Formas silenciosas de malária: infecções assintomáticas dificultam diagnóstico e erradicação da doença
Estudo acompanhou 2.700 moradores de área urbana da Amazônia e mostrou que em 90% dos casos a infecção não apresentou sintomas; diagnósticos foram feitos com PCR
A malária continua sendo um dos principais desafios de saúde pública em países tropicais como o Brasil. Transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido popularmente como mosquito-prego, a doença ainda apresenta alta incidência na região amazônica. Embora os registros oficiais indiquem uma redução gradual no número de casos clínicos, um novo cenário tem dificultado os esforços de erradicação: as infecções assintomáticas.
Pesquisas realizadas na Amazônia Ocidental mostram que, em áreas de menor transmissão, a maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas típicos da malária, como febre e calafrios, e por isso não busca atendimento médico. Em Mâncio Lima, no Acre, por exemplo, um estudo da USP que acompanhou 2.700 moradores durante alguns anos revelou que mais de 90% das infecções ocorreram de forma silenciosa, passando despercebidas pelos métodos convencionais de diagnóstico.
Segundo Adriana Vega, gerente Life Sciences da QIAGEN na América Latina, esse fenômeno representa um obstáculo direto para a erradicação da doença. “Quando a infecção não dá sinais, o portador continua servindo de fonte para novos mosquitos, que por sua vez mantêm a circulação do parasita na comunidade. É um ciclo oculto que dificulta o controle da malária”, afirma.
A especialista também chama atenção para as limitações dos exames mais comuns disponíveis na rede pública. “A análise microscópica ainda é o padrão de diagnóstico no Brasil, mas não consegue identificar casos com baixa carga parasitária, muito frequentes nas infecções assintomáticas. Por isso, as técnicas moleculares, como a PCR, são tão relevantes. Elas conseguem detectar até níveis mínimos de parasitas e fornecem dados mais confiáveis para ações de vigilância”, explica.
O uso da PCR em pesquisas na região amazônica demonstrou justamente essa sensibilidade; foram detectadas até dez vezes mais infecções do que pela microscopia tradicional. Essa capacidade de revelar infecções ocultas torna o método uma ferramenta fundamental para orientar políticas de bloqueio e eliminação da doença.
Nesse contexto, novas tecnologias vêm ampliando a aplicação prática desses testes em pesquisas. Entre elas está o QIAprep & Plasmodium Kit, desenvolvido pela QIAGEN, que reúne a preparação de amostras e a PCR quantitativa (qPCR) em um processo simplificado. Em estudos epidemiológicos, os pesquisadores podem analisar diretamente manchas de sangue seco ou sangue total, reduzindo o tempo de manuseio e os custos com reagentes. A solução, voltada para a vigilância da malária e pesquisas epidemiológicas, apresenta alta sensibilidade e compatibilidade com diferentes tipos de amostras e equipamentos.
Para Adriana Vega, esse tipo de inovação será decisivo para alcançar a meta nacional de erradicação da malária até 2035. “Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, mais rapidamente o paciente pode ser tratado e menos chances terá de transmitir o parasita a novos mosquitos. Mas é igualmente importante que os dados moleculares sejam usados para direcionar ações de bloqueio em áreas de risco, evitando surtos e até a reintrodução da doença em locais onde já havia sido controlada. Por isso, os métodos de PCR devem estar no centro da estratégia de eliminação”, conclui.
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