Reunião do COPOM define hoje o valor da taxa Selic

Começou, na manhã desta quarta-feira (19/09/2018), a sexta reunião do COPOM de 2018. Uma das pautas discutidas entre os alguns membros do Bacen e chefes de departamentos é em relação ao percentual da taxa Selic.

Apesar do mercado financeiro esperar pela manutenção da Selic, a expectativa é de que o valor de 6,5% seja mantido. Este percentual está no menor patamar desde que a taxa foi criada, em 1996.

A taxa Selic é utilizada no mercado interbancário brasileiro para o financiamento de operações com duração diária, lastreadas em títulos públicos federais.

Esses títulos são utilizados pelos bancos como forma de garantia para conseguir dinheiro emprestado. Os empréstimos são realizados entre os bancos e, normalmente, o vencimento desses títulos são de apenas 1 dia.

Logo, a taxa acaba refletindo, na prática, quanto um banco paga para captar recursos com outro banco nesse mercado — sempre com base na remuneração dos títulos públicos.

Além do mercado interbancário, a Selic é muito utilizada pelos bancos para os investimentos oferecidos aos clientes. Esta taxa virou referência para os títulos públicos e o rendimento mensal da poupança .
A influência da taxa Selic para alguns investimentos

A Selic consegue impactar diretamente o título indexado a esta taxa, que é conhecido no mercado como o Tesouro Selic ou Letra Financeira do Tesouro (LFT). Como o seu rendimento depende da Selic, então qualquer alteração percentual faz com que este título fique mais ou menos atraente.

O mesmo acontece com a caderneta de Poupança, pois o seu rendimento está ligado ao valor da Selic. Até maio de 2012, o rendimento da Poupança era fixo, sempre em 0,5% + TR (Taxa Referencial). A partir dessa data, no entanto, a regra de rentabilidade passou a ser um pouco diferente:

0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR) - quando a meta da taxa Selic for superior à 8,50%.
70% da meta da taxa Selic ao ano + Taxa Referencial - quando ela for igual ou menor que 8,50%.

Algumas aplicações que são atreladas à taxa CDI também podem sofrer um impacto indireto com a mudança da Selic. Entre eles, pode-se citar o Certificados de Depósito Bancário (CDB), Letra de Câmbio (LC) e os Fundos DI.

A variação do percentual da taxa básica de juros brasileira pode influenciar, não apenas essas aplicações, como todo o mercado de investimentos. Isto é, é possível verificar o efeito da Selic tanto em investimentos de renda fixa, quanto nos de renda variável.

Quando a taxa Selic apresenta um valor muito alto, o rendimento de alguns títulos apresentam melhores resultados, começando a render mais. Enquanto isso, a renda variável, por apresentar maiores riscos, acaba ficando menos atrativa para os investidores.

No entanto, se a Selic possui valor muito baixo, o rendimento de alguns títulos fica a desejar, pois começa a render menos. Em contrapartida, a renda variável pode ficar mais atrativa, pois apresenta rentabilidades maiores para os investidores.

Ainda que a taxa Selic esteja em alta ou em queda, o investidor precisa avaliar a relação do risco e o retorno. Os investimentos muito procurados por quem possui perfil conservador seria os títulos ofertados pelo governo, em particular o que possui ligação com a Selic, por exemplo.

Além do conhecimento sobre investimentos, taxas e rentabilidade, o investidor também pode contar com ajuda de especialistas. Existem diversos profissionais no mercado que possuem uma vasta bagagem e que podem auxiliar sobre a melhor aplicação, a partir do objetivo e do perfil do investidor.