das vezes os fundos querem algo mais concreto, com resultado “rodando” já para investir e escalar. E, com isso, apenas algumas startups são premiadas com o recurso financeiro”.

Outro fator importante para a escassez de investimentos para Startups é o fato dos investimentos financeiros no Brasil ainda oferecerem taxas atrativas considerando seus riscos, como os CDBs e Tesouro Direto.

Mesmo com esses desafios, Dennis e seus sócios trabalharam duro e tiveram a “sorte” de encontrar Robinson Shiba como investidor Anjo e Mentor, uma vez que o negócio da Relp! está em linha com seus principais negócios: Gendai, China in Box e o programa de entretenimento e empreendedorismo Shark Tank Brasil do canal Sony.

Apesar de já terem abrangência nacional, Dennis afirma que: “Ele (Shiba) nos ajudou a criar e validar a Relp!, agora chegou a hora de buscarmos uma rodada maior de investimento para digitalizar e escalar a empresa. E quem sabe chegar ao IPO como o Westwing Europa fez agora em Outubro com valor de 605 milhões de dólares.”

No Brasil, infelizmente nem todos têm a mesma sorte de Dennis e seus sócios que acabaram por receber o aporte de um “tubarão”, então resta às startups brasileiras abusar da criatividade para contornar esse problema ou, se precisar, usar o alto câmbio atual para barganhar seus investimentos no exterior, em dólar.

Dennis, Robinson e equipe da Relp! Aceleradora com seus parceiros Chefsclub e inovaBRA do Bradesco