Digitalização da indústria pode diversificar produtos e impulsionar negócios no país

É fácil notar que a tecnologia digital, a internet, os ambientes virtuais, estão mudando os hábitos das pessoas, como a forma de adquirir produtos, de ter informações, de se comunicar, trabalhar e ganhar dinheiro.

Nas indústrias, a integração e controle da produção, com base em sensores e equipamentos conectados em rede, e na fusão do mundo real com o virtual, está criando os chamados sistemas ciberfísicos que potencializam o uso da inteligência artificial nos processos de produção.

O conceito é promissor e vai guiar todas as relações econômicas no mundo em curto espaço de tempo, como acredita o Diretor Nacional de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Gustavo Leal. “Temos uma ruptura, uma descontinuidade. Esse salto tecnológico é disruptivo. E, nós acreditamos que a velocidade, com que isso vai chegar no chão da fábrica, vai ser rápida”, afirma.

As tecnologias digitais devem mudar a produção industrial tornando as empresas mais competitivas e capazes de lançar no mercado produtos, até então, impensáveis. “Se você imaginar, na nossa vida pessoal, há cinco ou seis anos, nós vivíamos usando um telefone celular que servia para telefonar. Hoje, a gente tem um telefone celular que serve para tudo. É o nosso banco, é o nosso jornal. Se ficarmos sem um telefone celular, nos sentimos extremamente despreparados para enfrentar o dia a dia da vida. É um pouco esse tipo de movimento que vai acontecer com as fábricas”, explica Gustavo Leal.

Indústria 4.0

A digitalização dos processos de produção vai permitir que todas as etapas de fabricação de um produto estejam conectadas e se comunicando entre si. Ou seja, por meio de sensores, softwares, sistemas de conexão, por exemplo, a empresa monitora e otimiza cada parte da produção. As tecnologias digitais ainda são capazes de gerar dados precisos que podem ser usados para a criação de novos produtos, para acompanhar a venda e de levantar informações importantes sobre a satisfação do cliente. “Para algumas empresas, não basta produzir o mesmo produto de forma mais eficiente se o consumidor dela, no futuro, não quiser mais consumir dessa forma o produto”, explica o gerente-executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), João Emílio Gonçalves.

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Comparados com os desempenhos das maiores economias mundiais, a produção brasileira de calçados, vestuário, máquinas e aparelhos elétricos, entre outros, está atrasada e pode ser atropelada pelos concorrentes no mercado internacional. “É absolutamente fundamental, porque entrar na Indústria 4.0 – avançar rapidamente – não é uma opção, é uma absoluta necessidade para a indústria brasileira”, alerta João Emílio Gonçalves.

Políticas de Crescimento

Ainda de acordo com dados levantados pela CNI, 42% das empresas no país desconhecem a importância das tecnologias digitais para competitividade e o futuro da indústria do país depende que esse número diminua.

Sendo assim, a CNI produziu uma séria de Propostas da Indústria para as Eleições 2018. A promoção da Indústria 4.0 no Brasil, para a confederação, precisa passar por sete eixos prioritários: aplicação de tecnologias digitais nas cadeias produtivas das indústrias; priorização das políticas de difusão e adoção das novas tecnologias; desenvolvimento tecnológico, ampliação e melhoria da infraestrutura de telecomunicações, em especial de banda larga; pela revisão as regulações que impedem o desenvolvimento da Indústria 4.0; na promoção da capacitação de trabalhadores e no estímulo da parceria entre o setor público e privado no desenvolvimento da digitalização das empresas.