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Doença silenciosa já afeta 30% da população mundial e deve se tornar principal causa de transplante de fígado até 2030

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A esteatose hepática é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, geralmente associado à síndrome metabólica, que inclui obesidade, diabetes, colesterol elevado e hipertensão arterial - Crédito: Envato A esteatose hepática é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, geralmente associado à síndrome metabólica, que inclui obesidade, diabetes, colesterol elevado e hipertensão arterial - Crédito: Envato

Inflamação e fibrose do fígado levam à MASLD; atividade física e boa alimentação são opções para evitar o problema

A esteatose hepática, hoje renomeada como Doença Hepática Esteatótica Associada à Disfunção Metabólica (MASLD), já atinge cerca de 30% da população mundial e, segundo estimativas médicas, deve se tornar a principal causa de transplante de fígado até 2030, segundo publicação americana na Jama Network Open. A condição, que até pouco tempo era considerada benigna, vem preocupando especialistas pelo potencial de evolução silenciosa e grave.

De acordo com o hepatologista do Hospital Universitário Cajuru, Jean Tafarel, a doença é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, geralmente associado à síndrome metabólica, que inclui obesidade, diabetes, colesterol elevado e hipertensão arterial. “O grande problema da MASLD é que ela evolui de forma silenciosa. O fígado sofre em silêncio, e muitas vezes o diagnóstico só acontece quando já há inflamação ou fibrose”, observa o médico.

A mudança de nomenclatura, de “esteatose hepática não alcoólica” para “MASLD”, reflete o entendimento mais moderno da medicina: a doença está diretamente ligada a distúrbios metabólicos e não apenas ao consumo de álcool.

Evolução e riscos

A MASLD pode se manifestar de duas formas: uma mais simples, em que há apenas o acúmulo de gordura, e outra mais grave, a esteatohepatite, em que ocorre inflamação e cicatrização do fígado (fibrose). A fibrose é classificada em níveis de F0 a F4, sendo F4 equivalente à cirrose hepática. “O normal é o fígado ter zero de fibrose. Quando a gordura começa a agredir as células, elas são substituídas por cicatrizes. Essa sequência de lesões pode evoluir para cirrose e até levar à necessidade de transplante do órgão”, explica o especialista.

Embora nem todos os pacientes com esteatose desenvolvam fibrose, os números são expressivos: entre os que apresentam gordura no fígado, cerca de 30% evoluem para inflamação e fibrose, e aproximadamente 15% chegam à cirrose. Na América Latina, a prevalência é ainda maior, alcançando até 45% da população.

Novos tratamentos

O avanço da ciência tem trazido esperança para pacientes com esteatose e fibrose, especialmente a partir do estágio F2. No ano passado, um medicamento aprovado nos Estados Unidos conseguiu reduzir a inflamação e a fibrose em parte dos pacientes, mas ainda não está disponível no Brasil.

Já a semaglutida — canetas originalmente usadas no tratamento da obesidade e do diabetes, que já estão disponíveis no Brasil — mostrou resultados promissores em estudos com pacientes com MASLD e fibrose. Utilizada na dose de 2,4 mg, reduziu significativamente o acúmulo de gordura e a inflamação hepática. Outro fármaco em investigação é a tirzepatida, que também apresenta potencial para melhora no perfil hepático de pacientes com inflamação e fibrose.

“Essas novas terapias são animadoras, mas ainda é preciso acompanhamento rigoroso e mais estudos. O principal tratamento continua sendo o controle das causas: obesidade, diabetes e sedentarismo”, destaca Tafarel. “Manter a pressão arterial, o açúcar no sangue e o colesterol sob controle, aliado à prática regular de atividade física — ao menos 150 minutos por semana — é essencial para evitar a progressão da doença”, acrescenta o hepatologista.

O especialista também alerta que não existe limite seguro para o consumo de álcool em pessoas com esteatose hepática. “Não adianta cuidar da hipertensão, do diabetes e esquecer de cortar a bebida alcoólica. O fígado não é um órgão isolado — ele faz parte de um organismo inteiro, e só quando olhamos o paciente como um todo conseguimos alcançar melhores resultados.”

Diagnóstico precoce é fundamental

Como a doença não manifesta sintomas, o diagnóstico depende da atenção médica e da realização de exames de imagem, como o ultrassom de abdômen. Pacientes com fatores de risco — obesidade, diabetes, hipertensão e colesterol alterado — devem ser avaliados periodicamente. “Durante muito tempo se acreditou que a esteatose não traria consequências sérias, mas hoje sabemos que pode evoluir para cirrose e até para câncer de fígado. O cuidado preventivo é essencial”, conclui o médico.

Sobre o Hospital Universitário Cajuru

O Hospital Universitário Cajuru é uma instituição filantrópica com atendimento 100% SUS e com a certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível 3. Está orientado pelos princípios éticos, cristãos e valores do Grupo Marista. Vinculado às escolas de Medicina e Ciências da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), preza pelo atendimento humanizado, com destaque para procedimentos cirúrgicos, transplante renal, urgência, emergência, traumas e atendimento de retaguarda a Pronto Atendimentos e UPAs de Curitiba e cidades da Região Metropolitana.


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