Especialista elenca exercícios para ajudar no tratamento da gagueira

A gagueira é um distúrbio neurobiológico caracterizado pela repetição de palavras, sílabas ou sons, fazendo com que a fluência da fala não siga um padrão de velocidade, continuidade e suavidade. Esse distúrbio acomete 5% da população mundial, sendo 1% de forma crônica e persistente. No Brasil, afeta 8 milhões de crianças e 2 milhões de adolescentes e adultos, segundo dados da Abra Gagueira. Para chamar atenção sobre o tema, 22 de outubro é considerado o Dia Internacional de Atenção à Gagueira.

Segundo a fonoaudióloga Greicyane Castro, que atende na Clínica Audilife, localizada no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, a questão pode surgir tanto em crianças quanto em adultos. “A gagueira, geralmente, surge na infância, em crianças com idade entre 2 e 5 anos, mas também pode aparecer ou ser notada mais tarde, especialmente após traumas, problemas neurológicos ou quando sinais leves da infância ficam mais evidentes na vida adulta”.

De acordo com a especialista, ainda não se sabe a origem do problema. “Não existe uma causa específica de surgimento da gagueira, ela pode ser de origem genética, neurológica e emocional. Os fatores emocionais, embora não sejam a causa, podem intensificar os sintomas”, pontua ela, destacando que o distúrbio não tem cura, mas tem tratamento, que é feito com fonoaudiólogo especialista em gagueira e, em alguns casos, com psicólogo também.

Duração

Greicyane Castro destaca ainda sobre a duração da gagueira. “Pode durar meses e desaparecer sozinha, mas se persistir por mais de seis meses pode se tornar crônica, podendo acompanhar a pessoa por toda a vida. O tratamento precoce é essencial, pois reduz o impacto causado pela gagueira, diminuindo a intensidade e aumentando as chances de um melhor prognóstico”, analisa.

A fonoaudióloga especialista em fala comenta sobre o preconceito sofrido pelos gagos. “Já avançamos muito na compreensão e na conscientização sobre a gagueira e seus desafios. A gagueira jamais deve ser motivo de preconceito”, afirma. Ela também elenca alguns exercícios que podem ajudar quem sofre com esse distúrbio. Veja a seguir:

- Respiração diafragmática – controla o ar e relaxa.
- Fala lenta – reduz a tensão e melhora o ritmo.
- Leitura com ritmo – estimula a fluência.
- Relaxamento facial – diminui a rigidez ao falar.
- Pausas naturais – evitam bloqueios e trazem clareza.